quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OBRIGADO!

Agradeço Edu Planchêz e Heliany Wyrta pelos poemas que me dedicaram:


Diego El Khouri, eu o anti anjo e o todo anjo,
vos oferto o cristalino mar do recreio dos bandeirantes

( edu planchêz )

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Diego El Khouri, eu o anti anjo e o todo anjo,
vos oferto o cristalino mar do recreio dos bandeirantes,
te digo que a cura está no entregar-se ao outrem,
nas bandeiras vermelhas do barco que ora avisto
em teus pensamentos novos,
em meus pesamentos novos

"E como é grande o meu amor por você"
e pelas as luas que juntos ainda não devoramos
Sei que a poesia pesa, que o ventre pesa,
mas nirvana está na leveza,
nas almiscaradas borboletas da floresta da tijuca

Transmutação é a palavra mãe 
que vos ofereço
cá nos tijolos que nos são bancos
dentro dessa noite que nunca termina,
dessa chama multiplicada em nós

Venha meu anjo sátiro irmão,
num novo trem, próxima estação,
nos desenhos 
que se formam 
da nossa sublime aliança


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( Heliany Wyrta)


Sonhei
esta noite
com o Amor!

O Amor
era um
anjo rebelde
louco
profundo
e só!

O Amor
ficava comigo
e provocava
meus desejos mais profundos.
O Amor tocava meu
corpo e meu coração
produzindo
na minha vida
emoções intensas.

Ora era pura volúpia
ora ternura.

Mas...
foi só um sonho?!!!

Sinto-o
tão presente
em mim.
Seu fogo me queima
me deixa em brasa
toda noite.
e vai embora
toda manhã.

E mesmo indo
o Amor fica em mim! Heliany Wyrta em 29 de janeiro de 2012



Chorei
Não consegui segurar
Tenho segurado a tempo demais
Não consigo mais
Rolou
de um jeito que eu não pude controlar
na rua
no meio da praça
a poucos metros dele
eu não queria
mas não pude evitar
eu não queria gostar dele
tanto assim
também não sei como evitar
não me reconheço mais
a mulher que controlava a própria vida
com mãos de ferro
totalmente entregue
suplicando um amor
que não existe
querendo uma atenção
que não vem
sonhando em livrar esse homem
de todo mal
(amém)
mas não posso nada
não consigo nada
não sei nada
só o nada
e eu chorei. (07 de março de 2012)




um porre

na vida
um porre
de vida
um porre...
saí do controle
deixei o controle
e me joguei
mais longe ainda.
sob o efeito
dessa dor-revolução
embriaguei-me
de amor
de dor
e de álcool.
Senti-me
mais perto
da sua
viagem
mais longe
também. (04 de março de 2012
)


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

LUZ PENETRANTE II



(Por Diego El Khouri)

São olhos, olhos de intensa luz...
Brilho inefável que não cessa...
Um bocejo aqui e logo ali a janela
a suspirar lembranças de amor...
Uma gota de orvalho nas pétalas.

Tudo tem começo, meio, fim.
Comigo foi tudo muito rápido enfim.
Pássaro sem asas caído por aí
jogando-se em becos e bares
bebendo até a última gota do barril.

Comigo foi tudo muito rápido sim.
Muito rápido enfim.
Tudo muito rápido sim.
Muito rápido enfim.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

LUZ PENETRANTE




(Por Diego EL Khouri)

A visão pálida a vislumbrar todas as estrelas
brilhantes que rasgam o céu
mulher  de pele desguarnecida 
arrebol e nuvens que transam
penetrando cores e desenhos

 sentinelas a perscrutar  o frêmito
do tempo  na alvorada reluzente
e pergunto a quem pode
corromper na resposta
todos os ensinamentos tolos  da vida

e pergunto e não tenho saída

ébrio que bebe o mijo
dos antigos surrealistas
para mascarar  a viagem
em dia e noite
o sol a brilhar a praia
espuma branca
e o cheiro da cannabis
que envolve e chama


e pergunto e não vejo saída

apenas a luz
de seu olhar penetrante
a forma como anda
e transparece uma malícia radiante
pura poesia boba
copo de cerveja pela metade
lábios  unidos em volúpia
porre em noite enluarada
a solidão do quarto
e uma mijação sem parar que não acaba


por que olho e não reparo
as cicatrizes que desenham sua face?
caminho da praia sua casa
em todo bar e sarau te encontro
mas prefiro zonas vulgares
rainha alada, saiba que o poeta
nasceu para xingar-berrar-gritar
romper limites e barreiras
é o que eu  tenho falado

e não veja em mim uma saída
nem me roube  todo pecado

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O BERRO QUE CANTA

(Por Diego EL Khouri)



Que sismas cai sobre a terra
para que eu pudesse observar com calma
 o pleno horizonte de escamas douradas?
Que frio é calmo eu sei
mas quem se apresenta de dentes cerrados
a esbravejar inúteis palavras de guerra?
Com medo permaneces calada
e com medo comandas tuas frases.
A minha barba eu não mais faço.
Com ela escondo a agonia inconfessável 
que perambula por todos os poros da alma.

Uma adolescência ao lado do crime.
Corpos em combustão. A nuca plena de desejo
dessas mulheres... ah lábios murmurantes
desmedida volúpia que não cessa!
Me excedo em caos liberto
libertino de todas paragens
uma infância imobilizada 
no delírio da viagem.

Hoje um poeta velho 
num corpo jovem enfermo
cantarolando músicas baixinhas
mostrando o pau pra qualquer uma
o horizonte que se desfez
tecendo lágrimas num mar incomum.

E canto como o último gozo
a estampar essa face sempre cínica
socialista arfante
um bardo a roubar corações
na paixão delirante.

Canto para esse ventre sujo
que moldou minha poesia de escárnio
 e essa mãe doente
a eternizar o sofrimento em arte.

Canto para quem move montanhas
e quem nem acredita nelas.
Canto para homens e mulheres
que se entrelacem e virem um corpo só.

Canto para a dona de casa,
o professor e a empregada,
só não canto pra polícia
o estado e essa raça do caralho.

Nem canto para as regras
meu olhar vítreo é um veneno cego
a espreitar na janela
fogo imortal monódico
sem faísca e quimera.

Canto pois desafino
e desafinar é a beleza sem meta
me sinto foragido de mim mesmo
a usar as rimas mais bregas.

Canto com as armas
apontadas para a platéia 
desavisada das atrocidades
que vociferam e incomodam tanta regra.

Canto que me deixe 
que a fala seja deleite
de quem só sabe berrar.

E eu berro e canto
destroçando leis
em plena praia do leme
pelado mais uma vez.

mais uma vez pelado
em frente a polícia
soco no estômago e porrada
enfim... mais uma poesia.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

ZINE BRENFA - EDIÇÃO NR 01 E NR 02



Por Diego El Khouri e Ivan Silva.

Email para contato:
                     Diego EL Khouri - elkhouri.diego@hotmail.com
Ivan Silva - isrbaixo@hotmail.com

*Em breve estará saindo a terceira edição.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

JORNADA DIÁRIA


(Por Diego El Khouri)

Preciso de um instante de lucidez.
Atravesso a Avenida Goiás.
Furto um cigarro de um neo hippie bêbado.
Chego no Lago das Rosas, atravesso a Anhanguera.

Penso na língua no meio das pernas
e na poesia que escrevi nas noites belas.
No Novo Mundo me perco, durmo
na Praça Cívica e acordo molhado.

Era uma incômoda chuva de março.
Ouço um blues no Setor Sul.
Tenho desejos de mulher grávida.

Me encarcero então no subúrbio
onde reinam pombos viados e putas universitárias.
E termino no interior sem nenhum  puto no bolso.

19,09,08