segunda-feira, 31 de agosto de 2015

LIMITE: FILME DE MÁRIO PEIXOTO (ANO: 1931)





Acabo de presenciar uma das emoções mais fortes que senti, e devo isso ao assistir "Limite", filme de Mário Peixoto. Já posso afirmar sem sombra de dúvida que esse filme é um divisor de águas na minha vida, assim como foi a poesia de Augusto dos Anjos quando a conheci nos meus 14 anos de idade. A imagem carregada de poesia, o clima, a sutileza dos detalhes, o ritmo, tudo isso de alguma forma vai penetrar na minha arte, principalmente na pintura, pois em minha alma já está fixada como elemento vivo de criação. Esse é um daqueles momentos únicos de nossa vida em que a arte faz toda a diferença.



Diego El Khouri

sábado, 29 de agosto de 2015

AV. GOIÁS


Título: Av. Goiás
Técnica: óleo s/ tela
Tamanho: 50 cm x 70cm
Artista: Diego El Khouri

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

PÉ NO MUNDO



Título: Pé no mundo
Técnica: óleo s/ tela
Tamanho: 30 cm x 30cm
Artista: Diego El Khouri

domingo, 23 de agosto de 2015

AO ESPÍRITO VELOZ DE NEAL CASSADY


(Por Edu Planchêz)

tragado pela atmosfera azul-relâmpago, 
provável que essas palavras só sejam compreendidas
pelos grilos brancos e pelos que buscam 
desenhos, rostos nas nuvens, 
nos cabelos do corpo,  
nas lágrimas das árvores

sou esse poeta, esse raíto de sândalo
entranhado na medula,
e nas artérias centrais,
nas estruturas calidoscópias da alma
dos enormes mitos
que fincas nas páginas do ventre 

retorno ao blue, 
as vozes enebriantes das Divas,
ao piano, ao sax,
ao espírito veloz de Neal Cassady

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A ARTE VISUAL DE IVAN SILVA



Eis o trabalho do Ivan Silva. Conheço esse maluco  desde criança e venho acompanhando de perto sua evolução nas artes. Somos parceiros em várias publicações. Conheci primeiro seu irmão mais velho, o Jorginho A. Rocha, quando eu tinha 12 anos de idade. Ambos são artistas (também produzem quadros, cartuns, desenhos, poesia, música, etc). O Jorginho já apresentei seu trabalho algumas  vezes nesse blog que costumo chamar de "fanzine digital". Eis alguns links: http://molholivre.blogspot.com.br/2013/11/a-arte-visual-de-jorginho-rocha.html http://molholivre.blogspot.com.br/2010/12/jorginho-rocha.html

Abaixo segue-se a arte visual desse meu camarada que está vida toda num processo criativo intenso, voraz e interessante:


título do quadro: O flautista


tela: Hora I - Matadouro fedorento


Título da tela: "Piva" 


Pintura a óleo: Oitava noite


Pintura a óleo:  peito Aberto


Pintura a óleo: retrato


título do quadro: Medusa


tela: Retrato de Larissa


Retrato: Arnaldo Baptista, dos Mutantes, capa do seu disco Lóki


tela: Banquete


título do quadro: Quarto


Tela: O olho que nada vê


título do quadro: Corpos retorcidos


Pintura a óleo: "Retrato de Cíntia Nunes"


tela: Ampulheta



título do quadro: A única testemunha


desenho feito a grafite


feito a grafite em A3


feito a grafite em A3



OS BLOGS DO IVAN SILVA:

http://atunalgun.blogspot.com.br/

http://caosnumpiscardeolhos.blogspot.com.br/

sábado, 1 de agosto de 2015

LIBERDADE


Título: Liberdade
Técnica: óleo s/ tela
Tamanho: 100 cm x 90cm
Artista: Diego El Khouri


---------------------------------------------------------------------------------------------------------



segunda-feira, 27 de julho de 2015

domingo, 26 de julho de 2015

RETRATO

A artista plástica Nua Estrela, do Rio Grande do Sul, me retratou nesse belo trabalho.

Muito Obrigado. Gostei.

Abraços.
Diego El Khouri


*
 Pra quem quiser ver a entrevista que fiz com ela: http://fetozine.blogspot.com.br/2013/06/a-arte-expressiva-de-beti-timm.html 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

DINAMITE VERBAL

- Impressões sobre o livro SALIVA de Ikaro Maxx -

(Por Diego El Khouri)

Poema é como suicídio, você não premedita, simplesmente comete.

A fronte mais que nunca aflita, branca
E pálida, os cabelos em desordem

Sousândrade

"A poesia é para um pequeno círculo de apreciadores meio pirados, meio sonhadores, meio iluminados". É preciso antes de tudo mergulhar e se deixar mergulhar. Ver, transbordar, transcender em palavras e experiências todas as possibilidades que a mente e a carne possibilitam. Cada palavra, em forma de jorro, descreve um amálgama de cores, uma inquietação fervilhante de sentimentos e desejos, fragmentos de histórias em poesia/prosa que vomita o âmago sem nenhuma obrigação com lógica ou coerência dos fatos. Adentrar o inferno sem a luz diáfana de Beatriz. Ser parte do mundo, crimes e vícios e seus prolongamentos. "Não é 'La Vita Nuova' de Dante." Apenas "pequenos livros atirados como pérolas aos porcos eternizados na Mente Iluminada do Buda misterioso que cospe essa dinamite verbal".
Como Ademir Assunção já dizia, Ikaro Maxx é "uma mistura de Neal Cassady com Arthur Rimbaud". Puramente "carnavalístico", "místico-transcendental"... Sua palavra-metralhadora, tendo o domínio verbal como raiz, exerce função de catarse, explosão. Poesia em movimento. "Bomba descompassada no meio de um tsunami claro como anjos".

"Sentir essa pedra que esmaga os olhos & espreme as gengivas numa fossa perfumada" .

- Como um megalomaníaco-profeta o poeta se vê naufragado no abismo, um abismo sem volta, perdido e esquecido nos vãos da linguagem. Abstração e delírio. O caminho de Dante nos inframundos mas com as portas do paraíso fechadas. O poeta é um excluído por excelência, um amaldiçoado, um dos carrascos do universo. Dessa fibra que exalta a pele trazendo ao coração pitadas de volúpia e dor. Daí nasce o poema. Desse estado de marginalidade, ou seja, da indignação, resultada do vazio e da brutalidade do mundo pragmático e sobretudo hipócrita. O artista é um ser dilacerado entre os prazeres da carne e a vontade de elevar-se espiritualmente (soma/psique/nous). Assim como o Fausto do Goethe. É um anjo decaído, um insatisfeito de marca maior -

"Jamais estive em lado algum. Nunca estive num só corpo. A metamorfose me batizou, me pegou de jeito. Larguei os andrajos do ser & me tornei uma espécie de silencioso tsunami. Uma confusão para os olhares, mas uma delícia para os toques."

"Já deitei minha cabeça numa pedra & sofri pela espécie como um todo. Já permiti que os caras legais da escola & os desportistas me humilhassem durante anos enquanto eu era apenas um andrógino roqueiro com a calça cheia de nomes de bandas & totalmente sem amigos. Sei o que é o sofrimento. Sei o que é o prazer."

Nesse livro, Saliva, Ikaro Maxx propõe uma possibilidade de sensações e sentimentos variados, através de uma vasta cultura e uma vivência pelas estradas do Brasil e do mundo. A pontada na pele. Faca na carne. Um corpo que se faz faminto de vida e pulsações. Vida em sêmen jorrando. Palavra em cântaros - vinho na garganta, falo-vulva. A "combustão do Espírito em direções antes imponderáveis; algo que desce do crânio até as bordas & zonas limítrofes do corpo como magma."

O bardo, fescenino por excelência, já adverte desde o inicio: Se tais palavras não forem lidas com a centelha de vida, com a ânsia & amor próprios de quem está aberto ao devir, então enterraremos a força do verbo & da vida numa caixa impressa onde a Imaginação é infrutífera, morta. E toda a Obra-de-Arte perde o brilho de acessar um NOVO SENTIMENTO."
Adentremos nesse inferno sem medo, com "olhos livres" , escancarados, abertos. Sem medo de se perder nesse labirinto.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

TODOS OS POETAS SÃO IDIOTAS! (OU TODOS OS IDIOTAS SÃO POETAS?)

( Por Luiz Carlos Barata Cichetto​)

Ah, mas quanto idiotas são todos esses idiotas poetas!
Imaginam que são deuses, sábios, gênios ou profetas
Assinam "Poeta Fulano de Tal" até em cheques de banco
E ainda escrevem poesias até em papel higiênico branco.

Ah, mas que poetas babacas, especialmente os românticos!
Pensam que seu pequeno poema é o Cântico dos Cânticos
Querem a morte, mas apenas aquela morte de forma poética
Uma morte sem morte, apenas uma forma de morte estética.

Ah, mas que hipócritas, particularmente os poetas modernos
Imaginam que métricas e rimas são apenas cuidados externos
Matam estrofes em nome da falsa liberdade de expressão
A métrica, esta tem por medida a sua própria inexpressão.

Ah, mas que hipócritas são todos os poetas de cordel e bordel
Escrevem poesias em bares em finos guardanapos de papel
Depois vão pra casa, deitam e dormem, saciados por seu prazer
Enquanto putas e seus filhos deitam e morrem sem nada a fazer.

10/4/2002