segunda-feira, 4 de maio de 2020

ALDIR BLANC (1946 - 2020 )

Por: Diego El Khouri 

Aldir Blanc foi sem dúvida um dos grandes nomes da música popular brasileira.  Deixou um legado de 500 canções,  entre  elas "O bêbado  e o equilibrista" e "Resposta ao tempo". Também  foi escritor, publicou livros, crônicas  e cravou seu nome nas artes.  Infelizmente  faleceu vítima  do corona vírus. E pra quem ainda diz que o covid-19 é apenas uma gripezinha só tenho algo a dizer: vai se foder, seu verme!!!!


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*Desenho que fiz em 2001 (eu tinha 15 anos de idade). No desenho versos da banda Titãs  e a Música Bandalhismo (de Aldir Blanc e João Bosco inspirada  no soneto Vandalhismo do  Augusto dos Anjos):


domingo, 3 de maio de 2020

POR: CIBERPAJÉ

Nem nos roteiros mais surreais sobre republiquetas de bananas latino-americanas eu vi algo tão absurdo e estarrecedor como tenho visto acontecer hoje no Brasil. Nenhum ficcionista conseguiria ir tão longe, seria considerado um forçador de barra sem talento. Estamos vivendo no país mais perigoso do mundo ocidental, em meio a um (des)governo fascista e miliciano, liderado por sociopatas messiânicos com paixão declarada pelo nazismo e desejo visceral de destruição da nação e de seu povo ao ignorarem completamente uma pandemia global. E as forças de resistência seguem abobalhadas, mais perdidas do que cego em tiroteio enquanto o pouco que foi construído com suor e sangue pelo povo em séculos vai sendo dilapidado e destruído em segundos por essa corja de assassinos: a pesquisa, a educação, a saúde, as leis trabalhistas, a constituição, a república e o pouco que nos restava de uma democracia arfando à beira da morte e sem nenhuma UTI para socorré-la. Acordemos o gigante, quem sabe faz a hora. 

19915 (Ciberpajé)



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Título: Ciberpajé
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri  

EDITORA MERDA NA MÃO



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EDITORA MERDA  NA MÃO 

O nascimento:

No dia 12/04/2020, com covid19 e tudo, com ressurreição da direita e tudo, surge a editora MERDA NA MÃO. Fruto do delírio de dois artistas besuntados do colostro cotidiano. O papo foi rolando e a idéia tomando forma. O feto na bolsa. O primeiro lançamento será uma obra póstuma, em memória do grande professor Alexandre Mendes. E isso é só o início. Ideias vindas destes locais sempre florescem. O nome da editora é uma referência a outro grande artista desta geração singelamente fecal. Aquele cheiro acre. Quem é? Quem sabe um dia. Ele pode ser muitos. Quem vai saber? Alguém sabe?
Cortamos então a fita e inauguramos a MERDA NA MÃO.

Proposta:

A editora Merda na Mão chega com a proposta de lançar novos e velhos artistas que encontram dificuldade de espaço para expor seu trabalho. Vem com a ideia de abrir portas para quem não faz parte de panelinhas ou não dispõe de grana para concretizar o que está no mundo das ideias. Um canal que se opõe ao que é tido como possível e viável, mostrando que se pode ir muito além apesar de todos os obstáculos criados por um sistema hipócrita e limitado. Então peguemos toda essa merda que pinga entre nossos dedos e lancemos na triste face da acomodação.

Irresponsáveis pelo projeto:
Diego El Khouri
Fabio da Silva Barbosa

Contatos com a editora: editoramerdanamao@gmail.com


quinta-feira, 23 de abril de 2020

GG ALLIN



Por: Alexandre Mendes

Vê aquela flor?
Um dia, ela foi rosa
perfumada, bonita
impávida e formosa.
Hoje, jaz no triste limbo
seca, cinza e horrorosa

Vê aquele animal?
Um dia teve sorte
abanando a cauda,
alegre e forte.
Hoje, expele dolorosos vermes
esperando a própria morte

Vê aquela construção?
Um dia foi admirada
retilínea, colorida
janela e porta cor de prata.
Hoje, abalada e vazia
entregue à cupim e barata

Vê aquele homem?
Um dia foi contente
hábil, musculoso
viril e atraente.
Hoje, acamado e febril
cheio de escaras, inconsciente

Vê o nosso mundo?
Um dia foi arejado
água limpa; solo rico
clima ameno e temperado.
Hoje é superaquecido,
poluído e desmatado

Vê como é o destino?
Um dia é otimismo
crença em contos
verdade mal contada
outrora é escuro abismo,
e o fim da linha revela o nada