quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Que saco!

Por J.  Rocha


Saiu pelo cano o escarro

Catarro e porra se misturando

num só ralo,

antes de correr para o esgoto.

O Escroto, que saco!

- Que merda é essa no bico do seu sapato?

- Puta que pariu! 

Nem tudo foi pro ralo,

ou é um pouco de catarro

ou é porra que caiu.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Uma viagem de ácido

Por: Nikkole Presotto


queimamos como a brasa consome o cigarro

fodendo e ardendo

serpenteio por entre nossa porra e sangue jovens

A  cobra dourada, rastejando através do pantano cósmico do infinito

enquanto a grande abelha santa poliniza nossa carne exposta

Que brotando em flores assimétricas derrama a seiva de nossa efêmera existência pelo bosque mágico 

O coração do tigre na bandeja dourada

Parasitas cerebrais,  serpentes negras ziguezagueando dentro do crânio plástico 

Uivo para cidade, a besta está solta, não tem pra onde fugir

Feras correm livres pelas ruas tortas, o sangue espesso, escorregadio, me entregue seu coração! 

A hora da magia, sonhando acordada retorcendo-me entre os lençóis, dolorosa libertação

Rasgando-me a pele, metamorfoseada no terrível inseto gigante, o poderoso bater de suas asas magistrais, o  zumbido elétrico põe meu mundo a vibrar

Passado esquecido, senso de identidade perdido

Tornei-me um enorme réptil, lagarto pesado, debaixo do sol, meus braços dissolvem, minhas pernas extintas

sou a serpente infinita trocando de pele, em feras e quimeras 

nossos espíritos  misturados ao vermelho luar na calma da noite gentil

Insanidade!

Dançam os espíritos 

Fodendo com fantasmas, cara.

Nas nuvens quadriculadas

Do alto da pirâmide dourada.                           Da terra sagrada 

Vamos ser outras pessoas

Outras coisas

Correndo, enquanto helicópteros sobrevoam nossas cabeças misturadas

e cheias de ácido

Um apolo em couro negro, derretendo em arco-íris 

Pau musical

Gozo espectral


gritem nossos nomes!          Gritem nossos nomes!

Sol! Sol! Sol!

E que venha a Lua! sorrindo nua

Na noite crua!

A passagem

através

do deleite

do gozo

da dor!                       somos demônios!     anjos tentando gozar

Devolva-nos a inocência!

Estamos muito chapados

Cansados

Em chamas e cinzas! recolham! as cinzas do que nos restou.

Já fomos crianças

do novo ao antigo

Morte! Ah!                              

Deitada ao meu lado            seu corpo brilhante!

Sua pele pálida

Pulsante

Vibra!

Vibra!

Víbora!

Seu cabelo perfumado e seu doce sorriso gelado

Me desviam de seu veneno agradável




Em nossas pupilas

abismos sombrios.               Universo secreto.                  

E vai deslizando             por suas veias monumentais

O que dizem esses hieróglifos?

Você vem comigo?

Eu sou o longo rio

até o fim                                    pela crista da onda 

Eu sou o deserto

Atravessamos

até o eterno.


S.E - N.P.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

O vírus da linguagem William Burroughs

 



O escritor e pintor William S. burroughs (1914-1997) faria hoje 109 anos de idade. Marginal, drogado e crítico social, rompeu com as normas vigentes da literatura e foi uma espécie de "padrinho" da beat generation. Com certeza seu odor acre, sua subversão voraz e seu ímpeto criativo influenciaram de alguma forma a @editoramerdanamao . Um salve para todos os desajustados sociais. Foda-se essa sociedade careta e reacionária!!






sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Resenha] Álbum em quadrinhos Renovaceno: uma obra extremamente necessária! Por Adaor Oliveira


 


Renovaceno é uma obra extremamente necessária. Deve ser lida e relida várias vezes, pois sempre encontraremos novas nuances em meio aos signos que permeiam suas páginas. É como pensar na traição/não-traição de Capitu a cada vez que se relê Dom Casmurro (aliás, sempre achei que Bentinho tinha ciúme era de Escobar, por quem era apaixonado de verdade).

Consegue-se ler o livro com mais fluidez conhecendo a semiótica de Charles Sanders Peirce, para quem o objeto teria, por meio de sua relação com o sujeito, através da linguagem, a representação da realidade. Para esse filósofo, a unidade semiótica seria o signo: o estímulo com parâmetro dotado de significado.

Adaor Oliveira com seu exemplar de Renovaceno.



Desde a apresentação, o prefácio, até os posfácios, Renovaceno merece

Renovaceno é uma obra extremamente necessária. Deve ser lida e relida várias vezes, pois sempre encontraremos novas nuances em meio aos signos que permeiam suas páginas. É como pensar na traição/não-traição de Capitu a cada vez que se relê Dom Casmurro (aliás, sempre achei que Bentinho tinha ciúme era de Escobar, por quem era apaixonado de verdade).

Consegue-se ler o livro com mais fluidez conhecendo a semiótica de Charles Sanders Peirce, para quem o objeto teria, por meio de sua relação com o sujeito, através da linguagem, a representação da realidade. Para esse filósofo, a unidade semiótica seria o signo: o estímulo com parâmetro dotado de significado.


Adaor Oliveira com seu exemplar de Renovaceno.



Desde a apresentação, o prefácio, até os posfácios, Renovaceno merece atenção e dedicação total às letras e traços, com uma estética que nos coloca de frente com a realidade, mesmo parecendo, aos olhos desavisados, que se trata de uma ficção científica longínqua de nosso ser.

Conseguimos enxergar o estilo do Ciberpajé nas histórias, numa maneira original e própria de contar e trazer aquilo que necessitamos contemplar. Do mesmo jeito que reconhecemos Drummond, Machado, Clarice, Guimarães, quando os lemos, não há como não reconhecer o Ciberpajé assim que colocamos os olhos sobre o que por ele foi produzido.

Em tempos de pandemia, de corações tão desolados e dilacerados por mortes causadas por um presidente genocida, que odeia seu próprio povo, é necessário pensarmos numa renovação interna e externa, numa transmutação, num pedido de S.O.S. ao "seu moço do disco voador", aquele mesmo que aparece na música de Raul Seixas.

É no caos que as coisas acontecem, que o superego freudiano se desfaz nós coloca em contato novamente com nossa eu profundo. E isso a obra mostra com maestria, nos tirando de nossa zona de conforto.

O Ciberpajé toca o alarme, cabe a nós ouvi-lo e a ele nos atentarmos, transbiologicamente, transdigitalmente e transcendentemente, sem transfobias, sem preconceitos, sem amarras, mas nos inquietando constantemente, dentro de uma aurora pós-humana.

* Adaor Oliveira é filósofo e educador. 

Para adquirir o álbum Renovaceno envie e-mail para a editora:
editoramerdanamao@yahoo.com
 atenção e dedicação total às letras e traços, com uma estética que nos coloca de frente com a realidade, mesmo parecendo, aos olhos desavisados, que se trata de uma ficção científica longínqua de nosso ser.

Conseguimos enxergar o estilo do Ciberpajé nas histórias, numa maneira original e própria de contar e trazer aquilo que necessitamos contemplar. Do mesmo jeito que reconhecemos Drummond, Machado, Clarice, Guimarães, quando os lemos, não há como não reconhecer o Ciberpajé assim que colocamos os olhos sobre o que por ele foi produzido.

Em tempos de pandemia, de corações tão desolados e dilacerados por mortes causadas por um presidente genocida, que odeia seu próprio povo, é necessário pensarmos numa renovação interna e externa, numa transmutação, num pedido de S.O.S. ao "seu moço do disco voador", aquele mesmo que aparece na música de Raul Seixas.

É no caos que as coisas acontecem, que o superego freudiano se desfaz nós coloca em contato novamente com nossa eu profundo. E isso a obra mostra com maestria, nos tirando de nossa zona de conforto.

O Ciberpajé toca o alarme, cabe a nós ouvi-lo e a ele nos atentarmos, transbiologicamente, transdigitalmente e transcendentemente, sem transfobias, sem preconceitos, sem amarras, mas nos inquietando constantemente, dentro de uma aurora pós-humana.

* Adaor Oliveira é filósofo e educador. 

Para adquirir o álbum Renovaceno envie e-mail para a editora:
editoramerdanamao@yahoo.com

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Dia do Quadrinho Nacional

Todo dia é dia de quadrinhos.


Aliás, todas as artes deveriam sair de
 seus castelos e mundos sorridentes
 para pisar no solo vivente da existência. 

                                    .*.*.*.

Editora Merda na Mão, que tem a
 proposta de publicar os impublicáveis, 
trás em seu currículo uma vasta publicação
 e as histórias em quadrinhos 
fazem parte dessa história.



                         Acompanhe nas 
        redes anti sociais as novidades. 




                     Valorize a cena nacional.

                     Adquira quadrinhos.

                          _________________________

Trechos da HQ Renovaceno de autoria do Ciberpajé:





 
           editoramerdanamao@yahoo.com




         
                ************************


Trechos da HQ O Filósofo da Maconha (roteiro: Fabio da Silva Barbosa; desenho: Diego El Khouri)













domingo, 22 de janeiro de 2023

Por: Thaisa Maia

 Domingo, 

um morno café

me desperta lentamente

e as janelas... 


Uma rua preguiçosa é descerrada

e uma tímida doçura de crianças

se mistura ao escuro asfalto

que exala pálidas fumaças 

de raras motocicletas e carros

que cantam um canto amargo

e logo desaparecem, sorvidos,

após serem levemente mexidos

pelos segundos 

movimentando um ponteiro da vida como uma colher.


Os pássaros também rodopiam e falam

entre o silêncio das casas 

que velam homens cansados sem asas.


Estariam  os homens 

sonhando com refúgios ao caos?

Ou dormitarem como um resto 

de café logo esfriado,

esquecidos pelo incansável movimentar 

dos segundos e dos compromissos?

Sonhariam com uma fusão à inutilidade,

um escape ao utilitarismo

das segundas aos sábados feitos de cafés fervendo

e amargos,

queimando as línguas?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Outsider da galáxia de parnaso


Por edu planchêz pã maçã silattian


 "Outsider da galáxia de parnaso", poeta em órbita,

no plenúrio, muito além do plenúrio

da realeza luna de hoje sob 45 graus celcius


segundo estudos de um astrólogo,

poseidon já bateu o seu tridente, ele fala de ajustes,

de restruturação planetária, eu sendo poeta falo em união familiar,

a grande família se unirá,

minha poesia sabe disso


rosqueio os calibres de minha cabeça

nas onduladas luzes

das atrevidas flores da sorte

-----------



segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Claudio Willer (1940 - 2023)

 Homenagem da Editora Merda na Mão  ao poeta, ensaísta , crítico e tradutor brasileiro, o dionísiaco Claudio Willer: 







sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

A forma mas fácil e acessível de adquirir uma obra de arte atempora!!!!!!

 Rifa cultural :


Por apenas 10 reais você pode levar para casa uma OBRA DE ARTE ATEMPORAL!! 


              Se liga nas informações nesse vídeo. 


Não perca essa oportunidade!!


Pix: elkhouri.diego@gmail.com

Enviar comprovante de pagamento no email do pix


Já pensou?  Por apenas 10 reais adquirir  essa obra de arte???!!!



Título: Mulher
Técnica: Mista sobre papel
Dimensões : 24 X 18 cm
Artista: Diego El Khouri

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Poesia escrita e pintada

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 Por: Emília Muniz


 A noite te transformava

                Te transtornava

 Queimava para dentro de nós como um vulcão em

erupção


                               De tão invasivos

                               Meus olhos

                               Despiram sua alma


Não podia me olhar

Eu já estava molhada

                           Eu gosto das suas sutilezas


Me comia por debaixo da roupa... Mau caráter


                Ela era a linha tênue ---------------- da

complexidade


     Se ficar excitado de madrugada

     Me acorde


 Espasmos

 Pupila dilatada

 Contração

 Beijando você

 Eu estava molhada

 Sendo chupada

 E lá fora, chuva


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Título: Emília
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri