(Por Diego El Khouri)
"Os vinhos têm pernas e andam trôpegos às encruzilhadas".
Marcos Alves Lopes
creio que páginas em branco
esquecidas num barco perdido
é o veneno contemporâneo
dessa geração que não se entrega
viagens aos confins do infinito
para conhecer almas
sem ponto, vírgulas ou fim
caminhar, caminhar
caminhar e seguir
bêbado além da conta
bridando o amor encontrado
meu olho no olho tece planos
necessita amar de verdade
livres bêbados poetas
no rastro do fogo
raio, tempestade
o tudo e o nada
palavras cruzadas
espalhadas no quarto
a vida é água que passa
numa corrente elétrica selvagem
estrelas nos bares berram
vociferam palavras de não ordem
a dança do mundo escuro me acompanha
luzes de neon também
O que você disse? o que você fez?
dúvidas ecoam
no rabo das santas escolhas
garçonetes de argila penetram línguas
olhos deitados na lua
o bardo canta e ouve
ó porcos poetas
que possuem tolas palavras
a boca coberta de desejo
não conhece prisão
não temos tempo
para pontos e vírgulas
não queremos parar o mar
não podemos esconder o sol
o amor, magia indefinível,
sabe contemplar as flores
e aquecer terremotos
amor, magia sagrada,
misto de pureza e sacanagem
seu ventre opaco me embriaga
as costas escoradas no muro
fumando mais um cigarro
óculos escuros olhando pra cima
foto preto e branco
uma cena bonita
reflexão, pensamento
o amor surge após estremecimentos
agora vejo, agora sei
não conheço, não entendo
agora sinto, agora vejo
agora vivo, agora quero
palavras rasgadas no quarto
bebidas enfeitando a mesa
palavras de não ordem
gritaria e sossego
modigliane, caravaggio,lautrec
estão dependurados no teto
ao lado da hemoglobina sempre viva
de rimbaud e bocage
e algumas granadas e metralhadoras
no assoalho da casa
a rua:
caminho maior da exaltação conquistada
religião prenso na fumaça
e passo para o lado
as tintas ainda na calça
de frente ao cavalete
também há o amarelo nos dedos
o vermelho no falo
samira linda, te quero
nas esquinas, salas, quartos e cozinhas
e no túnel obsoleto dos pensamentos
corporais, imaginativos
ser um contigo como o vento é
para o pássaro
as cores para o pintor
o delírio para o louco
poesia-furação
é aquela que pari
delinquentes cabeças
solitárias
unidas no fluxo febril
das buscas extravagantes
tenho falado
pensado
prensado
analisado
caindo na vida
feito pedra que rola
emerge das cinzas
fênix
ave-fogo-tesão
olhos vestindo sangue
que bombeia
acorda agora e veja
meu corpo nu do seu lado.
Caraleouuuuuu..... sem palavras mais uma vez, te amo obrigada e que deus continue enchendo sua mente de luz!
ResponderExcluirNão preciso dizer muita coisa. Adorei o verso:"a vida é água que passa numa corrente elétrica selvagem". Já roubei essa.
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