"Em forma de droga me adotou, me adornou
Partículas gotejantes no céu de minha boca
Vou sorvendo a cada instante droga em forma de veneno
Veneno de tinta que brilha, me entorpece me contagia".
Partículas gotejantes no céu de minha boca
Vou sorvendo a cada instante droga em forma de veneno
Veneno de tinta que brilha, me entorpece me contagia".
Samira Hadara
pequenino
céu que em cada molécula ecoa
trazendo nos
dentes poeira cósmica e tempestade
um saco de
maconha, livros, camisinhas, guardanapos,
a sangue
frio (nas hordas de banais fantasmas) dizimaste
numa onda
vulcânica poetas que há anos vem devorar me
alimentando
todo tipo de veneno
que também
me alimentaste tempos atrás
palhaço
desajustado de barba mal feita
calça surrada
e olhos negros
caminho na órbita elipsoidal dos desejos
sem pudor ou pecado,
sem pudor ou pecado,
crisálida
flor de delírio me consome
sou parto
feio que entre o falo e a vulva se confunde
as coisas
simples passam por mim
numa
velocidade estonteante,
como não
queimar arroz
não manchar
calças com tinta
ou abaixar
a tampa do vaso
minha mente
voa como águia
para todos
os lados
é lautréamont conduzindo vestes satânicas
os olhos
vidrados de nero
nietzsche dançando nu na frente do espelho
a espinha dorsal que modifica o século
nietzsche dançando nu na frente do espelho
a espinha dorsal que modifica o século
é alfred de musset na noite fria e bêbada
os raios
azuis da divindade
a vagina
quente e molhada
abertas
feridas nas ruínas tingidas de verde
hieróglifos
decifrados
com a língua
que desenho
e capricho
molestando
todos os
delírios visionários
ser poeta nesse
tempo de merda
“é dar de
cara com Artaud
diante do
hospício”
de joelhos contemplando
o sol
a noite nupcial rebola
em cima dos meus sonhos
em cima dos meus sonhos
feridas que
carrego
há exatamente nove anos
quando meu
sangue me torturava
e
chacoalhava meu corpo e alma
boca no vaso
quatro dias
e alguns
meses
enjaulado
“sua multe inteligência
vai te levar
para o buraco”
minha mestra
me disse
na minha infância querida
na minha infância querida
seu crâneo tinha fraldas infinitas
seus olhos negros vultos
sua fala
dança na atmosfera
“de
infinitos girassóis”
sou apenas
rei-pau
carl solomon
amante
insaciável,
sou tudo que
escrevo
tudo que
falo
a ameba
reluzente
e o fio da
meada
acabo sempre
falando sobre mim
dos olhos cansados uivantes
do clarim
espontâneo do orgasmo
das pedras
macias da calçada
dos passos
febris dos artistas natos
sou o meu
próprio picadeiro
clown bêbado
b.b. king na
cartola
e bob Marley
na seda
atravesso o
universo
num "rabo de foguete"
porque posso
porque sou
o ser, a
fibra
o beijo
ardente
a chegada, a partida
abrem as portas
chego em terra nova
nova morada...
chego em terra nova
nova morada...
não esqueça
o raio
este meu
nome: pecado
meu
sonho é teu,
toda a vibração dos poros
os meus e o resto do resto
o silêncio berrado
o grito camuflado
o grito camuflado
a aurora sempre bela
os postes acesos do começo do dia
crianças nos sinais
pedindo uma nova sombra
pedindo uma nova sombra
a corrida forçada no bosque da freguesia
o vem e vai dos lençóis
o fascínio do êxtase
(esse mundo que não nos pertence)...
e me resguardo...
me resguardo
(esse mundo que não nos pertence)...
e me resguardo...
me resguardo
na iluminação búdica
no crimes presentes de arthur rimbaud
na camisinha sempre cheia de esperma
em tudo que vivi, tudo que vivo
meu novo e incandescente amor
na contra corrente sempre bem vinda
(vielas limpas e fedidas)
(vielas limpas e fedidas)
porrada na cara e nos vasos
das bundas de acadêmicos ventres
esse vai e vem nos pertence, samira
e todas as luas e estrelas são os nossos guias
pela floresta que tudo se encontra
dentro dessas grutas vazias
nas escadas de magias douradas
nos prédios dos elevadores adocicados
e nos canalhas que vencem na vida
porque sabem ser canalhas
e à vida empresto sua sordidez preclara
e todos os adjetivos ousados
(chulos)
pela floresta que tudo se encontra
dentro dessas grutas vazias
nas escadas de magias douradas
nos prédios dos elevadores adocicados
e nos canalhas que vencem na vida
porque sabem ser canalhas
e à vida empresto sua sordidez preclara
e todos os adjetivos ousados
(chulos)
e mesmo que portas se fechem
e nos bares desapareça todo álcool,
esse vai e vem sempre será a chave
que nos guiará na floresta industrial
de nossos dias tão precários.
esse vai e vem sempre será a chave
que nos guiará na floresta industrial
de nossos dias tão precários.
"não esqueça o raio
ResponderExcluireste meu nome: pecado,
este meu sonho é teu,
toda a vibração dos poros
os meus e o resto do resto
o silêncio berrado
o grito camuflado"
Uma promessa de vida e de paixões intensas. Um ode de amor às avessas!
Rsrsrsrsr enigmas...enigmas...o quanto me decifras poeta? Esta me desnudando a cada dia, e na frente de todos KkkKk!
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