quarta-feira, 24 de abril de 2013

CIDADE-VERTIGEM

(Poema e Pintura: Diego EL Khouri)

A melodia interminável - a gente perde a margem, e entrega-se às ondas.
Nietzsche 

cidade-vertigem que abriga braços
 seu silencio acalma a paisagem
suas cores excitam poemas
seus traços convertem  espaços
músicas febris, algumas mesas
lado a lado com os papos
de bêbados sorridentes da noite
que não se cala nem por decreto.

minha poesia (bomba cruel minoritária)
feita para encantar corações
se faz na loucura
da luta da vulva no falo
no beijo que outrora roubei
nas mil e uma faces da morte
do prazer que vem sem medo.

A língua vibra 
e não me calo

ariano atroz de olhos firmes
a boca seca esconde um crime
no inconformismo sem uniforme
nas bandeiras que um dia queimei
e em tudo aquilo que posso e o eu que não posso
cravar meus dentes  na sombra da morte
"no eterno meio dia"

os olhos estão vivos
olhos que um dia viraram sangue
alma coagulada em delírio
corpo de fome, bílis fugitiva
filas,filas filas, filas, filas

 desqualificados pais
andam
ainda você não sabe

eles andam e não te falam

minha fome de vida é prazer
vi palavras, rimas dispersas
 lançadas em finos cadernos 
o jazz volúvel encorpado,sua cara embriagada
no meio do pátio
a música dissonante do amor

e te amo aberto em delírio
na cidade-vertigem
te amo sem nenhum cinismo
em ti encontro abrigo

te amo
e me encontro bandido
amantes devassos amigos

te amo 
em constante vício
na cidade-vertigem 

tempestade em cápsulas de fogo
dançando em volta da fogueira
te amando sem pudor, meu amor
que é febre que não acaba
na cidade-vertigem

              (bocas unidas -

 você:

       meu 
            amor

 você

                      meu abrigo).




Um comentário:

  1. Puta que pariu, vai ser bom assim lá em casa, rsrsrs adoravel, perfeito, lingua boa essa sua, cabeça que gira pelo mundo a fora. Amo te incondicionalmente.

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