(Por Diego El Khouri)
Ao Edu Planchêz, Rubem Zachis e Ícaro Odin
coração desnudado feito praga
feito argila, sonhos, fetos,
molhado nesses voluptuosos corpos
embriagados de excessos
o poeta se desnuda
grita, berra
expõe sua vida
como se parisse no ventre sujo da noite
todas as faces-ruínas do homem
na boca chula da fome.
dessa vez foram-se braços e pernas,
os olhos, intestinos, a boca e todo talento!
deixaram sobre a calçada míseros 10 reais
colhido às pressas na quinta da boa vista
onde o teatro se representa.
“me afogar em vinho místico”,
negar apolíneo até o fim?
o “sutra de lótus” retumba
meu pênis esfrego sobre azulejos coloridos
e imagens santas ortodoxas
reclamam ao monstruoso arquipélago humano
uma fome menos brutal,
(vísceras remexidas,
me arrancaram o intestino...)
“tudo continua
nas ramas das estrelas descobertas,”
“no cume da montanha de Zaratustra,”
“na bolsa de veneno”
na poesia delirante
dos “vagabundos iluminados”.
Eu (!),
"menino deus do sexo azul dourado”
"menino deus do sexo azul dourado”
não nego a loucura nem o precipício,
negar Artaud é negar o êxtase
e toda poesia moderna,
(a coruja pede silêncio,
rebola,
e entrega o
manual de poesia... )
há o limite estreito
a estreita paisagem...
beijar as portas de todo hospício
de todo e qualquer hospício
não importa qual hospício,
apenas beijar,
beijar,
beijar
e beijar...
beijar,
beijar
e beijar...
não é possivel paz
sem se machucar?
sem se machucar?
Como sempre foda, te amo meu lindo. "A Suspeita".
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