Em clima de eleição posto aqui esse poema do grande Glauco Mattoso:
SONETO 17 SÁDICO
Legal é ver político morrendo
de câncer, quer na próstata ou no reto,
e, pra que meu prazer seja completo,
tenha um tumor na língua como adendo.
de câncer, quer na próstata ou no reto,
e, pra que meu prazer seja completo,
tenha um tumor na língua como adendo.
Se for ministro, então, não me arrependo
de ser-lhe muito mais que um desafeto,
rogar-lhe morte igual à que um inseto
na mão da molecada vai sofrendo.
de ser-lhe muito mais que um desafeto,
rogar-lhe morte igual à que um inseto
na mão da molecada vai sofrendo.
Mas o melhor de tudo é o presidente
ser desmoralizado na risada
por quem faz poesia como a gente.
ser desmoralizado na risada
por quem faz poesia como a gente.
Ele nos fode a cada canetada,
mas eu, usando só o poder da mente,
espeto-lhe o loló com minha espada.
mas eu, usando só o poder da mente,
espeto-lhe o loló com minha espada.
(Glauco Mattoso. Centopéia: sonetos nojentos e quejandos. SP: Ciência do Acidente, 1999)
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