quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Karnal, Pondé & Cortela

Por: Nathalia Claro Moreira 


Há uns anos o brasileiro elegeu Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé como referências de uma intelectualidade irrestrita. Karnal tem trabalhos em História da América, que é sua área de formação, e Pondé, em Blaise Pascal. A situação ficaria calma se eles se mantivessem em suas lagoas.


Mas a conjunção astrológica de língua ferina, terno bem passado e pele branca transformaram ambos em uma espécie de Oráculo de Delfos.


Não era raro ver Karnal conversando com Fátima Bernardes sobre... qualquer coisa. Mesma coisa Pondé. Futebol? Marketing? Conflito entre duas tribos africanas em alguma região remota subsaariana? Pix? Budismo? Jesus? O retorno do KLB? Tudo. Um belo discurso, uma frase de Shakespeare, uma curiosidade histórica, um aforismo de Nietzsche, um ar de caviar com champanhe no Coco Bambu... vinha uma resposta encantadora. 


E o brasileiro acolhia. A Globo acolhia. A GNT acolhia. A impressão é que esses caras passam 24h estudando "Atualidades", mas a verdade é que seus últimos trabalhos são aqueles atrativos ruins da seção de Auto-ajuda (e que infelizmente pipocam os 10 mais vendidos do ranking da Veja).


Esses dias Karnal argumentou que mandar áudio em WhatsApp é coisa de analfabeto. 


Hoje, li um artigo sórdido do Pondé arguindo com seu jeito pobre de reflexão que "autismo é a última tendência do mercado". 

Como Édipo, os olhos sangram. 


Em minha última aula de Metafísica na UERJ, um renomado professor disse rindo que a CNN havia ligado para o departamento perguntando se ele poderia falar sobre o conflito da Ucrânia com a Rússia. Ele perguntou se poderia falar sobre a ontologia da guerra. Desligaram. É isso. Sapos intelectuais, fiquem em seus lagos."


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Segundo Gerson Carneiro...


"A máxima do Karnal para mim foi "palestrar" sobre maternidade no Dia das Mães. Eu realmente não sabia que Karnal é mamãe.


A máxima do Pondé para mim foi vê-lo tentar falar mal de cotas para negros em uma universidade em uma cidade do recôncavo baiano cuja população de alunos é 90% negra. Foi expulso de lá pelos alunos, obviamente. 


Ainda tem o Mário Sergio Cortella. O menos mala é o Clovis de Barros. 


Esses caras enchem os bolsos contratados por prefeituras para falar por cinquenta minutos as abobrinhas de sempre para encantar professores da rede municipal de ensino."

* Doutora em Filosofia pela UFRJ




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