(Diego EL Khouri)
(A Kelly Cristina Gonçalves)
Costurado em seus olhos
eu permaneço quieto e sereno
beijando a madrugada
e engolindo todo veneno.
Na revolução marxista
nas noites e nos dias
suas mãos em guerra inspiram
perfumes cheio de brilho.
Uma boca desnuda em febre
olhos quase fechados
resvalando por cima cabelos de fogo
atravessando o bucolismo e a ilusão
na calda do sossego-desassossego.
Como se eu sugasse todo seu amor
a boca sente-se pressionada
alheia a luta de classes.
Não há mais nada que essa boca
no meio do turbilhão dos crimes,
aqueles nunca retratados.
Há apenas a sua boca
sussurrando palavras de desordem
apenas seus olhos gritando à ordem
que caminhe contrária a Morte
de quem luta e nunca sofre.
Essa boca sim, bela e sedosa,
cuspindo guerras e misticismo.
Essa boca é a beleza pura
um reino onde não há cinismo
quero me perder nessa região
e ser pra ti mais que amigo.
Quantos ainda veremos partir, por culpa da omissão?
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