sede e fome pelos campos de outrora
flores se abrem em gotas de sangue que as beijam
repletas de ternura e carinho
envolva-me em teu abraço
assim como deixo que o barco viaje
e leve-me longe da turbulência de ondas
pois a vil voracidade atrapalha e fere
o calor nos aquece
poeta errante de paragens insólitas
atrás da bebida prometida
que não chega nem em malas anciãs
e muito menos em liquidação de deuses
o mecardo está fechado
bares repletos de uma alegria alérgica
sem senso comum a minha identidade atual
tagarelam meiguices idiotas
tão belas aos nossos olhos
olhos de poeta ou burocrático
construa uma ponte, eleva a mente
pés precisam se encontrar
minha mão em tua face a vestir
essa luz confortadora
que nada tem de correta
envolva-me em tua luz
ó rainha dos meus sonhos
tão lindos e perversos
paixão que sufoca a alma
como quero-te entre a moldura e o acaso
perdida em meus braços
tão trêmulos de desejo
és a faca e o queijo
o jazz sombrio que se perdeu
sintas minha mão em tua face
minha boca em tua alma
posso sentí-la por dentro
além da matéria
de bruços sobre a cama
sinto a calma de teu sono
que perpetua em pensamentos azuis
ó quantas belezas sutis
entraram em minha vida
e me fizeram de palhaço nas esquinas?
o telefone toca
dívidas traçoeiras
me perseguem
como bússulas do desamor
flores ainda a crescer nesses campos
mutilados pela guerra
paisagens onde muitas vezes
nos entregamos
sonhos coloridos
cetim rasgado no céu febril
a máquina dança defeitos
"assim sutilmente em silêncio
abri meus braços
pois já não há mais como cruzá-los"
secou a fonte
a sede prolonga
sentas do meu lado
deixa ver de perto
teu vil coração
em sintonia com algo
ou alguém
não me resta saber
apenas sentir
a pulsação
que tens
enquanto pensas em alguém
que não eu
mas bela é a sintonia
que invade chamas
corpos em transe
alma que fala e grita
em gemidos de amor sincero
como quero-te bem
em paz contigo mesma
que tenha dois braços a mais
que aqueça e forneça abrigo
alguma boca que te beija
com o carinho que para ti lanço
alguém que ouça e entenda teus poemas
assim como ouço e entendo
que te pegues pela cintura forte
e puxes para perto do corpo
(peito no peito
loucamente
serenamente)
banhando-se em esperma e amor
quero-te aqui novamente
a olhar forte, bem forte, reto, sereno,
quente
olhar mudo
em silêncio permaneça
de braços abertos
e lágrimas nos olhos
em silêncio permaneça
de braços abertos
e lágrimas nos olhos
esse olhar mudo não me esqueça
apenas me aqueça em amor e carinho
não... não me esqueça.
apenas me aqueça em amor e carinho
não... não me esqueça.
Diego,
ResponderExcluirnão sei que alquimia é essa que vc. faz, entretanto balanga nosso cérebro
beijo
rosa flor