quarta-feira, 4 de setembro de 2013

SOBRE O NOVO LIVRO "A VALSA DAS FALENAS" DE ULISSES AESSE

Abaixo segue o texto que fiz para o novo livro de Ulisses Aesse lançado esse ano:


caricatura feita por Diego El Khouri


Sobre o novo livro de poesias de Ulisses Aesse chamado "A valsa das falenas"

(Por Diego EL Khouri)

A poesia se encontra viva e submersa na alma e na vida desse grande artista contemporâneo. A centelha da luz divina que cuspiu em seu ser toda força que a palavra necessita: intensa e cheia de barulho. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Ulisses Aesse já agregou em sua jornada infinitas existências. Um canto harmonioso onde a palavra, instrumento subversivo do amor e da liberdade, dança numa redoma de êxtase incrível, despejando em nossos corações infinitas sensações que só o poder da poesia é capaz. O espelho primordial da luta pela cultura e uma maneira de gritar aos céus que é preciso sentir a vida pulsar em toda sua plenitude:” dizer sim à vida até diante de seus problemas, mais estranhos e difíceis; o desejo de viver acima de exaustão mesmo diante dos maiores sacrifícios "; dizer sim à vida com todo seus contornos e nuances, de joelhos perante a existência, esse amálgama de cores e formas na visão dionisíaca de Nietzsche. Ulisses, o poeta que atravessa os céus como uma ave de rapina perante o prazer da luz nos clareia com versos que vão além da palavra, pois sua arte é vida, células, sangue e núcleo.

“Faço poesia num jorro de idéias, onde o vício está em cada verbo. Vejo o verbo se derramar à minha frente, como cachoeiras de palavras. A poesia, em si, não tem explicação.” É um arroubo sentimental, misto de loucura e desejo. “A orgia mais fascinante ao alcance do homem” como Breton dizia. Ler suas poesias é sentir Deus, o amor sem mácula alguma, é transbordar-se em sensações únicas, beber na fonte de mestres o paladar palpável do verbo que entra na boca e nos desnuda por completo. Cada verso há uma procura e um desejo ardente por prazer e redenção. As mulheres de Ulisses transbordam em suas linhas desse livro confessional numa volúpia incrível, intensa e simples. Ele escreve/ descreve o que vive e senti. E é essa idéia que o poeta tem que entender. Não dissociar vida e obra. “O poeta nasce, se faz, se educa. É preciso, antes de tudo, gostar da poesia. Amá-la como se ama um filho, os pais, o chão onde nasceu.” Essa valsa cheia de falenas, com suas asas lascivas cheia de tesão, que sobrevoam todas as páginas do livro de Ulisses (esse bardo consistente) é uma viagem bela; “um lugar/ onde o sol/ canta/ e encanta”, “um céu/ de flores,/ desejos; / de ramas/ abraços.”; “falernas (noturnas) no espaço”, a voz se fazendo viva e potente no apelos do amor.

Sim. um belo livro com certeza, transparência lúcida, imagem real do despudor.


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Ulisses Aesse é editor do jornal Diário da Manhã, poeta e
vocalista da banda de rock chamada Exame de Fezes.

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