domingo, 9 de fevereiro de 2020

PERTO DE QUALQUER COISA

Por: Diego El Khouri 

que pétalas de fumaça urram vespas em voluptuosos altares? que fome senil de vida arcaica senhores pálidos vociferam em palanques e palcos? que falta de ritmo falta à poesia para sair da zona confortável? que amor esse que  me sussurra tempestades no olho febril da artista de traços atemporais? que olho-vivo sobrevive ao redor dos pivetes abandonados nas periferias das cidades? que xadrez esse que coronéis barrigudos perante multidões de desnutridos arquitetam levianas fábulas? que   ventres se alimentam  de  feijõezinhos esquecidos nos lixos das praças? que pensamentos me devoram perante esse deserto que a  miragem redesenhou na perversa  pós modernidade ? que blues  rascante risca a paisagem com sua melancólica gaita? que vento voraz veste vozes vivas no vórtice  veloz    vil volúvel -- ventre vestido de vento na  vetusta  velocidade ? que ainda é cedo ou tarde (?). Fato não é verdade. vozes vacilantes  se quebram no ar.  os moinhos ainda tem vento. a palavra ainda carrega êxtase e tempestades.  resistência  resiste. resistência  existe. ou volto a ver o rabo perverso  do fascismo crescer?

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Diego El Khouri; 
04, Fevereiro,  2020; Ap. de Goiânia.  Perto de qualquer coisa de algum lugar.

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