Por: Diego El Khouri
que pétalas de fumaça urram vespas em voluptuosos altares? que fome senil de vida arcaica senhores pálidos vociferam em palanques e palcos? que falta de ritmo falta à poesia para sair da zona confortável? que amor esse que me sussurra tempestades no olho febril da artista de traços atemporais? que olho-vivo sobrevive ao redor dos pivetes abandonados nas periferias das cidades? que xadrez esse que coronéis barrigudos perante multidões de desnutridos arquitetam levianas fábulas? que ventres se alimentam de feijõezinhos esquecidos nos lixos das praças? que pensamentos me devoram perante esse deserto que a miragem redesenhou na perversa pós modernidade ? que blues rascante risca a paisagem com sua melancólica gaita? que vento voraz veste vozes vivas no vórtice veloz vil volúvel -- ventre vestido de vento na vetusta velocidade ? que ainda é cedo ou tarde (?). Fato não é verdade. vozes vacilantes se quebram no ar. os moinhos ainda tem vento. a palavra ainda carrega êxtase e tempestades. resistência resiste. resistência existe. ou volto a ver o rabo perverso do fascismo crescer?
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Diego El Khouri;
04, Fevereiro, 2020; Ap. de Goiânia. Perto de qualquer coisa de algum lugar.
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