quinta-feira, 23 de abril de 2020

GG ALLIN



Por: Alexandre Mendes

Vê aquela flor?
Um dia, ela foi rosa
perfumada, bonita
impávida e formosa.
Hoje, jaz no triste limbo
seca, cinza e horrorosa

Vê aquele animal?
Um dia teve sorte
abanando a cauda,
alegre e forte.
Hoje, expele dolorosos vermes
esperando a própria morte

Vê aquela construção?
Um dia foi admirada
retilínea, colorida
janela e porta cor de prata.
Hoje, abalada e vazia
entregue à cupim e barata

Vê aquele homem?
Um dia foi contente
hábil, musculoso
viril e atraente.
Hoje, acamado e febril
cheio de escaras, inconsciente

Vê o nosso mundo?
Um dia foi arejado
água limpa; solo rico
clima ameno e temperado.
Hoje é superaquecido,
poluído e desmatado

Vê como é o destino?
Um dia é otimismo
crença em contos
verdade mal contada
outrora é escuro abismo,
e o fim da linha revela o nada


quarta-feira, 15 de abril de 2020

"A PINTURA ESTÁ MORTA"

Por: Nonatto Coelho 


A PINTURA ESTÁ MORTA?
Nós podemos imaginar a vertigem que certas academias ( não  é regra geral) tem de aceitar de forma positiva o ofício da pintura no mundo contemporâneo. Essa frase de efeito cunhada que diz "A pintura está morta " , para mim não  passa de uma provocação, um brado estéril, prepotente, frase de efeito de quem por ventura tem ou teve o "poder " de falar, e foi cooptada por gente que não  gosta, ou não sabe pintar.  
O poder é uma coisa maravilhosa, mas o poder concedido à pessoas inteligentes é  o que leva à boas convenções da vida em geral. Eu tenho observado o conceito de certas academias que por falta de competência, ou compromisso com a arte tem levado à distorção da realidade do fazer artístico. E  aí deforma e não informa à contento o neófito. Muita gente que poderia ter encontrado uma boa formação, se perdeu nos compêndios de Academias  arte. Eu continuo acreditando que arte não  se ensina, entretanto se aprende. Arte, como a fé na religião não  pode ser ensinado, ninguém aprende a ser criativo, nasce criativo e a escola pode ajudar, quando não  confunde e aniquila o calouro impondo dúvida intransponíveis ao mesmo, provocando um efeito contrário... O stablisment quer que vc tenha um diploma, tudo bem, não vejo nenhum problema nisso, mas o problema da pessoa que entra na academia para "Se tornar artista", frequentemente começa quando termina a faculdade. A faculdade não  ensina como vender o trabalho do antropo e por aí pode ter feito de você um arte educador. Somente.
  Ser artista é ter o dom. A pintura não  morrerá jamais, isso é balela de quem tem limitações no campo, mas é um professor de ensino superior; daí é preciso desconstruir o ato pictórico para sua existência como professor sem knowhow acontecer na instituição de ensino . Eu conheço academias, principalmente na Europa, que tem um corpo docente compromissado com a pintura, e tem competência de sobra no campo pictórico. Pergunte à esses mestres se a pintura está morta.
 Arte pictórica esteve conosco nas cavernas, e se voltarmos pra caverna ela nos acompanhará . A pintura esteve, está e sempre estará viva.
 Abraço fraterno 🎨

Nonatto Coelho 
Artista e pesquisador



terça-feira, 14 de abril de 2020

SITUAÇÃO DO AUXÍLIO EMERGENCIAL

Por: Catarina Crystal Blues

eu analiso
tu analisas
ele analisa
nós analisamos
vós analisais
eles analisam

MORAES MOREIRA (1947 - 2020)

QUARENTENA

(Moraes Moreira)

Eu temo o coronavirus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
Será minha própria lida

Assombra-me a Pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mais atenção
O sentimento é profundo

Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito

De quem será esse lucro
Ou mesmo a teoria?
Detesto falar de estupro
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não violência
Toda noite e todo dia

Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
As vezes é o que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido

Até aceito a Policia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta

Com tanta coisa inda cismo...
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também a misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia

As coisas já foram postas
Mas prevalecem os reles
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres


O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não Tem tempo, nem idade.



domingo, 12 de abril de 2020

SOF@ FEST 2020





Neste momento de quarentena por conta do corona vírus, a ideia é ficar em casa. Mas fazendo o que? Pensando nisso, nós artistas queremos contribuir de alguma forma para que esta fase de reclusão seja menos tediosa e mais divertida. Então, estamos aqui para lançarmos o SOFÁ FEST 2020, onde, no conforto da sua casa você, poderá aproveitar de atrações musicais, cinema, teatro, artes visuais, poemas, yoga, terapia xamânica, medicina tradicional, oficinais musicais, resenhas de discos e muito mais.
Tudo começa agora na próxima quinta-feira, dia 02 de abril, a partir das 18h:30min, horário de Brasília. E vai até o dia 07 de abril às 23h:59min. Todas as atrações serão transmitidas em lives dos canais de facebook e instagran dos próprios artistas e retransmitido pelo canal oficial do festival no youtube, digitando na busca Sofá Fest 2020. Participe fazendo sua inscrição e dando seu like. Contamos com seu engajamento!
Também você pode acessar nossa fanpage no facebook, digitando na busca Sofá Fest 2020 e ficar por dentro de tudo que está rolando no evento. Novidades, currículo dos artistas, sinopse das atrações entre outras informações importantes. Então, passa lá e dá uma curtida que você estará contribuindo para a realização deste evento.
Antes de mais nada, é bom a gente lembrar que este projeto é uma iniciativa coletiva dos próprios artistas, sem fins lucrativos, com a cobrança de ingressos voluntários que ocorrerá da seguinte forma: o público que quiser contribuir poderá fazê-lo através do depósito em conta ou outros canais de colaboração disponibilizados diretamente pelos artistas e colabores. Se você quiser contribuir com a organização do festival, você pode depositar qualquer quantia na conta do Banco do Brasil, agência 0175-9 e conta 2388-4. Lembrando que, esta contribuição será destinada apenas aos organizadores.
As lives vão ocorrer todos os dias nos períodos da manhã, tarde e noite. De manhã o tema será saúde, mente e espiritualidade. De tarde, artes e oficinas e de noite vão ocorrer os shows musicais. Fique ligado na programação disponível nas nossas plataformas digitais e acompanhe suas lives diretamente do canal dos artistas e colaboradores pelo facebook, iinstagram ou na página oficial do evento no youtube. Interaja, compartilhe com os amigos, convide os familiares e não deixe de assistir e contribuir para fortalecer o evento e a cena artística. Grande semana para todos nós e esperamos vocês na próxima, a partir das 18:30 na abertura oficial do Sofá fest 2020. Até lá!



Nós, da organização do SOFÁ FEST 2020, agradeçemos imensamente a sua participação neste projeto. Sem a sua generosa participação nada disso poderia ser feito. Enviamos a você algumas informações importantes para que o festival ocorra de forma a atender as expectativas de todos os envolvidos. Então, vamos lá.
O SOFÁ FEST 2020 é um projeto coletivo virtual, sem fins lucrativos e portanto ele só se realiza, de fato, através do envolvimento de todos. Pedimos inicialmente que você acesse nossa fanpage no facebook ( https://web.facebook.com/sofafest/ ) e nosso canal do youtube ( https://www.youtube.com/channel/UCNaLIZbVDnSCRvcf yjWCGAg ). Inscreva-se. Sugira para que os amigos e amigas façam o mesmo, assim, todos os participantes terão a oportunidade de se comunicar com um maior número de pessoas.
Abaixo, seguem as informações básicas sobre o funcionamento do festival e procedimentos para a realização das lives:
• O festival terá início no dia 02/04, às18h:30min - término no dia 07/04, às 23h:59min.
• A programação ocorrerá diariamente (com excessão do dia 02/04) a partir das 10h e encerramento das transmissões às 23h59min.
• A programação é dividida por temáticas. Manhã: saúde, mente e espírito. Tarde: oficinas, exposições e exibições artísticas. Noite: shows musicais.
• Cada ação (shows, oficinas, bate-papo, exibições) do festival terá duração de até 60 minutos.
• As ações estão distribuídas em 08 agendas diárias. Manhã: 10h e 12h. Tarde: 14h, 16h. Noite: 18h:30min, 20h e 23h.
• LIVES: Dez minutos antes do horário combinado, o artista ou colaborador deve iniciar sua live para que as transmissões simultâneas aconteçam. No horário estipulado, a ação deve ocorrer e finalizar em até uma hora após seu início. As transmissões simultâneas serão suspensas automaticamente após uma hora e cinco minutos.
• As lives, preferencialmente, devem ser feitas pelo facebook, embora será possível realizar pelo
SOFÁ FEST 2020 – Festival Virtual de Artes
  
instagran. Se for transmitir pelo instagran, avise a organização com antecedência.
• Ajude a divulgar o festival.
• Ao final do festival, todo material será arquivado e organizado nos canais citados e disponibilizado publicamente.
• Qualquer dúvida, contatar a organização.
Sua participação com ideias e sugestões é muito importante para que sejamos bem-sucedidos neste projeto. Mais uma vez agradecemos a sua participação e esperamos que mais oportunidades como esta possam ocorrer em breve. Sucesso sempre!
Organização do SOFÁ FEST


O OLHAR ARTÍSTICO DA MAYTE GUIMARÃES

Por: Diego El Khouri 

Conheci Mayte através  das conexões artísticas.  Logo depois soube que ela é sobrinha  do mais respeitado e engajado artista plástico goiano vivo: o Amaury Menezes.  Porém, Mayte criou dentro do seu universo artístico uma linguagem própria.  Abaixo  o bate-papo com essa artista das artes visuais e da literatura:



*Para conhecer a obra da artista eis o  link do seu site:

Instagram: 


1- Você  é filha de artista e sobrinha do Amaury Menezes, um dos mais respeitados artistas plásticos  de Goiás. De que forma eles foram importantes para que você mergulhasse nessa linguagem artística e desenvolvesse seu próprio trabalho?

De fato, eles foram os que mais me influenciaram a querer ser artista. Meu pai porque cresci o vendo trabalhar em seu ateliê, onde hoje é meu local de fazer arte, o Maytelier. Já meu tio-avô Amaury, passei a infância e parte da adolescência convivendo muito com ele, às vezes ia com meu pai em seu ateliê, ia às vernissages, sempre vendo sua arte e de amigos dele. De certa forma ele me influenciou na paixão pela aquarela, na qual é um mestre. 
Nos primórdios do meu aprendizado em desenho, um amigo que é artista plástico, Guilherme Eugênio, um dia disse que meu traço parece o do meu pai. De fato sempre fui admiradora do traço dele, por ser solto, livre, como procuro fazer o meu. Então creio que fui muito influenciada pela arte dos dois, mas claro, sempre respeitando meu próprio traço e minhas características.



2- Quais outros artistas te influenciaram nos primórdios de seu fascínio pela pintura? 

Um grande amigo artista plástico, Murah Lemos; artistas locais contemporâneos do meu tio Amaury, Saida Cunha, Roos, DJ Oliveira, outros artistas locais como G. Fogaça, Guilherme Eugênio, Mateus Dutra, Gustavo Rizério, meu professor de desenho e pintura Waldemar Lima, Simone Taya, Paulo Duarte. E claro, os clássicos como Da Vinci, Van Gogh, Renoir, Modigliani, Klimt, Kandinsky, Miró, Frida, dentre outros que tive oportunidade de conhecer em museus na Europa, Buenos Aires, Nova Iorque e Miami. 




3- O livro "Quarto de despejo: diário de uma favelada", escrito pela Carolina Maria de Jesus inspirou sua série "Cinderela Negra". De que forma essa obra da Carolina te impactou e por que uma série inspirada nessa autora?

Sempre fui fascinada pela história de vida das pessoas. Um dia me deparei com a sinopse do livro da Carolina na minha timeline do facebook, fiquei muito intessada. Consegui emprestado e já nas primeiras páginas fiquei estarrecida com a forma com que ela contava as dificuldades porque passara, e com o que ela relatava. Também vi que o tema é extremamente atual, a miséria vivida por milhões de pessoas, não só no Brasil, mas no mundo. Foi bem na época em que planejava produzir uma série pra minha primeira exposição em Goiânia. Daí surgiu a ideia de fazer a série baseada no livro, por ser um tema atual e por ter mexido comigo internamente, no sentido de olhar mais pro próximo e imaginar o que será que ele vive, por quais dificuldades ele passa, em que posso ajudá-lo, mesmo não tendo muito.





4- O que te motiva a criar?

O processo criativo pra mim é algo muito pessoal. Ele acontece sempre que sinto dor ou amor. Seja dor pelas mazelas mundanas, seja dor por processos internos, seja dor de amor, ou mesmo amor, não só o romântico, mas o amor cósmico, universal. Essa é minha mola propulsora pra criar. Também a vontade de mostrar pro mundo a minha visão sobre o que sinto, o que vejo, o (pouco) que compreendo do universo.



5- Como você vê a cena cultural e artística de Goiás?

Pergunta polêmica, risos. Considerando que consumo arte e cultura desde a infância, por estar em contato com meu tio Amaury, artista renomado em Goiás e no Brasil, desde criança, por ser filha de artista, e depois por gostar de arte e continuar a buscar por ela até hoje, vejo a cena cultural e artística goiana forte no sentido de ter muito artista bom fazendo arte e produzindo cultura, mas desvalorizada. Tanto no âmbito governamental quanto no âmbito pessoal, ou seja, das pessoas desvalorizarem os artistas locais, dando preferência ao que é de fora. Quando estudamos história da arte, não se fala muito em história da arte local, regional, mas sim a mundial. Então sinto que falta incentivo até mesmo das escolas, do governo em resgatar e mostrar nossas raízes culturais verdadeiras, que não são só a europeia, mas principalmente a indígena brasileira, a africana, a sul americana. Sendo assim, acho que valorizaremos ainda mais o que temos de bom e belo em Goiás. Por isso valorizo tanto meus amigos e amigas artistas, antes de valorizar estrangeiros. Eles me enriquecem muito.


6- Você também escreve poemas e prosas. Quais autores te influenciaram na literatura? Fale sobre sua escrita. 

Costumo dizer que sou escritora por atrevimento, pois não é minha graduação. Porém sempre gostei de escrever. Desde criança escrevo diários, cartas pra família. Sempre foi minha forma de externar o que sinto, pois sou tímida - era mais na infância -, e não lidava bem em demonstrar sentimentos oralmente, daí encontrei na escrita a maneira de colocar tudo pra fora, de forma poética. Minha avó paterna era poetisa, Teresa Godoy, que foi quem me inspirou a enveredar pelos caminhos da poesia. O primeiro poema que tenho registrado foi em 1991 ou 92, com uns nove ou dez anos. Os autores que me influenciaram e influenciam não são apenas da poesia, mas autores clássicos como Machado de Assis, Rubem Braga, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Victor Hugo, dentro outros. Autores locais também como minha avó Teresa Godoy, minha tia-avó Maria Rosa Fleury, Augusta Faro, Yeda Schmaltz, Leda Selma, Maria Lúcia Félix Bufáiçal, Adalberto de Queiroz. 





7- Como produzir arte em tempos tão sombrios?

  "Só a arte salva." Justamente por serem tempos sombrios é que devemos produzir arte, porque é através dela que amenizamos a dor causada pelos tempos sombrios. A arte nos afaga a alma, nos abraça e acaricia, fazendo-nos reviver em dias tão doloridos, diante de tanta crueldade vista mundo afora. A arte faz-nos enxergar o que não conseguimos ver às vezes por causa da dor. Por isso faço arte, pra me trazer de volta à vida colorida e bonita que existe no universo, mesmo com tanta feiura, desamor. Ainda que a arte seja vista como algo suplérfluo e desnecessário por muitos, continuo porque sei que ela e o amor que sinto por ela é que me farão passar por esse momento em que vivemos. 

8- Uma frase.

O amor e a arte salvam.



9- Próximos  passos.

Estou produzindo uma série nova chamada "Aflorou", que pretendo expor ainda esse ano. Tentando não sair do centro por causa dessa quarentena e esse vírus que está fazendo um estrago no mundo. Como bióloga às vezes perco a esperança, mas como artista, ela sempre ressurge das cinzas, como a fênix que sou. Planejando publicar meu primeiro livro solo de poesia também esse ano. 

10- Deixa um recado. Fale o que quiser.

Pessoas lindas e artistas do mundo, uni-vos contra os poderosos asquerosos que querem a todo custo nos escravizar e destruir a humanidade. Mas antes de mais nada, cada um deve mergulhar dentro de si mesmo, libertar-se de todas amarras impostas desde sempre e assim acabar com toda desigualdade, desamor, escravidão. 




sexta-feira, 10 de abril de 2020

POR: EDUARDO MARINHO

Em meio à pandemia mundial, os Estados Unidos, através do seu presidente, anuncia "a maior operação anti-drogas do hemisfério ocidental". E já desloca navios, aviões, armas e bombas pra área do Caribe. Essa conversa de "guerra às drogas" já perdeu a validade faz tempo. Com esse pretexto foram montadas pelo menos treze bases militares estadunidenses só dentro da Colômbia. Há muitas outras bases em vários países da América Latina, região historicamente considerada "quintal" dos EUA, com a subalternidade declarada de "elites locais" em todos os países "colônia" deles. Quem pensar em deixar de ser colônia, é inimigo declarado. A "embaixada" é a base de inteligência pra derrubar qualquer governo que contenha o saque, o domínio e a exploração dos colonizadores. Pra isso são dados os golpes de estado na região toda. A Venezuela tá só esperando a invasão começar, forças armadas em alerta total. Que não esperem um "passeio" pela Venezuela - a não ser que estejam planejando um ataque nuclear. Ameaça de guerra na América do Sul, a partir da Colômbia ou do mar do Caribe. A acusação do Trump de que Maduro é traficante, dono de cartel, não encontra respaldo nem na agência anti-drogas dos EUA, o DEA na sigla em inglês. Em estudo de dois anos atrás, registraram que 90% da cocaína apreendida em território estadunidense tem origem na Colômbia, 6% no Peru e 4% tem origem indeterminada. A mentira óbvia não esconde a intenção de derrubar um governo que não se entrega aos colonizadores, não entrega as riquezas nacionais e nem mantém a ignorância crassa do povo, pra que seja fácil de manipular, enganar e explorar como é aqui. As base militares na Colômbia demonstram que não estão ali pelos motivos alegados. Talvez estejam mesmo pra garantir a qualidade do pó cheirado nas bolsas de valores, nos mercados financeiros que consomem drogas e vidas. O certo é que dali e de todas as outras bases instaladas na região nos monitoram e ameaçam a todos os latinoamericanos. Não basta a epidemia estar zoando lá na terra deles mais que qualquer outro país do planeta - já estão usando valas comuns pra enterrar os mortos empilhados em Nova Iorque -, Trump pretende começar uma guerra aqui no nosso continente, com as forças armadas oficiais e mais os mercenários que eles já têm na região. Toda a guerra midiática, toda a sabotagem, todas as tentativas de golpe, desde Hugo Chávez (doc - A revolução não será televisionada, da BBC), corte de luz, boicote de alimentos e remédios, sanções internacionais criminosas, tudo falhou, nada conseguiu derrubar o sistema bolivariano da Venezuela, a união cívico-militar proposta por Chávez deu seus frutos. Agora é a descaração total, em meio à pandemia mundial o criminoso instalado no governo estadunidense prepara o caos, na obsessão de recolocar a Venezuela na condição de colônia.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

A SIMPATIA DO BOLSONARO COM O NAZISMO



Por: Diego El Khouri 

Depois de tantas declarações preconceituosas defendendo ditadores e torturadores, entre outras bizarrices que nem precisamos enumerar,  para qualquer pessoa reflexiva e com discernimento, a vitória do energúmeno bolsonaro na eleição de 2018  foi realmente algo chocante. Muitos intelectuais se deram o trabalho de estudar esse fenômeno. Mas Agora depois de mais de 1 ano de governo e vendo os desmonte em todas as áreas,  a negação da ciência  e a loucura desses ministros retardados, é impressionante que  esse imbecil facistinha de merda ainda tenha apoio. Entendo que muita informação não chega na rapaziada que o apoia  e muito menos naquilo que no linguajar popular chamam  de "tiozinho do pavê". Renato Russo mesmo,  vocalista da banda  Legião Urbana  que faleceu  em 1996, criticou várias  vezes o fascimo que ainda era algo latente no Brasil... Ou seja, não é algo novo nesse país ainda sabotado por um ensino pífio e manipulado pela mídia (esse monstro cujo tentáculos  fazem parte de um poder nos bastidores  que controlam  a sociedade através da psicologia do inconsciente). Não esqueçamos  que o maior grupo fascista fora da Itália foi justamente  no Brasil,  os chamados Integralistas (Para entender melhor esse momento ver no YouTube um vídeo bem interessante do Eduardo Bueno sobre esse período). 

 Até quando bolsonaro ainda vai enfiar o dedo no cu do brasileiro e rasgar até que o sangue rasgue a pátria com esse nefasto projeto de higienização tão parecido  com  o nazismo (nazismo esse que  certa vez no programa do CQC, alguns anos atrás quando ainda era um deputado,  bolsonaro dizia que se tivesse oportunidade  teria sim lutado ao lado do Hitler,  e que, segundo ele, um antepassado de sua família lutou  no exército nazista e inclusive chegou a perder um membro do corpo durante a guerra)?

quinta-feira, 2 de abril de 2020

CUPINS DO TEMPO

Por: Diego El Khouri

o esfacelamento do dia
se esboroa no toque  sutil
de morte sentida

vermes suicidas 
sombras noturnas 
de peles esquálidas
carcomidas pelos cupins do tempo

quartos fechados
inundados pela quarentena 
que esquartejam os passos

papéis  amassados
finos traços  de cigarros
ausentes de fumos
que elevam o orgasmo

sem marola,  sem voz 
garganta seca 
trêmulas mãos de vagabundo
no subsolo da casa

janelas fechadas
banheiros  imundos 
de sêmen  e solidão 

punheta elétrica 
sois fúnebres, divinos
milicos assassinos
  — cabeça   que não  se move 
ao perigo do tempo.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

POR: EDU PLANCHÊZ

a porra do corona vírus,
a porra da gripe espanhola 

que não é espanhola,
a porra que esporra nos infelizes
para eles continuarem infelizes,
o maldito ódio de tudo que gera censura,
prisão, mentira, idiotas e canalhas

ah, muitas vezes sou idiota e canalha,
e ladrão também, e podre, e perfumado,
e jarro de flores carnívoras, 

flores de carne,
árvores de folhas dentuças,
árvores cagadas pelo cu mesmo,
pela boca, pela boca do lobo,
pela boca da borboleta amarela e preta
que insiste em por seus ovos
nas folhas do meu pé de maracujá
para que cresçam lagartas famintas
devoradoras de pés de maracujás,
e hoje, eu vi ela, 

a borboleta amarela e preta chegar
para despejar seus ovos futuras lagartas
na minha planta que não é minha,
eu gritei com a borboleta,
ela se foi, mas quando eu não estiver
por perto sem a ver,
certamente voltará para despejar 

seus ovos famintos,
como a planta cresce 

na janela do apartamento,
os pássaros que controlam as lagartas, 
por me temer aqui não chegam,
eu continuarei com petelecos, 
descartando as lagartas

POR: EDU PLANCHÊZ

contando pingos,
vírgulas e outros sinais ortográficos para ver, 
saber o que escrever por esses dias de muitas mortes,
de muitas linguagens, línguas exatas e distorcidas,
diante dos que estão isolados, 
diante das carreatas macabras 
dos que nos julgam pedaços de carne, 
objetos, braços mecânicos comandados 
pelos que dominam o dinheiro,
pelos selvagens que também vão morrer,
a morte, a velha morte,
não livra nem a cara da rainha,
nem o dono da mais prospera mina de diamantes,
nem os donos dos cachorros,
nem os cachorros,
e a morte fode o presidente, os filhos do presidente,
seus ministros, seus seguidores analfabetos

vá se foder classe média alta do esgoto,
fedemos da mesma forma,
cagamos a mesma merda, seja ela de caviar,
seja ela ( a merda ) de bafo de cachaça 
contaminada com a carne dolorida
dos animais trucidados pela inconsciência
dos que ainda não cresceram 

vá se foder reis e rainhas, princesas e príncipes,
habitantes das coberturas da ipanema cega,
vossa bossa velha arrasta com sua carreata macabra
os caras de cu lobotomizados por vossas ganâncias,
você acha que o fim chegou mais cedo,
não, chegou na hora certa,
de nada adiantara as montanhas de euros e dólares
que entopem seus intestinos sem poesia