Quando abrimos as portas do saber percebemos mundos antes não desvendados. Não há limite para os que crêem. O que me interessa é o que não interessa a eles e assim está tudo bem. Sem mais nem porque. É no invólucro manto da solidão que o silêncio tem voz. Isso mesmo. Às vezes o silêncio grita e é nesse grito contido de vazio e angústia que surge a poesia. Poesia também é volúpia e prazer. "A orgia mais facinante ao alcance do homem" como dizia Breton. Não me interessa nenhum pouco ser o "homem cordial" e muito menos o capitalista nato e bem sucedido. Meu único objetivo real (e isso é dificil revelar) é meu compromisso com a arte. Nada mais. Tudo que eu vivo, as experiências que busco, os porres que alimento, os livros que leio, os filmes que assisto, as músicas que viajo, a forma de caminhar, falar, olhar, respirar, tragar, tudo, tudo é com a intensão de ser um artista mais equipado, um artista melhor. Se nas outras áreas da faculdade humana sou um fracassado é escolha própria. Busco o fracasso para sorrir do que não me agrada. Nunca teria coragem de comprar um celular caríssimo e nem uma roupa de marca. a simplicidade da forma sempre! Numa realidade onde estão todos em condições miseráveis por que irei esbanjar? É um crime hediondo ao meu ver. Posso até ter condições pra isso, mas me sentiria sujo em ostentar riqueza. Uns podem me encarar como um simples molambento ou o drogadinho das ruas inauditas, o ser perdido e esquecido no vácuo dos sonhos. Podem encarar como inconpetência, mas pra mim é apenas estética religiosa. "A marginalidade é formada por aqueles que estão "out" — aqueles que não tem acesso ao poder estabelecido involuntariamente por miséria, ou voluntariamente por escolha estética-religiosa" Timothy Leary. Minha negação a todo esse lixo é pra mim um aprofundamento místico. Minha única meta, como disse, é ser um artista melhor sempre e dar minha parcela de contribuição para as coisas atemporais. A parte do Platão que ainda me interessa. A reta ação nos objetivos sagrados. Ser um bodisatva carregando nas costas a mochila caminhando rumo a redenção. E nessa época de total junção com várias pessoas interessantes e engajadas, momento que conheço inúmeros artistas, descobri debaixo do meu nariz uma poetisa que tem uma escrita interessante, livre e forte. Segue-se aí um poema dessa escritora de gaveta que agora quer se revelar, ouçam o que ela tem a dizer:
SENTIR VOCÊ
(Por Clene Silva)
Sentir seu cheiro é como sentir uma fragrância ainda não desvendada.
Sentir seu corpo quente colado ao meu é como sentir um fogo ardendo em minha alma.
Sentir seu gosto em meus lábios é como sentir o néctar da mais bela flor sendo
beijada por um beija-flor sendento de fome e desejo.
Quero poder sempre sentir seu gosto e o cheiro de sua pele quente em mim,
nem que seja por uma lembrança eterna de um momento que jamais se apagará da minha memória.
Você e eu uma lembrança e um sentimento que jamais se apagará.
Nossa esse poema ficou tão chick que foi parar no site do meu amigo Diego EL Khouri, zineiro de mao cheia o site dele é o molho livre, Deigo quero dizer que é voce é uma pessoa sensacional, esqueça a opiniao alheia pense que o importante é ser quem agente é o resto é só o resto... Diego obrigada pelo carinho de postar meu poema...
ResponderExcluirIsso foi o que escrevi quando coloquei o link no Face..
ResponderExcluirVocê sabe enxergar a arte, mancebo.E de tal forma, eu também. Graças "a parte do Platão que ainda me interessa." E como você disse: "descobri debaixo do meu nariz uma poetisa que tem uma escrita interessante, livre e forte." "Quando abrimos a porta do saber..." mesmo sem saber.
ResponderExcluirO amor por um outro ser revela oscilações e picos, na escala do tempo. Um dia é desejo, no outro ciúme e assim vai. Uma poesia apaixonada para os momentos mais intensos de desejo. Isso faz o homem sentir vida dentro de si. A poesia acima parece muito bem inspirada.
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