domingo, 18 de novembro de 2012
ESPUMA BRANCA
(Por Diego EL Khouri)
Cansado de cantar para as paredes,
feliz por as paredes cantarem.
Edu Planchêz
manhãs nos torturam
como estupro primaveril
encosta de sangue fervendo
a menina é um ácido rude na manhã que me devora
e eu me tranco em janelas desgastadas
de presídios que nunca dormem
antes tudo verde
mata cheirosa, o mar, a estrada
um cordão de isolamento para frear meu gosto de vida
e num hospital em são paulo
paraliso meu destino
na medida que o tempo passa
passa e só?
mil vidas num corpo
numa mesma existência
cadeiras de rodas no espírito, lado esquerdo quebrado
o cordão nas pernas a beijar
gosto de hálito-cevada
enfermeira gostosa gosto salutar um brinde
num bar afastado do centro do Rio de Janeiro
ouço histórias
tempos de loucura e escola
me vejo nu
lambendo seios
e a fome ao lado
é simplesmente fome
numa porta fechada
mil vidas de absoluta contradição
trânsfuga camaleão faminto
carteiras e carteiras de cigarro insustentáveis
- OLHEM AS BANDEIRAS
MIL SIGNOS MIL SINAS! -
tragédias
condensar a idéia
morrer de fome
destino de poeta?
correm em trânsitos indecentes minhocas
"poesias que fedem"
amor cão
mais uma na minha cama
e eu só
junto
apertado
unido
canto versos matando heróis e destinos
a poesia quer me foder ser fodida
por versos sem regras e moral
é beijo de espuma branca na praia que clamo
vários baseados, um amor que me construa evolua quanto ser
antes alguns pecados no reino do sexo
"sabes que rumo tomar?"
um gole, um trago
"sua porra louquice vai te levar
para o fundo abissal do fracasso,
pois falar de quem manda no estado
é coragem que não leva a nada"
assim se apresenta a amiga
dos olhos de mel
cabelo negro, seio relâmpago
marxista não marxista
uma fulana qualquer"
quero apenas
(não diga e não cante)
o beijo de espuma branca na praia
o delírio de quem se dopa
a ousadia de quem sonha
e rasga sem medo sua memória.
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