(Por Diego El Khouri)
15:15 da tarde de um dia qualquer.
Dia de chuva. Dia parado.
Lágrimas delicadas cheias de veneno
imitavam numa audácia incrível a chuva
que escorria pela janela.
Era uma chuva fria, morta, vil.
Não tinha sequer um som agradável.
Era uma chuva nojenta, sem brilho
porém intensa de graça.
Chuva límpida, cheirosa, cheiro de capim,
amora, flores, pássaros, amores
cobria a alma de angústia
num corpo febril de mulher vazia.
Bebia, bebia e bebia feito louco, sedento...
Principalmente as ilícitas
como faço agora em frente a máquina.
Anjo bandido, perdido
desenhado em seu corpo
como pintura rupestre infinitas cicatrizes.
Essas não... não desaparecem...
Apenas se escondem dentro,
ofuscadas pela alma que grita
sem resposta à barba de açafrão
desse deus amigo
que sofre
só e calado.
Tempestade coloca
a mãe de quatro paralisada
diante o passado.
Summertime abre as portas elétricas
que Miles Davis criou.
Jogar cadeiras sobre a polícia novamente?
Transar na rua em frente a tanta gente?
Fumar um dentro da cabine bancária com sua namorada?
Tormentos anunciam
a nova jornada que é aço
fibra suicida
miséria ferida
constantes vezes expulsos de vários lugares
apelos sem norte
canhoto rasgado
tantos lugares
cidades, estados.
Estado alterado...
A chuva não para a séculos
porque cada segundo é um século
a ser resgatado.
Mas como?
Pergunto ao sr. Açafrão
que nada diz.
Eu pra falar a verdade
não vejo graça
em nada que ele fala.
"Ei rapaz, seu valor está na conta bancária!!"
(... agora que ele diz??!
agora que ele fala??!
agora que ele responde?!!
Filho da puta!!!!!
Que displicência autoritária
desce dos céus e cai bem na minha cara!!!
Bomba atômica diáfana e o caralho!!)
Meu valor joguei no mar
pra ser o que me tornei hoje
ou seja, absolutamente NADA.
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