Abaixo um desenho que fiz chamado Senhor e senhora Cichetto. Desenho que surgiu após ler um poema do Luiz Carlos Barata Cicheto chamado Tempos Grossos.
(Diego El Khouri)
Eis o poema que me inspirou tal trabalho e abaixo o comentário do Barata sobre o desenho. Achei interessante sua observação:
Tempos Grossos
(Por Luiz Carlos Barata Cichetto)
Grossos tempos estes, em que o rabo abana o cachorro
Em que o pedido de um cigarro é um pedido de socorro
Que as ruas estão cheias de merda, de sangue e urina
E o importante é a vaidade, o dinheiro e a purpurina.
Grossos tempos estes, dos olhos borrifados de pimenta
Tempos coloridos artificialmente com balas sabor menta
Em que ruas estão cheias de estudantes iletrados e burros
Pichando contra a parede e contra o vento dando murros.
Que tempos grossos são estes, do controle da existência
Da morte infantil e do aborto como forma de resistência?
Tempos em que precisamos da legislação sobre o viver
E em que a morte é uma desculpa de nosso sobreviver.
Enfim, que grossos são estes tempos, de ódio disfarçado
De igualdade falsa, desigualdade real e ócio desgraçado?
Tempos das esmolas santas e do futebol que mata a fome
Em que pessoas não existem, apenas uma foto e um nome.
14/06/2013
(Por Luiz Carlos Barata Cichetto)
Grossos tempos estes, em que o rabo abana o cachorro
Em que o pedido de um cigarro é um pedido de socorro
Que as ruas estão cheias de merda, de sangue e urina
E o importante é a vaidade, o dinheiro e a purpurina.
Grossos tempos estes, dos olhos borrifados de pimenta
Tempos coloridos artificialmente com balas sabor menta
Em que ruas estão cheias de estudantes iletrados e burros
Pichando contra a parede e contra o vento dando murros.
Que tempos grossos são estes, do controle da existência
Da morte infantil e do aborto como forma de resistência?
Tempos em que precisamos da legislação sobre o viver
E em que a morte é uma desculpa de nosso sobreviver.
Enfim, que grossos são estes tempos, de ódio disfarçado
De igualdade falsa, desigualdade real e ócio desgraçado?
Tempos das esmolas santas e do futebol que mata a fome
Em que pessoas não existem, apenas uma foto e um nome.
14/06/2013
Percebo nessa imagem uma raiva e uma ira que nem eu mesmo acredito ter. Creio que tua visão, à "luz" do poema, te fez mostrar-me que realmente sou. Falo de espelhos, falo muito de espelhos, e agora, quando olho minha imagem "refletida" pelo seu espelho, percebo que muito mais do que a tola imagem invertida de espelhos, nesse quadro há a realidade. Uma espécie de O Retrato de Dorian Gray, que não reflete a vaidade, mas a real face do "dono". Por outro lado, os olhos de Izabel Cristina Giraçol Cichetto, refletem a doçura e profundidade nunca compreendida. Os olhos grandes, que perscutam, em silêncio, o mundo. (Luiz Carlos Barata Cichetto)
Acessem também o blog http://elkhouriartes.blogspot.com.br/
Grato, irmão de armas e lutas, Diego! Fico feliz que meu poema tenha suscitado tal visão! Grande abraço!
ResponderExcluir