terça-feira, 21 de agosto de 2018
PELA NEBLINA
Por Fabio da Silva Barbosa
Vagando pelos lugares de sempre
sem se preocupar se está perdendo tempo
ou apenas usando os segundos
Enquanto eles querem prolongar ao máximo a existência
você se joga de cabeça
sem temer a morte
A chuva fria molha a roupa
As meias rasgadas já estão encharcadas
Faz muito tempo que não sente o calor de um lar
Mas as ruas
não lhe parecem tão más
quanto aos demais
Não importa do que é feita a grade
pois uma jaula
é sempre uma prisão
A regra social não lhe apetece
Não quer caber em uma caixa
mesmo se pintada de ilusão
Os governos fazem guerras
mandando jovens pro caixão
enquanto eles riem pra televisão
Mas você não quer saber
apenas corre pela madrugada
sem saber se é noite ou dia
Eles te odeiam por isso
Não podem suportar sua liberdade
Tentam te soterrar com seus olhares de frustração
Só que você é mais forte que imaginam
e seu corpo magro
veste uma armadura de fúria
Não querem te entender
e você não pede
essa tal compreensão
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