Por: Diego El Khouri
para que abutres comam
canapés e desfilem em tristes ruas cinzas
seus automóveis de 10 mil decibéis
toneladas de carne humana
são sacrificadas em rodeios macabros
financiados por um tal mercado
que sorri com dentes rubis
róseos rios rotos
cadáveres em filas milimétricas
gargantas que devoram esgotos
paquidermes monstros ignóbeis
carrascos em cus maculados
na boca fétida que ocupa
a cadeira nefasta que afasta
o olhar piedoso
e a fome necessária de toda manhã
secretários corrompidos
cadafalso abrigo, feridas ferida
bactérias trazidas pelos mares
frios do velho mundo
folhas e orvalhos
a cidade, o silêncio, o vácuo...
a elite que vocifera mentiras
trás a sina de cada dia
a morte transmutada de ilusão
que mata e fere a fome
foices cortantes, notícias comuns
incomuns lugares banais
noites infinitas que não se calam
gritos pavorosos
nos delírios da alma
( abjeta)
objetos odiosos respingam
imagens de tiros nas casas
— joãos pedros, vinicius e agathas —
polícia armada
/
crianças solitárias
vento suave espalha flores
e em troca deixa
infinitos buracos
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