domingo, 14 de outubro de 2012
DUBITO
(Por Diego EL Khouri)
me beija
quando fechares
os olhos cegos de dia
que é assim que
a manhã escurece
e beba
beba
mais um pouco do meu vinho
que é cálice liberto
entregue a linda profanação do século
e
gesticula
xinga
chora
queimando bandeiras, renegando pátrias
cuspindo cédulas
pés descalços na areia
para deixar digitais no mundo
sem objetivo algum
busque a filosofia que mais lhe agrada
principalmente se desagrada aos outros
se nomeie deus
sem imposto, sem capital
e quando voltares
verás uma noite bela
paralisada no útero da lua
em sêmens borbulhantes
flores desabrochando em contornos contínuos
fruto maduro de cactos florescentes, cachoeiras em volúpia suprema
da montanha o seio da dádiva
do alimento a planta que como
o fumo que enxergo deuses
verás Virgílio beijarás Beatriz
e escorregaremos numa festa de sabão
para o princípio gerador da alma humana
que é
o
Dubito,
ergo cogito, ergo sum
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