(Por Sarah El Khouri)
Seguir na contramão de uma série de falsas verdades,
Induzir minha substância para deliberação.
Construir-me contra o que me curva ou me exalta.
Ser inteira ciente de que não sou ainda completa.
Reconstruir-me e embora sob escombros
ter consciência de tudo que o me liberta.
Sou constituída de tanta agregação turva,
embora a simplicidade extravase
o que há de mais vivo em minha natureza.
Sou um amontoado de ruas curvas, precipícios,
ladeiras, construções inacabadas, céu azul safírico.
Sou sonhos cessados, loucuras expostas,
devaneios sentidos, alegrias mortas,
feridas abertas que anseio por curar,
chagas que não evito fuçar embora sinta dor...
Sou o pensamento distante enquanto tomo café.
O devaneio inteligente enquanto bebo cerveja barata.
O olhar doce enquanto fito quem amo.
A nostalgia silenciosa num domingo parado.
A mudez sagrada quando olho o crepúsculo.
A nudez, a pele, o corpo clamando por outro.
O otimismo ativista por um mundo melhor.
Em mim há o palhaço, o triste, a santa, a vadia, o louco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário