segunda-feira, 22 de julho de 2013

IMPRESSÕES



(Por Simplista Manosimm) 


Quem poderia me dizer um dia que eu teria o prazer de ter a opinião sobre meu primeiro disco ('Simplista' - 2012) de um Mutante dos mais importantes do fabuloso grupo Tropicalista? Pois é, nas últimas semanas tornei-me amigo do genioso escritor e cientista, autoridade do áudio mundial, Cláudio César Dias Baptista! Muito educado e de uma hombridade e generosidade fora do comum Cláudio me apresentou um mundo novo, o qual desconhecia, e ouviu o 1º disco com cuidado e muito assertivo destrinchou em detalhes todos os detalhes pensado por nós ao longo de um ano e meio de trabalho. Impressões que me deixaram emocionado como ficaram igualmente emocionados e surpresos meus companheiros de gravação no mesmo. Depois dessa meu amigo, não preciso mais da opinião de seu ninguém acerca deste trabalho just like that! Logo abaixo estão as primeiras impressões de Cláudio: 

Desta feita consegui baixar sem problemas o "Simplista", em MP3. Eis minhas primeiras impressões:

Coração Meio Duro
Voz agradabilíssima, batida que me faz respirar... em paz. Letras sempre "ouço" na segunda experiência e o farei ainda hoje, mas não costumo comentar - há algo em mim que prioriza a melodia sempre, talvez condicionado desde antes de nascer, a ouvir música clássica no ventre de minha mãe, Clarisse, e música lírica na voz de meu pai. Lembro-me até hoje, com um ano de idade (sic) estar no colo de César a cantar com ele em latim!

Cromaqui
A linda flauta; o som me leva no ar à Arcádia... - e com grande felicidade vejo variar o estilo entre a primeira e a segunda composição; espero que continue a variar nas subseqüentes, porquanto na maioria das vezes, quando recebo músicas de presente, elas parecem todas "entreiguais" (neolgismo de Géa). Deliciosa canção, Cromaqui! O balanço não se atropela, é firme e ao mesmo tempo delicado; o som... ah, o som! É ótimo ver que o tratam coa devida consideração.

Preteritus
Órgão... não posso ouvir um, sem lembrar-me de Arnaldo. Bom destaque à voz principal e equilíbrio sonoro - estou a ouvir as composições no Sistema CCDB, aquele já lendário que não deu assistência técnica a partes fixas de 1972 a 2012, o qual tanta gente especializada e leiga afirma ser (ainda) o melhor que já ouviu. Gosto da paz que você e o conjunto vivenciam e transmitem ao tocar; é coisa interior, mas depende também de vivência musical. Adoro a marcação do contrabaixo, bem nítida mas sem estrondear.



Sambaqui
Expectativa, suspense... sugestão de Bealtes, sem plagiá-los, e isso é tão difícil quanto manter a boa afinação que o conjunto revela - melhor, é claro, ao pé da nossa, dos Mutantes, nos primórdios. Vou admirando as finalizações, todas perfeitas até aqui.

Superfície Surreal
Fantastica - Music From Outer Space, from Russell Garcia, o mesmo compositor da trilha sonora do saudosíssimo filme "The Time Machine" (1960), com Yvette Mimieux. Assim também, com a contagem regressiva, começa uma das canções de Fantastica... E "outer space" é claro que me lembra "Géa"... onde o "inner space" está interligado indissoluvelmente ao outro espaço e ambos são um só, como uma só é a alma desta composição. Grande idéia e realização a mudança do ritmo para o samba no final - mais surreal impossível; parabéns!

Surpresas de amor matinais
Amor... ah, o amor! Géa é puro Beldo, a palavra dos geóctones que se traduz por Amor. Novamente aqui vejo variar o ritmo e o estilo e dou graças por isso. Que bom ouvir variedade! Difícil interpretação vocal nos agudos; e o que é difícil fica horrível se não for perfeito como cá. O que me recorda Miguel Aceves Mejía, na interpretação de "La Malageña", de dar inveja aos mais afinados instrumentos musicais e cujo alcance não merece o dúbio rótulo de "falsete".

Água no Jacá
Muito bem disposta a seqüência das canções; abre-se espaço bem aqui para uma aceleração do ritmo, o que é feito. Eu gostaria de ouvir todas as canções em qualidade de CD ou DVD, se possível; porém, mesmo em MP3 como ora as ouço, sei completar na psique a profundidade que falta ao processo. Um "finale" como nas sinfonias: não poderia concluir melhor.


Café da manhã com nós dois
Simplicidade, Simplista, voz e violão - pra que mais no café da manhã, além de Ela pra gostar? Os outros instrumentos e vozes entram na hora certa, e ora me recordo de "The Ventures", pela batida firmíssima, guitarra de timbre inconfundível, sem que haja qualquer plágio ou referência explícita. Só que as altas freqüências ultrapassam com vantagem o que os Ventures podiam fazer naqueles bons tempos...

Calibre
Diálogo pra Mozart nenhum botar defeito, entre a guitarra e o contrabaixo, num equilíbrio perfeito de rimar com defeito e anulá-lo em primor. Gosto mesmo da interpretação vocal, muito firme e segura, afinada! Ah, como faz falta a boa afinação no que tenho ouvido por aí... De novo a guitarra me lembra os Ventures; desta linda vez, inda mais de perto. E que estilo de guitarra-base seria melhor? A bateria, pra mim que tenho ainda os reflexos nos pés e nas mãos enquanto ouço, é como se eu próprio tocasse, porque é como gosto. O som aqui 'tá uma festa; que bom!...


Cariocasta
Fernando: é difícil eu querer reouvir música e continuar reouvindo. A maioria é só pra vez primeira. Estas porei o computador pra chamar ao sistema de áudio, não só para ouvir com a merecidíssima atenção, como também para deixar ao fundo, inspirando-me no trabalho diário. E Cariocasta me lembra certo caos presente em certas canções de certo conjunto cujo nome não preciso repetir... Quanto à letra, como não ouço letras da primeira vez, fico devendo o comentário... inclusive porque sou paulistano, Dalgiza meu grande amor é mineira e nosso filho Rafael é carioca!

Conclusão: não tem conclusão... já que continuarei a ouvir sempre. Forte e gratíssimo abraço! Cláudio e CCDB (sic)

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