(Por Fabricio Machado)
Essa dor que te rasga é também o amor que te impulsiona, essa dor que te dilacera é também o amor que te direciona...a força que aciona vem da impotência que te faz onipotente, rebelde poeta que rasga os véus da moral postiça desse mundo canibal, onde a cobiça nos quer humilde para sermos o prato principal.
Atravessa o hades sem medo, a Arte é sua espada sangrenta de sentimentos, suculentas são suas indignações ó digno guerreiro das estações.
Deus onipotente, adentra inteiro na vulva da vida, sem lambuza e goza poesia, se derrama feito cachoeira, mas querem te ver nos bueiros ?
Gosto da tua Arte operante que te revela não prepotente mas que te aponta como o poeta que afronta o muro, dando tudo de si para libertar-te e aos outros, que vivem nos esgotos sonhando com os oceanos ?
Baratas amedrontadas rastejam silentes, não são elas também diamantes ?
Seu gemido exuberante entra pelas janelas abertas dos que já não usam ouvidos, abrem o coração.
Nunca se cale ó abutre de fogo que rumina pérolas, não importa que te compreenda os muitos, mas que alimenta aos poucos, aos raros, aos loucos, aos baratos que andam em andrajos, mas que seus valores reais são caros, corações de ouro ?
Mas e os porcos ? Não sei quem eles são...porcos de porão, piscinas cheias de ratos, senhoras de salto alto, homens de terno sem ternura, carros desfilam na ruas, sábios fogem para o mato, malucos pegam a estrada, florestas viram prédios, idade média ? Oriente médio ? El Khouri é mais um cara ? Nós somos a cura ? O que nos sara ?
O que nos separa ? O que perdura ?
O mundo é um máquina, um trem desgovernado, quem é o maquinista ? O que ele sabe ? Alguns buscam respostas em extraterrestres, em outras planetas, se iludem, jornais, camisetas, modas são vendidas, desviam a atenção dos que não querem ser culpados...
Alguns buscam respostas nas instituições religiosas, que culpa tem o diabo ?
Alguém bate mesmo o martelo ? Outros culpam os políticos, não deixam de voltar as urnas, são meninos do estado, até os mais revoltados que se anulam, não vão a luta ideológica, constroem o muro, mera coincidência ?
Ô poeta onipresente, deu a resposta, sabe o caminho, que bom que o mostra, não está sozinho, está em Deus, é o deus onipotente se auto conhecendo, se dando para si, se dando e se fodendo para esse gente, por essa gente, carregando nas costas o peso de si mesmo, rasgando-se o ostra para que a pérola brilhe como um farol, chamando pelos seus, pelos eus perdidos no mar da superficialidade, clamando que sejam eles também deus e deuses, clamando que sejam audazes, que se embriaguem com doses ousadas de consciências que vão de encontrando, se moldando pelos escombros, crescendo com os próprios tombos, voando mesmo quando estão entrando pelos ralos, algo maravilhoso existe, algo maravilhoso está acontecendo, janelas estão se abrindo, estão sendo explodidas, paredes estão criando vidas, não oprimindo, mas abrindo horizontes, o destino do mundo não está definido, alguns de nós estão a cor dando ao mundo, colo rindo aos nossos sonhos, colo dando ao nosso sono, o Amor não dorme, a poesia não dorme, enquanto descansamos a Poesia e o Amor dão asas as pedras, dão vidas a paredes que vão se tornando o horizonte...monte sua bomba poderosa, desmonte todas as janelas, destrua toda a ilusão, que sua bomba psicológica dê fim a lógica manipuladora, que todas as janelas caiam, que toda a miséria começando nas almas se dissipem, dispersem as nuvens de gafanhotos, que se quebrem todos os asfaltos, mesmo em andrajos temos asas, somos anjos, homens, parte do Uno, somos plenos quando rompemos com as janelas de separatividade, sejamos todos um só olho e cada um seja um brilho distinto da grande Luz...
Gosto dos seus textos porque neles há muito ego, não mascara isso, assim se desfaz do ego e se ergue rumo ao todo, emergindo em forma de uma luz rara que revela um caminho, um diamante louco sendo lapidado pelas as garras do grande dragão, doando sua dor ao grito incessante por LIBERDADE...
A liberdade em seu peito arde se plasmando em Arte, buscando se libertar para fora...O GRITO....
Carinhosamente ao Artista Diego El Khouri...
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