terça-feira, 17 de dezembro de 2019

POR: MURILO PEREIRA DIAS

Apenas fumar
Fumar
Fumar...fumar...fumar!!!! 
Não irei comprar mais nada 
Não irei passear ... a não ser... que... possa.... fumar 
Fumar
Fumar
Vou deixar tudo como está 
Vou fumar
Depois vejo a hora 
Não quero mais ver 
Apenas sentir 
Vontade ....
... de
Fumar
Fumar Fumar 
Um dia poderei comparecer ao contrário do que se trata um pensamento 
Se antes 
Eu tiver fumado 
E fumar durante 
Depois fumar 
Fumar 
... fumar .....


domingo, 15 de dezembro de 2019

POR: MARI PITALUGA

Eu
Eu acordei
Levantei,
Escovei,
Brinquei,
Alimentei,
Chorei!
Eu senti
Estava tudo ali,
No aqui e no agora
Saí vestida de mim
Encontrei, encontros
Uma pausa 
Um abraço
Um doce sorriso e um aroma
Senti a brevidade da vida, olho no olho
E a completude.
A brisa vem suave, quando na há vento.
Já observou?
São mensagens
Abrace e sinta
Só resta agradecer.
E agora?
Sinta!
Lá e vem!
E bagunço,
Bagunço.
Percebo que faz-se necessário outros olhares. 
É preciso por tudo de cabeça pra baixo.

M.P


sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

TUPINIKIM FROM AMAZÔNIA

Por: Diego El Khouri 

cheguei na universidade  doutrinado
pelas ruas  fétidas  de goiás beat
por incontáveis  botequins sujos de sangue e lágrimas 
por uma jacarepaguá endoidecida de ópio  e vinho
por cristais  azuis de lisergia trânsfuga e anônima
que arranca  do peito  qualquer tentativa de submissão 

nasci de um parto torto e feio
vil como  nau perdida 
alabastro preso nos arrebóis embriagados de êxtase 
all right tupinikim from  Amazônia
para que e para quem? para onde?
                            onde
                                            para
                                       o
                                              mar

quadrada enfim está a Terra
cálida e caída   pelos inimigos da Terra
universotário em lânguido pântano 
palavras espessas no leito de artaud
palavras cruzadas,  paquidermes signos
amantes de aljôfares e incenso (nardo)
           Vermes aristocratas 

o cu que cospe chumbo
é o mesmo que queima livros, ameaça  professores, assassina pretos, crianças,  homens  e mulheres 
         e a mídia não  vê??!!
             a mídia  não  vê??!!
             a mídia  não  vê??!!
                      a mídia
                              VÊ.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

CAIRO TRINDADE: O POETA QUE VIROU POESIA




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Por: Diego El Khouri


------ Hoje Cairo Trindade virou poesia! -------

Deixa um legado importante nas artes e na cultura do país. Conheci o poeta por volta de 2012/2013 no Rio de Janeiro. Na época eu estava morando nesse Estado e praticamente toda semana (normalmente algumas vezes na semana) nos esbarrávamos pelos saraus da cidade. Sempre admirei o talento, inteligência e a intensidade do casal Denizis Trindade  e Cairo Trindade. Com certeza o poeta fixou sua obra ao lado de grandes nomes da literatura mundial como, por exemplo, Mário de Andrade, Murilo Mendes, Florbela Espanca, Jorge de Lima, Rimbaud, Fernando Pessoa,.etc... Um abraço afetuoso, meu amigo.


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Com os poetas na praia do Leme, RJ -- Sarau Pelada Poética. Ano:  2014



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O poeta fala de si:

"Comecei muito cedo. Minha casa era pobre, mas todos tinham algum tipo de relação com a poesia. Lembro que minha irmã fazia sonetos e poemas românticos e parnasianosHoje me parecem ridículos, mas eu adorava. (rs) e o q é pior: tentava imitar! (rsrsrs) e os meus primeiros poemas tinham muito “pranto”, “solidão”, terror”, “sangue”, “miséria”, “morte”. Eram metidos a sérios. Apoteóticos & apocalípticos. No ginásio, comecei a fazer jogral e conheci Fernando Pessoa e os modernistas brasileiros. Foi uma revolução na minha cabeça. A partir daí, eu quis saber de tudo. Até que conheci o o poema concreto. Quando vim pro Rio, em 68, deslanchei. Passei a fazer happenings com meus amigos hippies, conheci a poesia visual e passei a fazer teatro. Fui juntando as duas coisas até que, no final dos anos 70, encontrei os poetas performáticos e criei a “gang”. Foi aí que virei militante e ativista. Queria botar a poesia em pé, fazer poesia viva, e trazê-la para junto do povo. Nos anos 80, estava decidido: seria esta a minha vida: poesia, poesia, poesia. Na década de 90, decidi me aperfeiçoar na técnica, abri a oficina e me profundei no conto e na crônica. Estudei o romance e a novela. Depois, estudei letra de música, roteiro de cinema, já conhecia a dramaturgia do tempo de teatro, e descobri que a palavra é o meu barato. Hoje eu sou poeta. e um dia, eu viro poesia."

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Talvez eu viaje
qualquer dia desses.
Ainda não sei quando, nem como,
nem pra onde, nem com quem.

Talvez em bando, talvez contigo,
talvez só, sem ninguém.

Pode ser amanhã,
semana que vem,
daqui a um mês,
ou dois, ou três.

Talvez eu escolha o lugar,
prepare a viagem
e me despeça de todos,
um a um, talvez.

Ou de repente, nem sei,
imprevisivelmente,
quem sabe viaje sem alarde.

Sem avisar, sem dizer nada,
sem que ninguém sequer
venha me ver
na hora exata da partida.

Tudo bem, me perdoem,
nunca é tarde
para qualquer abraço.
Ou despedida.

(Cairo Trindade)
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" Cairo Trindade foi um dos criadores do Movimento de Arte Pornô nos anos 80, tendo organizado o 'Topless Literário', um desfile de nudismo ao longo de Copacabana. Ele e sua esposa Denizis Trindade formavam a 'Dupla do Prazer', com performances poéticas.
Ele publicou antologias de autores de sua oficina literária e participou da Fresta Literária, um slam erótico de poesia organizado pelo poeta Vinni Corrêa.
Suas obras foram exibidas em museus no Brasil, Alemanha e outros países."




MALCOLM X


Título: Malcolm X
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

MARTIN LUTHER KING


Título: Martin Luther King 
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

ROSA PARKS


Título: Rosa Parks
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

MARIELLE FRANCO






Título: Marielle Franco

Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

CRUZ E SOUSA, O POETA DO DESTERRO



Título: Cruz e Sousa, o poeta do desterro
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

DISSOLUTO FRUTO PROIBIDO

Por: Diego El Khouri

Somos nós, somos pó
só, intransigente
dissoluto fruto proibido 
pele carcomida pelos dias
sombrios sinistros 
oblíquos 

Carcaça puta puto pavio 
mastro  enlouquecido 
"deus vivo" onde (?)
aonde ande (andei?)
voei voei voei 
 bêbado 
nos quatro ventos
na terra do sol

Só nós, o pão  e o vinho 
a morte e o abrigo 
perigo  e instante 
( o suicídio)

Livre e enclausurado 
aberto e fechado 
carimbado  e rotulado
(o suicídio)

Careta  e chapado
torpe e imaculado 
junto  e abandonado 
(o precipício ?)

A noite  está fria
como  o abismo
(pra que se agasalhar
nesse terno  de vidro, meu amigo?)