sexta-feira, 26 de abril de 2024

Ricardo Mendes - O adeus de um inconformado

 

 

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."

- Ricardo Mendes -

Ricardo Mendes participou de várias iniciativas da Editora Merda na Mão. Sempre buscando se inteirar e participar de ideias realmente combativas e autênticas, produziu a série de vídeos Transgressão Poética para o canal do youtubo digestivo da EMNM, onde fazia suas inesquecíveis e impactantes performances de suas poesias/crônicas... ou como queiram chamar. Ele era único em sua forma de se expressar, talvez por nunca ter procurado ser uma imitação, mera cópia. Ele queria ser ele mesmo, vomitar o que causava indigestão e mau estar. Dissecava essa sociedade doente sem poupar ninguém. Com isso não participava de panelinhas ou passava a mão na cabeça de quem usava o rótulo A ou B. Transitava livremente pela fauna urbana, sempre com seu olhar crítico e contundente. Cortante como uma navalha, por vezes obscuro, mas conservando seu lado doce e amoroso. Era a verdadeira prova que o ser humano é multifacetado. O mesmo cara que conseguia ser meigo, estava pronto para a guerra. Observava os pontos mais profundos das questões e, com isso, muitas vezes era tido como inconveniente pelos que gostavam de boiar na superfície como cagalhões em alto mar. Suas entrevistas para o Deu Merda, no youtubo da Editora e para o Aleluia Nunca Mais, programa de rádio da Merda na Mão que rolava na Rádio Rota 220, tiveram momentos memoráveis e que, com certeza, encontram-se encrustados nas mentes dos que puderam curtir estas pérolas rolando.

Relendo o conteúdo desta postagem, me chama a atenção a mania que temos de por no passado mesmo os que continuarão vivos. Afinal, quem deixa uma obra, história e memória como este mano deixou, estará sempre presente.

A presença física se foi, os encontros pessoalmente e os momentos de abraços e empurrões, mas ideia continuará rolando, fazendo a permanente presença incomodar aos acomodados.

Dos amigos da Editora Merda na Mão


  "Não recordo como nos conhecemos naqueles loucos finais dos anos 80, mas lembro perfeitamente quando nos reencontramos um tempo depois nas aulas de Atma Vidya (não lembro bem se era assim que escrevia o nome), de Marco Natali, e de Vajramushti, do Geraldo. Lembramos um do outro e das peripécias passadas. Ali também conheci outras pessoas com quem mais tarde pude compartilhar outras ideias e desenvolver projetos. Entre estes estava Alexandre Mendes, irmão de Ricardo, que a Editora Merda na Mão,  fundada por mim e pelo parceiro de produções Diego El Khouri, lançou o livro póstumo Cavidade. Mas voltando ao Ricardo, tivemos vários encontros e reencontros pela vida e posso dizer que tínhamos muito mais discordâncias que concordâncias em determinados pontos, mas o que unia era o inconformismo, o pensamento crítico e a falta de vontade de aderir a modelos prontos e discursos pré fabricados. Depois de um dos muitos hiatos que tínhamos sem nos comunicar, me deparei com Niuza, uma verdadeira obra de arte que só poderia ter saído daquela cabeça em ebulição que explodia sobre o pescoço de Ricardo. Restabelecemos contato e começamos a interagir nossas iniciativas e ideias como nos velhos tempos. Talvez até de forma mais intensa e profícua. Soube então que ele se foi fisicamente nesta madrugada que passou e que seu velório seria hoje, mas logo me veio o consolo de que suas palavras continuarão entre nós, mantendo viva sua chama acesa, mesmo entre os que não o conheceram pessoalmente para também carregar a memória de momentos únicos e fascinantes."

   Fabio da Silva Barbosa

zine Reboco Caído e Editora Merda na Mão

sábado, 20 de abril de 2024

O Filósofo da Maconha: HQ disponível



Editora Merda na Mão: O Filósofo da Maconha - HQ disponível 

Após anos de planejamento, ajustes e reajustes em roteiros, madrugadas em claro desenhando e se entorpecendo em arte, filosofia e aforismos críticos, recheados de deboche e ironia, surge um dos mais importantes lançamentos da Editora Merda na Mão. Acontecendo em um momento político e social que não poderia ser mais propício para os temas abordados em nossa HQ. 

São 126 páginas repletas de sentimento e argumentos que farão você se identificar e abrir sua mente para uma realidade que o sistema não quer que você entenda.


Título: O Filósofo da Maconha  
Roteiro: Fabio da Silva Barbosa  
 Desenho:  Diego El Khouri  
Prefácio e diagramação: Ciberpajé  

Características:
- Capa com laminação 300  
- Dimensões: 29,5 x 21 cm  
- Miolo em preto e branco com gramatura 90  
- 126 páginas

Se você já quiser garantir o seu,
a Editora Merda na Mão já possui exemplares deste artefato explosivo em seu arsenal literário e subversivo.

Basta entrar em contato






E fiquem ligados em nosso youtubodigestivo que a qualquer momento vai estar pipocando o vídeo Publicando os Impublicáveis - 4 anos de Editora Merda na Mão.






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domingo, 31 de março de 2024

Ele dominava bem a flauta e também minha buceta

  Por:  Carolline Bernardes


Sábado à noite eu me fantasiando toda para uma festa, peruca colorida longa, lentes coloridas, uma roupa bem decotada e eu nem estava na maldade este dia. Chego no local e vejo ele na mesa dos meus conhecidos e ele atingia todos os meus pontos fracos, mas pensei “eu não devo ser o tipo dele”.

Eu em uma ponta da mesa e ele dá outra nos olhávamos discretamente e eu achando que era por conta da peruca... E em um remanejo na bagunça da noite quando vi estávamos um do lado do outro conversando e sinceramente eu não tirava os olhos daquela boca super carnuda que ele possuía(me desculpe quem tem lábios finos, mas uma boca carnuda é tesuda demais, posso gozar beijando um lábio grandão).
Notei que ele carregava uma mala de instrumento e no meio da conversa ele me mostra sua flauta, no meio da noite ele tocou sua flauta. Confesso que fiquei admirada, até que no meio da nossa conversa ele me pediu um beijo e eu já ataquei ele porque àquela altura eu já estava em uma agonia sem fim de vontade daquela boca e quando meu lábio tocou no lábio dele... EXPLOSÃO DE DESEJO.
Iniciamos os “amassos hards” e a coisa ficou feia que todo mundo em volta começou a notar (Eu ouvia gritos risos). Acalmei o flautista por um momento notando aquele volumão gigante na calças dele, já salivando e com aquela dor no pé da barriga de tanto tesão, meu corpo todo estava inflamado a ponto de explodir no meio daquele lugar. E em um movimento impulsivo e irresponsável fui ao ouvido dele e disse “você teria coragem de me foder gostoso no banheiro?” me esfregando na rola dele... Não foi preciso uma resposta, peguei em sua mão e arrastei ele pro banheiro, beijando ainda mais aquela boca, pegando naquele pauzão e já tirando ele para fora engolindo ele todo o cara enlouquecendo, e foi quando ele abaixou e pude perceber que ele não dominava só a flauta muito bem como também minha buceta(juro que senti como se tivesse ganhado na loteria).
E logo pedi para ele encapar e entrar gostoso na minha buceta, fiquei em pé, abri bem as pernas e empinei, ele entra com vontade segurando meus seios e eu me seguro para não gemer, e só mordo meu lábio inferior para segurar aquela vontade de gemer igual a uma puta sem controle... Quando percebi estávamos rolando no chão no banheiro! (Sim. Foi sórdido eu sei.) Após gozarmos ali saímos como se nada tivesse acontecido e ele me arrasta para casa dele, e la iniciamos tudo novamente e eu pude me deliciar naquele corpo sem pressa, ver cada detalhe cada textura... Pude gozar sem pressa a noite toda...
E no outro dia voltar para casa com a buceta toda estourada, cheirando sexo, passar na padaria tomar um belo café da manhã ouvindo os pássaros, chegar em casa tomar um belo banho e dormir o sono dos justos...




Obs.: no meio da noite eu tirei a peruca e quando ele viu que eu era ruiva ele adorou ainda mais...Eu repeti a dose com esse bofe algumas outras vezes.
Ah! Eu alterei o instrumento que ele tocava.




Título: A maçã infernal do desejo
Técnica: Óleo s/ papel
Dimensões: 297 x 420 mm
Artista: Diego El Khouri

sexta-feira, 22 de março de 2024

Prepare o isqueiro, pois o FILÓSOFO DA MACONHA está chegando, porraaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!


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A HQ mais louca, psicodélica e subversiva que você pode ler:





HQ O Filósofo da Maconha
Roteiro: Fabio da Silva Barbosa
Desenho: Diego El Khouri 





editoramerdanamao@yahoo.com

domingo, 17 de março de 2024

Poema de Edu Planchêz Maçã Silattian

 otário é quem não lê o que escrevo,

perdendo está, dúvida não tenho disso,

eu edu planchêz pã maçã silattian, eu tanussi cardoso, 

eu iverson carneiro, eu leila micollis, 

eu brasil barreto,  eu valente junior, eu Diego El Khouri,

eu douglas carrara, eu Joka Faria, 

eu Ricola de Paula, eu tavinho paes, eu chacal...

preciso e não preciso de leitores, ouvintes, admiradores;

octavio paz diz que um poema trancafiado numa gaveta

é um poema trancafiado, um que não nasceu,

que não mergulhou noutros olhares,

portanto é uma obra incompleta

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( edu planchêz pã maçã silattian )

terça-feira, 12 de março de 2024

quinta-feira, 7 de março de 2024

POR MAIS QUE TENTEM... A PORRESIA NÃO PARA DE ROLAR


 

Mar de Lágrimas

 

Hoje a favela chora.

Pelos rostos aflitos

As lágrimas escorrem

Sem nunca cessar…

 

Lágrimas que vão

Lavando os becos e vielas

O jardim da juventude

Está se tornando escasso por aqui.

 

Hoje, sem pudor a favela chora

O mar de lágrimas corre

Pela cidade inteira,

Clamando – Parem de nos matar.


- Guilherme de Andrade -




BASEADO NA TERRA DO NUNCA


 Minha sininho
é o mosquito 
hipnotizado pela
chama do
isqueiro.

- Rafael Vaz -



SONETO 509 ASSUMIDO

 

Mattoso, que nasceu deficiente,

ainda foi currado em plena infância:

lambeu com nojo o pé; chupou com ânsia

o pau; mijo engoliu, salgado e quente.

 

Escravo dos moleques, se ressente

do trauma e se tornou da intolerância

um nu e cru cantor, mesmo à distância,

enquanto a luz se apaga em sua lente.

 

Tortura, humilhação e o que se excreta

são temas que abordou, na mais castiça

e chula das linguagens, o antiesteta.

 

Merece o que o vaidoso não cobiça:

um título que, além de ser "poeta",

será "da crueldade" por justiça.


- Glauco Mattoso -

quarta-feira, 6 de março de 2024

Will Eisner (1917-2005): O maestro dos quadrinhos


 

Will Eisner é figura fundamental na história dos quadrinhos mundiais. Uma obra poética profunda e extremamente filosófica. Elevou essa linguagem  a níveis criativos ainda não explorados... Em seus quadrinhos as palavras não são meras informações expostas para gerar comunicação, elas são em muitos casos parte gráfica da narrativa como objetos concretos e participativos.  Essa junção explora justamente romper com os limites da "arte sequencial", termo preferido pelo autor sobre esse tipo de trabalho. Poderia me estender mais sobre a imensa contribuição desse maluco para o universo das histórias em quadrinhos, mas aqui fica esse registro para exercitar a memória e  por consequência mencionar a importância desse artista no cenário cultural.


              Diego El Khouri 


 


"Os quadrinhos ocupam um lugar muito interessante no mundo da comunicação. Eles preenchem um hiato entre o impresso e o imaginário.
Nós vamos agora para o que eu chamo de uma era visual, em que as informações são transmitidas pelas imagens, principalmente porque a transmissão das informações não pode mais depender unicamente das palavras.
Os quadrinhos são uma nova dimensão que une o texto à imagem. Esses elementos estarão presentes na era eletrônica e na dos computadores. A mídia impressa irá sobreviver, mas em grande competição com a eletrônica. E a importância dos quadrinhos enquanto mídia está crescendo.
Quando digo quadrinhos, devo enfatizar que estou me referindo a uma sequência de imagens para contar uma história."

          Will Eisner 













terça-feira, 5 de março de 2024

200 PÁGINAS FINALIZADAS de uma HQ punk, escatológica, crítica e violenta!!!!

 

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HQ XXI

Roteiro e desenho: Diego El Khouri

EDITORA MERDA NA MÃO

* Publicando os impublicáveis *


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A ÓPERA DA DESGRAÇA





Por: Diego El Khouri


O trabalho artístico numa sociedade calcada nos pilares competitivos e sanguinários do capital não tem muita relevância. O suor derramado no processo criativo e hemoglobina despejada de almas ousadas e anti convencionais são porradas nos estômagos higiênicos de gente careta e reacionária. "A moral é a fraqueza do cérebro", já dizia o vagabundo Rimbaud. 



Eis, portanto, que a HQ XXI chega em seu momento derradeiro. Finalizada hoje 200 páginas (roteirizadas e desenhadas) de uma arte sequencial (usurpando um termo do Will Eisner) transgressiva e sem limites. 



São pequenos contos em forma de história em quadrinhos. Mas os capítulos, em muitos casos, tem relação direta . É uma grande novela fragmentada: texto direto/curto/podre/sujo  como um som punk numa sutil teia poética e visceral. A influência do impressionismo alemão, a contracultura  como força imagética, a vivência periférica  e marginal, a influência emburrecedora dos reality shows, o movimento teocrático mundial, a ascenção e fortalecimento do fascismo, a social democracia e sua roupagem progressista mas com ações neo liberais, a experiência trágica da pandemia, o futuro como repetição do passado... São combustíveis desse trabalho.




Começo essa HQ em Janeiro de 2019, início do governo fascista, numa disciplina sobre quadrinhos na Faculdade de Artes Visuais da UFG ministrada pelo artista multimídia Ciberpajé (o primeiro capítulo desenhei durante esse período). Atravessei esses anos produzindo esse trampo (com longas pausas devido a produção de outros projetos da Editora Merda na Mão, como por exemplo, a HQ O Filósofo da Maconha) de forma visceral e totalmente entregue. Os detalhes da execução  desse trabalho artístico (roteiro, estética, elementos simbólicos...) dariam várias e várias páginas de explicação, mas quero me atentar agora apenas nessa informação importante: 

200 PÁGINAS DESENHADAS E  FINALIZADAS .




Agora vamos para o processo de revisão e organizar as ordens do capítulo (importante parte da caminhada). Penso nesse álbum como um disco musical. A ordem das "faixas" ou capítulos são importantes: elas podem potencializar ou enfraquecer o resultado final.



Depois digitalizar o bagulho, diagramar e enfim... A impressão!



Esse quadrinho vai deixar muita gente de cabelo em pé!


Email para contato: editoramerdanamao@yahoo.com



                     As chagas do século sinistro



Ah, falta ainda a capa e a contracapa. 


A história se passa em um lugar fictício (nem tanto assim) chamado PLASIL.



Mais informações aqui: