segunda-feira, 29 de abril de 2013

DO EROTISMO AO HAXIXE


(Pintura e poema por:  Diego EL Khouri)



cruel fantasia nos pomares azuis de lindos cristais
 frutas mortas espalhadas aos bárbaros crimes
aquelas embarcações de merda que nos trazem jóias
anoitecem dentro de nossas cabeças férteis
esféricas luas amarelas remexem dentro do estômago
um outro eu parece sair, fugir para longe dessa loucura
encontrar abrigo dentro do brilho impressionista
minha barba messiânica não aponta caminho algum


sou eu entre cadáveres beijando a delicada pétala
do amor voraz que se entrega
livro erótico esquecido no subsolo de algum muquifo

meses atrás ranger de dentes era a  música
que dançava nas rodas dos carros

a desordem do meu espírito é primavera
canto a obra do não tecelão da  matéria
olhos vítreos estão abertos pra beijar a alma
gotas de chuva na torneira interrompem  silêncio
nesses dias que parecem não ter fim


as horas não passam, incrustado fico no tempo
que não se mexe teimoso que é

pára, sorri, se cala, inaudível permanece, cego, febril
não respeita meu desejo insano
e nem a fibra dilacerante do amor

Acordem! Acordem! fantasmas de aluguel!

as ondas fazem do cabelo desalinho
entrei no teu ventre para no teu ventre viver
reinar no teu corpo absoluto
ferir quem topar no caminho

a dinamite é meu poema que cospe fogo
espalho porra pela fúria do enleio

conservo num tubo de ensaio a vida
 para criar um novo fim e um novo começo
a existência 1001 dá a luz novos raios

(penetrar céus, parir estrelas...)

júbilo astro eloquente da quimera
meu falo carrega o tempo
leva à órbita abissal dos desejos
para um cântico intenso
viril, mortal

voluptuosa tempestade
teu nome é poesia
a ouvidos tão complexos
penetro, mergulho
na luz de teu vulto

aquele cão sarnento
para mim calou
abanou o rabo
entregou o cu
numa bandeja suja de espirro
e caspa


não quis, poeta amante 
de pele lisa
e não imagens distorcidas


aquelas tardes em jacarepaguá
foram fumaça repentina
denso campo dionisíaco

do erotismo ao haxixe
da língua ao lodo
do ventre ao tempo

sempre seu sempre 
meu (teu)
senti
sussurra
geme

vejo 
os braços alongados de Modigliani
nos seus filhos hoje de milhões de dólares
e a miséria com suas dezenas de facas mutilando corpos
essas crianças sem casas
perdidas na melancolia do violão de Baden Powell 
(Prelude in A minor)
notas vibratórias, o azul eterno que não se desbota
vejo tudo isso de camarote

Samira  me acompanha bêbada
damos um bom trago no cigarro
a mente dopada não só de maconha
conversamos sobre sonhos e desenhos
e sobre os arcos da lapa
que a poesia reina enlouquecida

os amantes se amam cada vez mais
e  o desbunde ainda perdura
mesmo dentro de qualquer prisão

Acordem! Acordem! fantasmas de aluguel!

o violão bate bate bate
no encéfalo
penetra fundo

"O amor é a compensação da morte"
(Schopenhauer)

essa música, esse sol...

dezessete horas e seis minutos
nu na frente do pc

ah estou embebido de  visões
e só há uma estrela no céu de minha boca
apenas uma janela do lado esquerdo
uma tela por terminar no caminho 
uma estante abarrotada de livros a direita
cheiro de incenso e cannabis
o violão maravilhoso e vagabundo de Baden Powell
e o sempre presente Miles Davis

todos me entregam 
o retrato vermelho da fantasia

seios fartos, coxa grossa

um  jeito inebriante e veloz de falar
um x com cheiro e sabor

eu Eneida  na batalha de áccio
companheiro paladino
amante carnal
ouço a música, o sol
a tempestade gemendo luxúrias
essa mesma que aniquila soldados
EU aniquilo soldados
esculacho regras

 porque raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

e volto e digo e repito
os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia

os raios me entregaram
o retrato vermelho da fantasia...




FACA NA CARNE





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FACA NA CARNE

(Por Samira Hadara)



سكين في الجسد
  • قطع عميق في جسدي
    إذا كان طين الدم فورية
    في صدري الشوق يحلم متعب
    لماذا نلوم العاهرة البلطجة
    يلوي سكين وبخ حتى جسدي يستحم
    أغمض عيني ويشعر السائل المنوي له الساخنة تغطي جسدي
    انزلاق ... الساخنة، وتحترق في اللهب
    بعد إفراغ الجسم انخفضت ومنقوع
    عيون زجاجية يحدق الآن ...
    A نبض اليد، صرخة اليأس واللحظة النهائي
    شعرت هزة في جسدي قتل تقريبا
    له النازي عرق نازف، فمه البصق وهو يتحدث، ومرة أخرى!
    شفتي أريد أن أطلب ... ترك لي هنا
    لا تبكي الكلبة ... قتل للتو أفضل عاهرة الخاص بك.

    (بقلم: سميرة الحضرة)
*tradução:

Faca na carne

Cortaria em profundo minha carne
Se no mesmo instante o sangue escorresse
Em meus seios os anseios devaneios cansados futres
Por culpa de um bandido filha da puta
Retorcer o punhal e fazer jorrar ate meu corpo se banhar
Fecharia os olhos e sentiria quente seu sêmen percorrendo meu corpo
Deslizando...quente, ardente em chamas
Depois do corpo caído esvaziado e encharcado
Olhos parados vitrificados...distantes
Uma mão pulsante, um grito de desespero e no momento derradeiro
Senti um solavanco em meu corpo quase que morto
Seu nariz pingava suor, sua boca cuspia enquanto falava, volte!
Meus lábios queriam pedir...me deixe aqui
Não chores filha da puta...acabara de matar sua melhor meretriz.



domingo, 28 de abril de 2013

TEMPESTADE




(Por Diego EL khouri)

À Samira Hadara, minha tempestade

Meu sol seu sol
ar que respiro
inebriado em suas coxas
                                     grossas
nessa calça de ginástica
que caminha pela sala
mais um trago-humano
vem acolher-me
para longe do tédio

mais uma dose de morfina
paralisa sentidos
mais uma noite em seu colo
raio e tempestade na boca
 nos seios fartos de volúpia
nos cabelos trevosos da noite
nas nádegas de delícias suicidas

meus pés teus olhos

fogo insano debaixo da porta
entra sem pedir licença
vodka com maracujá
choque, coito, sono
conversas ao ouvido
palavrões
sêmen descendo lábios
após bela ejaculada
nos hemisférios surreais
que espadas cortantes anunciam
e participam da festa

eu e você
abarcados, abraçados
no limite estreito da morte
em  profunda combustão
no cerne da questão
não dar ouvidos a cegos
moralistas de passaporte

(eles não sabem  nada)

"eu nado até você
até seu mundo"

insito e procuro
no seu corpo
marcas que se foram
me  encontro agora nelas

seu ventre pulsa
meu falo fala tudo
ergue massa corpórea
com bombadas mil
fortes e firmes
como um devasso cria

beat/on the road

Goiania/ Rio de janeiro
- Freguesia

não se lamenta
nem pensa
feche os olhos e vem (!)

já que meus braços
erguem suas pernas
até sua face
para em cima de ti
entrar e ficar e sair e entrar
       entrar e ficar e sair e entrar
  entrar e ficar e sair e entrar                  
                        entrar e ficar e sair e entrar
                              entrar e ficar e sair e entrar
            entrar e ficar e sair e entrar                    
                        entrar e ficar e sair e entrar
entrar e ficar e sair e entrar...

......
...........
...................
.....................................
       
                               o que sobra após a tempestade?
                               eu e você... nada mais.


sexta-feira, 26 de abril de 2013

GRITO MARGINAL




 Projeto zine online... Diego El Khouri, Paulo Monteiro, Ivan Silva, Clark Ars, La Escada, Roberto Hollanda, Samira Hadara, Davi Silva, Fabio da Silva barbosa... e todos que se interessarem.


"Projeto zine on line... "Grito Marginal" pretende reunir qualquer espécie de Arte sem restrições, seja escrita ou visual. este projeto é elaborado por David Beat. E quem quiser participar se sinta a vontade me enviando material: poesia, prosa, ilustrações, alucinações e o que mais você quiser gritar... essa imagem é apenas uma prévia..." David Beat
enviar material para E-mail: pennybeat@gmail.com


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quarta-feira, 24 de abril de 2013

CIDADE-VERTIGEM

(Poema e Pintura: Diego EL Khouri)

A melodia interminável - a gente perde a margem, e entrega-se às ondas.
Nietzsche 

cidade-vertigem que abriga braços
 seu silencio acalma a paisagem
suas cores excitam poemas
seus traços convertem  espaços
músicas febris, algumas mesas
lado a lado com os papos
de bêbados sorridentes da noite
que não se cala nem por decreto.

minha poesia (bomba cruel minoritária)
feita para encantar corações
se faz na loucura
da luta da vulva no falo
no beijo que outrora roubei
nas mil e uma faces da morte
do prazer que vem sem medo.

A língua vibra 
e não me calo

ariano atroz de olhos firmes
a boca seca esconde um crime
no inconformismo sem uniforme
nas bandeiras que um dia queimei
e em tudo aquilo que posso e o eu que não posso
cravar meus dentes  na sombra da morte
"no eterno meio dia"

os olhos estão vivos
olhos que um dia viraram sangue
alma coagulada em delírio
corpo de fome, bílis fugitiva
filas,filas filas, filas, filas

 desqualificados pais
andam
ainda você não sabe

eles andam e não te falam

minha fome de vida é prazer
vi palavras, rimas dispersas
 lançadas em finos cadernos 
o jazz volúvel encorpado,sua cara embriagada
no meio do pátio
a música dissonante do amor

e te amo aberto em delírio
na cidade-vertigem
te amo sem nenhum cinismo
em ti encontro abrigo

te amo
e me encontro bandido
amantes devassos amigos

te amo 
em constante vício
na cidade-vertigem 

tempestade em cápsulas de fogo
dançando em volta da fogueira
te amando sem pudor, meu amor
que é febre que não acaba
na cidade-vertigem

              (bocas unidas -

 você:

       meu 
            amor

 você

                      meu abrigo).




terça-feira, 23 de abril de 2013

CARICATURA NA MERENDA MUSICAL

Caricaturista Diego El Khouri, estará no Merenda Musical, dia 27 de abril 17h - 22h, não perca a oportunidade de fazer sua caricatura. (Jota Batista)

Obrigado pelo convite e pelo espaço, Jota Batista. (Diego EL Khouri)


Sábado em Goianira (27 de abril) no Centro Escolar de Educação Física das 17:00 as 22:00





domingo, 21 de abril de 2013

DOIS POEMAS DE SAMIRA HADARA



Para Diego El Khouri

(Por Samira Hadara )

Droga D.E.K.

Minha droga achada, me encharca de alegria
Me faz em harmonia me consome a cada dia
Existe um salvador melhor do que essa minha droga?
Ele rasga minha alma de prazer, escreve no livro da minha vida
E parece escrever uma nova história
Então deixarei ele me consumir, me sucumbir
Deixarei ele levar embora minha dor
Deixarei ele me abraçar quando os demônios quiserem me arrastar
É tudo que minha carne quis e meu espirito com fobia repudiou
Mas esse tempo acabou, meu vício meu oficio meu homem 
Em forma de droga me adotou, me adornou
Partículas gotejantes no ceu de minha boca
Vou sorvendo a cada instante droga em forma de veneno
Veneno de tinta que brilha, me intorpece me contagia
Amo inconcebivelmente de joelhos ao chão
Tua falta me faz percorer as estações estendendo-te a mão
Abstinência sem perdão.





Noite Vazia


Como fica vazia a noite sem poesia
Sem depravação 
Solitária estrela vadia
No caos da depressão
Noite longa que estica pensamentos
Esboços de entrosamento
Ah um sexo violento
Esquinas sem prazer
Poeta onde esta você?
Disparo em desatinos com desejos ladinos
Que falta que faz seus devaneios
Viajar em seus lábios matreiros
Em planos de putaria
Poeta por onde anda você?


(Por:Samira Hadara para Diego El Khouri)


/// 



 Agradeço, pra caralho o poema, minha parceira cósmica! Tua arte pulsa delírios e orgasmos e me ver homenageado com teus versos é muito bom !!!Valeu demais!!! Que Baco sempre ilumine nossos pensamentos e o juízo jamais nos acompanhe!! (Diego EL Khouri




terça-feira, 16 de abril de 2013

SAMIRA HADARA III

(Por Diego EL Khouri)


observo os retratos renascentistas
que pairam minha mente na sua mente
nos olhos da sua boca
língua no pescoço
e toda densidade viva que mora em teu seio

não me calo, não nos calamos

opostos cometas do lado oposto
embarcamos à via insana dos amores
que se entregam a existência que se abre
borboletas azuis, nova fase

In a silent Way de Miles Davis
no rádio-fogo do desejo
observo janelas, portas
talheres na louça
a poesia amassada no bolso
que berra a todo instante
embora tapem os ouvidos
e não se lancem (covardes que são)
aos doces perigos
que a jornada deflagra

mas nós não (!)

sóis embriagados 
lambendo seio
em teu colo permaneço

meus 27 anos flutuam qual correnteza
que se escapa do chão
27 anos para agora te amar em êxtase
 venerar como deusa
beijar como puta
lançar  dados a esmo

 (tu, minha musa)

pois somos lindos cometas
amando sem pudor
afastados do mundo
nosso mundo
eu e você
ninguém mais.