domingo, 24 de fevereiro de 2013

TEMPOS DIFÍCEIS



(Por Cecília Fidelli)

 Vida.
Santuário cheio de infortúnios.
Morada de angustiosos
soluçando pelo infinito,
repetindo incasàveis alusões ao céu.

Somos pêndulos indifinidos na terra
despencando pouco a pouco
dia-a-dia.

Procuramos ilustrar a alma
com compensações divinas
mas em trânsito estacamos.

Gotas solenes
 de torturantes e intensos temores
 parecem nos perseguir
e na verdade,
não fazemos objeções concretas.

Expomos soluções ao mundo
repleto de problemas,
e eles nem são absorvidas por ninguém,
sequer pausadamente.

Não temos um herói pra intervir
decisivamente,
mas nos apresentamos como sentinelas.

Uma hora tudo isso termina
sem dissimulações ou hipocrisias.


Por enquanto,
mesmo insatisfeitos,
calamos covardemente,
 em devoradores silêncios.



Cecília Fidelli.
(Para Diego El Khouri).

retirado do blog  http://ceciliafidelli.blogspot.com.br/ de Cecília Fidelli.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

DEITADO EM SEUS BRAÇOS

(Por Diego EL Khouri)




Cancelem minha ida ao paraíso, condenem os servos de deus e os escravos do abismo, estou de olhos abertos, mente dopada, ereto, caminhando entre escombros e as flores da guerra. que linda paisagem essa que beija novamente meus olhos! vomitar nas cabeças do amor, acariciar rostos desumanos, masturbar perante castelos. quem me condenou e me levou ao desespero entre humanos? estou puro, limpo. verdade... hoje não me droguei, nem desfiz minhas malas. há caveirinhas mexicanas enfeitando meu coração e estou rindo, rindo, rindo, rindo feito louco perante essa linda paisagem que se apresenta diante meus olhos!!! mais um dia de produção!! um toque leve de carinho sorrateiro. estou deitado em seus braços lambendo feridas. observe meus olhos, minha íris de uma beleza que não se extingue. na miséria novamente? foda-se!! quero o amor puro e a leve densidade... estou na contramão procurando mãos que me ergam, posso ir só, fica a meu critério. sinta meus beijos sinceros em seu pescoço e seios. estou de mente aberta em comunhão com o amor. a risada hoje será a música maior que abafará legiões de esquecidos e o desejo cultivará novamente a jornada sem pátria, família, incerteza, respeito ou gratidão... porque já dizia Nietzsche, "tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo."

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O OLHAR NA CINTURA DO DESEJO

(Pintura e poema por:  Diego El Khouri)


sede e fome pelos campos de outrora
flores se abrem em gotas de sangue que as beijam
repletas de ternura e carinho

envolva-me em teu abraço
assim como deixo que o barco viaje
e leve-me longe da turbulência de ondas
pois a vil voracidade atrapalha e fere
o calor nos aquece
poeta errante de paragens insólitas
atrás da bebida prometida
que não chega nem em malas  anciãs
e muito menos em liquidação de deuses
o mecardo está fechado
bares repletos de uma alegria alérgica
sem senso comum a minha identidade atual
tagarelam meiguices idiotas
tão belas aos nossos olhos
olhos de poeta ou burocrático

construa uma ponte, eleva a mente
pés precisam se encontrar
minha mão em tua face a vestir
essa luz confortadora
que nada tem de correta

envolva-me em tua luz
ó rainha dos meus sonhos
tão lindos e perversos
paixão que sufoca a alma
como quero-te entre a moldura e o acaso
perdida em meus braços
tão trêmulos de desejo
és a faca e o queijo
o jazz sombrio que se perdeu

sintas minha mão em tua face
minha boca em tua alma
posso sentí-la por dentro
além da matéria

de bruços sobre a cama
sinto a calma de teu sono
que perpetua em pensamentos azuis

ó quantas belezas sutis
entraram em minha vida
e me fizeram de palhaço nas esquinas?

o telefone toca
dívidas traçoeiras
me perseguem
como bússulas do desamor
flores ainda a crescer nesses campos
mutilados pela guerra
paisagens onde muitas vezes
nos entregamos
sonhos coloridos
cetim rasgado no céu febril

a máquina dança defeitos
"assim sutilmente em silêncio
abri meus braços
pois já não há mais como cruzá-los"
secou a fonte
a sede prolonga

sentas do meu lado
deixa ver de perto
teu vil coração
em sintonia com algo
ou alguém
não me resta saber
apenas sentir
a pulsação
que tens
enquanto pensas em alguém
que não eu

mas bela é a sintonia
que invade chamas
corpos em transe
alma que fala e grita
em gemidos de amor sincero

como quero-te bem
em paz contigo mesma
que tenha dois braços a mais
que aqueça e forneça abrigo
alguma boca que te beija
com o carinho que para ti lanço
alguém que ouça e entenda teus poemas
assim como ouço e entendo
que te pegues pela cintura forte
e puxes para perto do corpo
(peito no peito
loucamente
serenamente)

banhando-se em esperma e amor
quero-te aqui novamente

a olhar forte, bem forte, reto, sereno,
quente
olhar mudo
 em silêncio permaneça
de braços abertos
e lágrimas nos olhos
esse olhar mudo não me esqueça
apenas me aqueça em amor e carinho

não... não  me esqueça.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

CARTAS...

( Por Edu Planchêz )
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Cartas reveladoras,
cartas de papel,
carta riscadas por um pincel
( para Allen Ginsberg, para Neal,
para Jack Kerouac,
para Diego El Khouri...)


domingo, 10 de fevereiro de 2013

(PI2) - POLITICAMENTE INCORRETO AO QUADRADO - SEGUNDA EDIÇÃO


Saiu mais uma edição da revista digital POLITICAMENTE INCORRETO AO QUADRADO (PI2) criada e editada pelo poeta Luiz Carlos Barata Cichetto. Revista que também sou colaborador. 

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Segue abaixo o editorial assinado por Luiz Carlos Barata Cichetto e o link pra baixar a revista:

 

 Pi2 – Politicamente Incorreto Ao Quadrado - Segunda Edição




Uma idéia na cabeça, um tiro no coração... As idéias estão na cabeça, e "agir com o coração" nunca é bom... Que me desculpem os românticos de plantão, ao menos os românticos babacas e tolos que acham que qualquer razão, ou mesmo emoção, estão no coração. Todos os nossos sentidos e sentimentos estão na cabeça, e é ela que nos faz pensar. E tomar nossas atitudes baseadas nesses pensamentos. Pensamentos precedem os atos e assim precisa ser. 
A revista digital PI2 (PI ao Quadrado) ou Politicamente Incorreto ao Quadrado nasceu de um pensamento, de uma necessidade de ação, de inconformismo perante uma convergência de pensamento débil, que transforma as pessoas em massa uniforme. Vender a idéia de que somos todos iguais é aniquilar com o pensamento individual e critico, que é o que sempre impulsionou a humanidade um passo adiante. Vender a idéia de igualdade é lucrativo aos donos do poder. Não existe igualdade na raça humana de nenhuma espécie, acreditar nisso é uma asneira sem tamanho. A questão é conviver com as diferenças. Aceitá-las e entendê-las.
O ser humano tem cores de pele diferentes, altura, peso, cor de olhos e cabelos... E principalmente pensamentos diferentes. E ninguém deve ser tratado pior e nem melhor por nenhuma dessas características. A globalização degenerada coloca todos os seres humanos dentro de um único saco... E depois os massacra. Faz as pessoas lutares entre si por igualdades que não existem e colhem o lucro. 
As definições do que é "correto" ou "incorreto" passaram a ser definidas de acordo com interesses monetários e políticos, dos jogos de poder. Cada qual defendendo seus interesses. A criação de cotas e privilégios, de programas assistencialistas degenerados, com interesses espúrios, sustenta a farsa. A educação tem que ser à base de tudo. Se há educação, gratuita e de qualidade, não serão necessárias as cotas, os sistemas de privilégios e os fraudulentos programas assistencialistas.
Com a primeira edição da revista digital Pi2, Politicamente Incorreto ao Quadrado, colhemos alguns frutos bons nessa árvore podre. De todas as partes do planeta, pessoas que ainda tem a capacidade de pensar e agir por conta própria, sem amarras nem cabrestos, resistem e são considerados perigosos, resistem e são considerados loucos. Resistem e são considerados "Politicamente Incorretos", enquanto a mídia dominada pelo poder, à mercê, os define como fascistas e portadores de "discurso de ódio". Não há discurso de ódio, há pensamento, há legitimidade baseada nos princípios da liberdade de expressão, básico em qualquer sociedade que se pretenda civilizada. 
E, numa sociedade em que acorrenta o pensamento crítico, amarra a liberdade de expressão e pune os que se erguem com sua voz contra tudo isso, somos sim, Politicamente Incorretos. Com inteligência, irreverência, inconveniência e até com indecência. Mas nunca com intolerância e indiferença.

Luiz Carlos Barata Cichetto
Criador e Editor

Politicamente Incorretos Ao Quadrado Desta Edição:
  • Alejandra Arce D Fenelon
  • Amyr Cantusio Jr.
  • Barata Cichetto
  • Carlos Schmidt
  • Cayman Moreira
  • Darlene Carvalho
  • David Oaski
  • Déborah Vieira
  • Delciderio do Carmo
  • Diego El Khouri
  • Eduardo Lamas
  • Emanuel R. Marques
  • Fabio da Silva Barbosa
  • Gabriel Fox
  • Genecy de Souza Silva
  • Isaac Soares de Souza
  • Jorge Bandeira
  • Joanna Franko
  • Paulo Borges
  • Paulo de Tharso
  • Renato Pittas
  • Rodrigo Silva
  • Thina Curtis
  • Toni, Le Fou
  • Valmir Knop Jr.
Link Download PDF Direto: http://www.mediafire.com/view/?pngrl03vcdc1x5e

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

RÁDIO BARATA




Hoje, as 21:00 na Stay Rock Brazil Stayrockandroll, estréia novo programa de rock e poesia comandado por Luiz Carlos Barata Cichetto: Rádio Barata Livre. http://www.stayrockbrazil.com.br/. E para minha alegria a arte do programa com a caricatura que fiz do Luiz. 




E quem se interessar em ver a entrevista que fiz com ele é só acessar qualquer um desses dois links:

http://molholivre.blogspot.com.br/2013/01/entrevista-com-luiz-carlos-barata.html

http://fetozine.blogspot.com.br/2013/01/entrevista-com-luiz-carlos-barata.html

sábado, 2 de fevereiro de 2013

AURORA



(Por Diego EL Khouri)

fim avesso das coisas
palavra tingida de vento
o silêncio apenas
na pele que  sufoca almas
aonde estarão os demônios enjaulados
 de minha loucura?
aonde estarão os barcos flutuantes
de minha densa imaginação?
pés descalços na areia
os dias sempre febris
não compactuo com suas crenças
sorveram o líquido 
que dionísios distribuiu
pelos campos da memória
cadarços de arame farpado
sândalo e sodoma 
me beijam em toda manhã de sol
aqueles sim eram belos dias
 flores desabrochavam 
olhos sempre vistos pela janela
de esguelho você  via o recreio
em sua brecha sem angústia
"o que fazer no meio de tanta
banalidade? correr de um lado para o outro
sem motivo algum?"
assim me perguntava com olhos
cheios de lágrima
pés de arame farpado
a areia movimenta-se
com meu sangue
nos amamos na espuma flutuante
seios são fartos do amor 
que em pleno exagero vivo
cada segundo
cada minuto
cheiro de sexo
liberdade forçada
um bando de sombras
no meu encalço
essa beleza viva
tortura e fere
cabelos de fogo
escarlate
você se abre
eu me fecho...
anjo drogado
derrubo portas
medíocre de alma cult
não possuo nenhuma ceita
não sigo nenhum deus
nem respeito regras
pois não existo
insisto
não existo
"perdulário do caos
esbanjador de palavras preciosas"
minto e omito
a quietude de meu abrigo
insisto
não minto
omito
persisto
persigo o mito
não existo
não existo
não existo
não existo
insisto
persisto (!!)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

BRENFA NR 03 EM BREVE

Eis abaixo dois cartuns que eu desenhei para o fanzine Brenfa  nr 03 que faço  com meu grande irmão Ivan Silva. 
Quando sair essa terceira  edição aviso aqui no Molho Livre:







* Capa das edições anteriores do brenfa nesse link:

http://molholivre.blogspot.com.br/2012/11/zine-brenfa-edicao-nr-01-e-02.html