sábado, 2 de fevereiro de 2013

AURORA



(Por Diego EL Khouri)

fim avesso das coisas
palavra tingida de vento
o silêncio apenas
na pele que  sufoca almas
aonde estarão os demônios enjaulados
 de minha loucura?
aonde estarão os barcos flutuantes
de minha densa imaginação?
pés descalços na areia
os dias sempre febris
não compactuo com suas crenças
sorveram o líquido 
que dionísios distribuiu
pelos campos da memória
cadarços de arame farpado
sândalo e sodoma 
me beijam em toda manhã de sol
aqueles sim eram belos dias
 flores desabrochavam 
olhos sempre vistos pela janela
de esguelho você  via o recreio
em sua brecha sem angústia
"o que fazer no meio de tanta
banalidade? correr de um lado para o outro
sem motivo algum?"
assim me perguntava com olhos
cheios de lágrima
pés de arame farpado
a areia movimenta-se
com meu sangue
nos amamos na espuma flutuante
seios são fartos do amor 
que em pleno exagero vivo
cada segundo
cada minuto
cheiro de sexo
liberdade forçada
um bando de sombras
no meu encalço
essa beleza viva
tortura e fere
cabelos de fogo
escarlate
você se abre
eu me fecho...
anjo drogado
derrubo portas
medíocre de alma cult
não possuo nenhuma ceita
não sigo nenhum deus
nem respeito regras
pois não existo
insisto
não existo
"perdulário do caos
esbanjador de palavras preciosas"
minto e omito
a quietude de meu abrigo
insisto
não minto
omito
persisto
persigo o mito
não existo
não existo
não existo
não existo
insisto
persisto (!!)

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