segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

BATE - VOLTA

Por: Mariana Valle

(para Diego El Khouri)

quando vejo um abismo
cismo de me jogar
paraquedas não há
mas posso planar
ou me estatelar
no chão

meu plano é pairar no ar
a observar antes do pouso

mas muitas vezes
eu ouso explodo
me jogo impulso
meu pulso é automático
pula insistentemente
latente de verbos e paixão

me jogo  na contramão
e desço ao fundo do poço
quebro ossos viro elástico
e subo de volta
mais leve

sem as mágoas e culpas
já entregues na poesia
e nas verdades ditas
a quem doeu

dói em mim também
mas vou além
e voo
eu não sou nada
estou.

(mariana valle)
29/12/2019

Tela pintada por Diego El Khouri


Título: Liberdade
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 100  x 90cm
Artista: Diego El Khouri

++++++++++++++++++++++

Por: Edu Planchêz 

diego el khouri me disse 
que não coagula di boa cum u puema objet de jcabral 
& sim cum o versu de perder o folego o + cativa
tal o de allen ginsberg
q o fred autor de folhas e ervas
me indicou para ser um modelo
a ser por mim copiado,
assim o faço,
kzé e gaét




_________________________________


Por: Edu Planchêz 

postar, escrever, 
gestar poemas no facebook,
diz-me um irmão, é inútil, algo perdido, que seja,
sempre combinei com baquiat, tela é parede, mesa, 
papelão, tronco de árvore, calçada...
e tinta, pó de café, açucar, óleo de soja,
guache, sangue de minhoca,
que o diga marvel Diego El Khouri

domingo, 29 de dezembro de 2019

OUTSIDER DA GALÁXIA DE PARNASO

Por: Diego El Khouri 


Minha prepotência tem ingredientes  de poesia e empoderamento existencial. Tenho sim uma história  de vida incrível,  inimitável, surreal. Atravessei  portas e fronteiras e incomodei os mais desavisados e caretas com minha postura de vida e ousadia  intelectual.  Mas no mais sou abismo. Invólucro manto de um mistério  que não  se cala, apenas grita  no vácuo sem as grades, sem afago e abraço.  Outsider da galáxia de parnaso. Filho da puta sem ordens e regras.  Face torta no torto âmago  da morte. Penetrar, rasgar, cortar, atravessar  a tela, pincéis  de fogo  e cores quentes múltiplas.  Abismo não  se cala. Ruínas dançam  voluptuosa  no cu das atmosferas  falidas. A vidinha comum  me persegue.  Sigo reto louco nas curvaturas  sinuosas  das estradas  do êxtase.  Sou uma lenda. E lendas não  tem alma. Lendas não  carecem de respeito  e afeto. Lendas apenas vomitam e nada esperam desse vômito sujo e apaixonado. Sou o energúmeno idiota burro ou o gênio iluminado e santo? Apenas ruínas.  Ruínas  cristalinas esfumaçadas, cannabis, "delirium tremens", eletricidade bandida... Sem  presente e futuro: o abismo... grades trancafiadas, bebê  enrolado em pano sujo de sangue, todo bebê  agonizante é minha face nua no espelho, todo bebê é a infância  da poesia ainda  idílica  e ingênua... a poesia, essa merda translúcida e lúdica,  criminosa, "acendeu velas no meu crânio". A poesia me fez inimigo do estado, execrado das famílias tradicionais e um "perdulário  do caos esbanjador de palavras  preciosas". A poesia me fez querer  beber o líquido  do Dharma. Sim. Sou uma lenda. E lendas não  carecem  de mais nada.


sábado, 28 de dezembro de 2019

DIEGO EL KHOURI E O LABIRÍNTICO OFÍCIO DAS ARTES

Por: Diego El Khouri 



Desde muito cedo percebi que meu caminho é o labiríntico  ofício  das artes. Meu primeiro romance escrevi aos 8 anos de idade e nunca  mais parei. Tudo que fiz foi para eu tivesse  mais ferramentas de produção.  Li vorazmente tudo que me chegava  pelas mãos (tive a sorte de possuir uma biblioteca  em casa) e aos 14 anos, depois de ter lido tudo que tinha em meu lar, passei a pegar livros na biblioteca da cidade e copiar à mão para que eu tivesse a possibilidade  de estudar, estudar  e estudar cada detalhe afim de desenvolver e aprimorar as ferramentas  de criação. Nessa fase eu já lia literatura  hermética  e mergulhava  profundamente  nos clássicos.  Fazia listas de livros e  ia atrás das  obras.  Isso antes do advento da  internet (pelo menos para mim). Mas não  fiquei apenas no campo  da  busca do aprimoramento intelectual.  Também  caí  na vida. Aquela máxima piviana, "o poeta tem que cair na vida / deixar de ser broxa / pra ser bruxo". Costumo  dizer  que Baudelaire acendeu meu primeiro  baseado. Passei pelo estilo punk "do it yourself" e pelas transgressões existenciais. Mergulho,  portanto,  em um paradoxo entre disciplina e loucura, lucidez e delírio. Emergi do seio  das artes e fiz da minha vida uma jornada inimitável.  Transformei as flores silvestres em "clísteres de êxtase " e meu olhar em torrentes intensas de poesia e vertigem. E vivi (e vivo) uma existência  com características surreais. Minha arte me possibilitou  conhecer pessoas interessantes e experimentar situações que uma pessoa dita "normal" jamais viveria. Um dos grandes males do sistema é indução  de sentimentos de superioridade  e inferioridade. Devemos cortar esses tentáculos de manipulação. Porém,  tenho convicção que sou  uma lenda do underground.  Atravesso e implodo as estruturas. Não  sou um artista  relegado apenas  aos subsolos.  Transito  em várias  paragens e contribui,  de forma  muito  intensa,  com  as artes do  país.  Se você,  tiozinho  e tiazinha, senhorsinho e senhorinha  da academia,  críticos  de arte, curadores com suas barbas espessas e olhar apático,  galeristas com seus castelos  de marfim, não conhecem  meu trabalho  (e nem estou falando  em gostar ou não), é porque não  mais transitam com os pés  no chão  da contemporaneidade (ironia  isso em se tratando em "espaços  de conhecimento") e se perderam  na rota da vida. O poeta Rimbaud já dizia  que  "é  preciso ser absolutamente  moderno" . Acredito  que ser vanguarda é estar  junto ou a frente dos fatos. Tenho plena consciência  que minha história  de vida tem traços  marcantes  de surrealismo  devido as situações fantásticas que desenhei ao longo  de minha existência.  Muitas pessoas se surpreendem, quando  conhecem  ou presenciam algum fato  da minha vida, e sei que tenho um impulso  forte do diferente, do estranho,   o "olhar não  familiar " que Freud falava. Sei também que tudo que fiz na vida, desde os 6 anos de idade, foi, e repito, para que eu tivesse ferramentas que me tornasse um artista profundo,  complexo,  potente.  É uma busca eterna e o grande barato  é curtir  a estrada e não  simplesmente "o fim" dela.




* Na foto com 7 anos de idade  

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

COM O VERBO NA CARNE

Por: Cristiane Sobral

Esse texto deve ser aberto com bisturi
para refletir sonhos alheios
nas palavras
deixarei pistas de salvação

esse texto deve ser aberto com bisturi
o verbo cheio de carne
vai derramar sangue negro em seu rosto
suas mãos brancas
serão salpicadas de um vermelho quente e vivo
nas palavras deixarei pistas de salvação

esse texto deve ser aberto sobre a mesa
para que reflita toda a sua luz
depois
que seja oferecido
como o melhor tecido da última estação

esse texto deve ser aberto com bisturi
valorizado como pérola
nunca distribuído aos porcos
depois da refeição.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

PQP

Por: Mariana Valle

não sou burocrata
de exatas
e todas essas coisas
tão chatas pra mim

mas sou produtiva sim
fabrico poemas 
o tempo inteiro
e crio artes e ideias mil
com uma rapidez
que você não viu

então se vierem
dizer de novo
que eu não gosto 
de trabalhar
eu vou logo mandar
para a puta que pariu

20/12/2019

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

NATAL 2019

Por: Rogério Skylab

Ao invés de estarmos incendiando esse país, o shopping está cheio. Já comprou seu presente de Natal?


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

PAPAI NOEL FILHO DA PUTA

* trecho da letra  da canção  Papai Noel filho da puta da banda Garotos Podres

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Por: Diego El Khouri 


 A banda Cólera  tem uma música  também  sobre o Natal. Odeio essa merda de data capitalista!! papai noel: criação  do deus capital coca cola. Vivo o underground  de verdade. Sem culto e hierarquias  fétidas  e necrófilas desses  moribundos velhos do poder! Sementes  desgraçadas das guerras doentes por grana e petróleo!!! natal é o momento  de maior exaltação  da falsidade... não  aquela falsidade poética  contida  em uma obra de arte (a falsidade como produto de sarcasmo, ironia, lisergia  )... mas me refugio no punk rock. Eu não  sou mais  o punk que outrora fui,  pois não  sou museu. O "faça  você  mesmo" ainda reverbera em meus atos e criações. No natal é o dia que mais ouço  punk rock.  Rock N' Roll até o Abismo! Até o Sol! Cegar os olhos, o olfato,  tato e a mente! Virar poesia! E que se foda o resto!!!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

CHAKUBUKUS MEUS

Por: Edu Planchêz 

meu ombro dói,
a contratura muscular grita,
grita o novo dia,
grita o que está presente,
o invisível muro da minha mente
de chamas ardentes 
também são feitas as noites,
grato sou a esse forjar 

de espada-alma,
aos aliados 

que ora estão em nova xavantina
e nos emirados 

de aparecida de goiania;
chakubukus meus,
parceiros da liberdade


a lei imutável regida 
pelas palavras,
pelos sábios caracteres 

do sutra de lótus,
neles nos fundimos
ao nosso budha interno,
ao espelho de bronze
que nichiren usou
pelos dias do século doze


roda roda da beleza,
do beija-flor, do roxinol,
das cerejeiras do meu japão

meu mestre que nunca dorme,
para o sempre e para o nunca
junto as minhas mãos as tuas,
as mãos de todos que encontro
e que nunca vou encontrar

______________
* Retirado do livro Segurança Solar segurancasolar.blogspot.com


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

CONEXÕES

Por: Diego El Khouri 

Hoje pela manhã  chegando na Faculdade de Artes da UFG me deparei com o artista e professor da UFG Edgar Franco, também  conhecido como Ciberpajé. Edgar é um dos grandes nomes  do quadrinho mundial além de performer,  músico, desenhista, pesquisador, etc.. Foi animador ouvir de sua voz a  admiração  e o respeito que tem  em relação  a minha arte e isso, com certeza,  é um jato de ânimo  para continuar  nesse labiríntico ofício das artes. Realmente foi um combustível  energético  para mim. não  bastasse, saindo da Universidade (última  aula do semestre) topei, por acaso, com outro grande quadrinhista, o Gazy Andraus, que ao lado do Ciberpajé e outros nomes da arte sequencial, criaram um movimento que se chamava quadrinhos poético - filosóficos.  Andraus (que cheguei  a  entrevistá-lo para o blog  fetozine.blogspot.com) disse que acompanha  meu trabalho, exposições  e tal e me entregou  dois zines. Um deles é a HQ de 1996  intitulada CONVERGÊNCIA,  uma belíssima  obra de arte --- profunda, sublime, abismal, o "além  de si mesmo", como está  escrito em uma das páginas (em breve vou  escrever um texto sobre esse trabalho e posto aqui no MOLHO LIVRE). Repito: realmente uma belíssima obra de arte,  densa e intensa, melodiosa, rítmica !! Moebius ficaria orgulhoso.  O outro zine é o EXTINÇ(t)ÕES ("é um fanzine, uma revista autoral artística  paratópica (assinada por vários  autores) , que integrou o evento  "Ciberpajelanças II",  que ocorreu  nos dias 23 e 24/11/2019, no Espaço  Ruptura  Cultural,  em Goiânia/GO" e não  pude ir porque estava organizando um sarau dentro da Habite Coletivo  na exposição  de artes visuais  chamada ART((ÉRIAS)) da qual eu e a  Jessica Motta estávamos participando ). 
-- Com Manuel  de Barros aprendo a importância  das sutilezas  da vida. Cheguei em casa fumando um cigarro e com algumas feridas  cicatrizadas.


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

POR: MURILO PEREIRA DIAS

Apenas fumar
Fumar
Fumar...fumar...fumar!!!! 
Não irei comprar mais nada 
Não irei passear ... a não ser... que... possa.... fumar 
Fumar
Fumar
Vou deixar tudo como está 
Vou fumar
Depois vejo a hora 
Não quero mais ver 
Apenas sentir 
Vontade ....
... de
Fumar
Fumar Fumar 
Um dia poderei comparecer ao contrário do que se trata um pensamento 
Se antes 
Eu tiver fumado 
E fumar durante 
Depois fumar 
Fumar 
... fumar .....


domingo, 15 de dezembro de 2019

POR: MARI PITALUGA

Eu
Eu acordei
Levantei,
Escovei,
Brinquei,
Alimentei,
Chorei!
Eu senti
Estava tudo ali,
No aqui e no agora
Saí vestida de mim
Encontrei, encontros
Uma pausa 
Um abraço
Um doce sorriso e um aroma
Senti a brevidade da vida, olho no olho
E a completude.
A brisa vem suave, quando na há vento.
Já observou?
São mensagens
Abrace e sinta
Só resta agradecer.
E agora?
Sinta!
Lá e vem!
E bagunço,
Bagunço.
Percebo que faz-se necessário outros olhares. 
É preciso por tudo de cabeça pra baixo.

M.P


sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

TUPINIKIM FROM AMAZÔNIA

Por: Diego El Khouri 

cheguei na universidade  doutrinado
pelas ruas  fétidas  de goiás beat
por incontáveis  botequins sujos de sangue e lágrimas 
por uma jacarepaguá endoidecida de ópio  e vinho
por cristais  azuis de lisergia trânsfuga e anônima
que arranca  do peito  qualquer tentativa de submissão 

nasci de um parto torto e feio
vil como  nau perdida 
alabastro preso nos arrebóis embriagados de êxtase 
all right tupinikim from  Amazônia
para que e para quem? para onde?
                            onde
                                            para
                                       o
                                              mar

quadrada enfim está a Terra
cálida e caída   pelos inimigos da Terra
universotário em lânguido pântano 
palavras espessas no leito de artaud
palavras cruzadas,  paquidermes signos
amantes de aljôfares e incenso (nardo)
           Vermes aristocratas 

o cu que cospe chumbo
é o mesmo que queima livros, ameaça  professores, assassina pretos, crianças,  homens  e mulheres 
         e a mídia não  vê??!!
             a mídia  não  vê??!!
             a mídia  não  vê??!!
                      a mídia
                              VÊ.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

CAIRO TRINDADE: O POETA QUE VIROU POESIA




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Por: Diego El Khouri


------ Hoje Cairo Trindade virou poesia! -------

Deixa um legado importante nas artes e na cultura do país. Conheci o poeta por volta de 2012/2013 no Rio de Janeiro. Na época eu estava morando nesse Estado e praticamente toda semana (normalmente algumas vezes na semana) nos esbarrávamos pelos saraus da cidade. Sempre admirei o talento, inteligência e a intensidade do casal Denizis Trindade  e Cairo Trindade. Com certeza o poeta fixou sua obra ao lado de grandes nomes da literatura mundial como, por exemplo, Mário de Andrade, Murilo Mendes, Florbela Espanca, Jorge de Lima, Rimbaud, Fernando Pessoa,.etc... Um abraço afetuoso, meu amigo.


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Com os poetas na praia do Leme, RJ -- Sarau Pelada Poética. Ano:  2014



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O poeta fala de si:

"Comecei muito cedo. Minha casa era pobre, mas todos tinham algum tipo de relação com a poesia. Lembro que minha irmã fazia sonetos e poemas românticos e parnasianosHoje me parecem ridículos, mas eu adorava. (rs) e o q é pior: tentava imitar! (rsrsrs) e os meus primeiros poemas tinham muito “pranto”, “solidão”, terror”, “sangue”, “miséria”, “morte”. Eram metidos a sérios. Apoteóticos & apocalípticos. No ginásio, comecei a fazer jogral e conheci Fernando Pessoa e os modernistas brasileiros. Foi uma revolução na minha cabeça. A partir daí, eu quis saber de tudo. Até que conheci o o poema concreto. Quando vim pro Rio, em 68, deslanchei. Passei a fazer happenings com meus amigos hippies, conheci a poesia visual e passei a fazer teatro. Fui juntando as duas coisas até que, no final dos anos 70, encontrei os poetas performáticos e criei a “gang”. Foi aí que virei militante e ativista. Queria botar a poesia em pé, fazer poesia viva, e trazê-la para junto do povo. Nos anos 80, estava decidido: seria esta a minha vida: poesia, poesia, poesia. Na década de 90, decidi me aperfeiçoar na técnica, abri a oficina e me profundei no conto e na crônica. Estudei o romance e a novela. Depois, estudei letra de música, roteiro de cinema, já conhecia a dramaturgia do tempo de teatro, e descobri que a palavra é o meu barato. Hoje eu sou poeta. e um dia, eu viro poesia."

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Talvez eu viaje
qualquer dia desses.
Ainda não sei quando, nem como,
nem pra onde, nem com quem.

Talvez em bando, talvez contigo,
talvez só, sem ninguém.

Pode ser amanhã,
semana que vem,
daqui a um mês,
ou dois, ou três.

Talvez eu escolha o lugar,
prepare a viagem
e me despeça de todos,
um a um, talvez.

Ou de repente, nem sei,
imprevisivelmente,
quem sabe viaje sem alarde.

Sem avisar, sem dizer nada,
sem que ninguém sequer
venha me ver
na hora exata da partida.

Tudo bem, me perdoem,
nunca é tarde
para qualquer abraço.
Ou despedida.

(Cairo Trindade)
__________________


" Cairo Trindade foi um dos criadores do Movimento de Arte Pornô nos anos 80, tendo organizado o 'Topless Literário', um desfile de nudismo ao longo de Copacabana. Ele e sua esposa Denizis Trindade formavam a 'Dupla do Prazer', com performances poéticas.
Ele publicou antologias de autores de sua oficina literária e participou da Fresta Literária, um slam erótico de poesia organizado pelo poeta Vinni Corrêa.
Suas obras foram exibidas em museus no Brasil, Alemanha e outros países."




MALCOLM X


Título: Malcolm X
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

MARTIN LUTHER KING


Título: Martin Luther King 
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

ROSA PARKS


Título: Rosa Parks
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

MARIELLE FRANCO






Título: Marielle Franco

Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

CRUZ E SOUSA, O POETA DO DESTERRO



Título: Cruz e Sousa, o poeta do desterro
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

DISSOLUTO FRUTO PROIBIDO

Por: Diego El Khouri

Somos nós, somos pó
só, intransigente
dissoluto fruto proibido 
pele carcomida pelos dias
sombrios sinistros 
oblíquos 

Carcaça puta puto pavio 
mastro  enlouquecido 
"deus vivo" onde (?)
aonde ande (andei?)
voei voei voei 
 bêbado 
nos quatro ventos
na terra do sol

Só nós, o pão  e o vinho 
a morte e o abrigo 
perigo  e instante 
( o suicídio)

Livre e enclausurado 
aberto e fechado 
carimbado  e rotulado
(o suicídio)

Careta  e chapado
torpe e imaculado 
junto  e abandonado 
(o precipício ?)

A noite  está fria
como  o abismo
(pra que se agasalhar
nesse terno  de vidro, meu amigo?)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

LUTAI POR NÓS


Por: Simone Gomes Firmino
“Plantação de maconha nas universidades”. “Quer as pessoas aceitem ou não, nós vamos rachar o que o Brasil entende de cultura”. “A escravidão foi terrível, mas benéfica para os descendentes...negros no Brasil vivem melhor que os negros da África”. “Rock como ativador de drogas, aborto e satanismo”. “Caetano, Legião Urbana e Gabriel O Pensador são a causa do analfabetismo”. Estas são apenas algumas das afirmações feitas por personagens do governo federal, em pleno século XXI. Não podemos esquecer também uma das incontáveis pérolas do chefe do executivo, JB: “Leonardo DiCaprio financiou as queimadas ocorridas na Amazônia”. Não bastasse tamanha incompetência dos membros desse governo, boa parte deles, talvez 99,9% têm algo a mais em comum, além da incompetência, se intitulam seguidores de um pseudo intelectual, que atende pelo nome de Olavo de Carvalho, o “Filósofo”. Todos os dias uma nomeação para esse governo se torna um meme, uma piada pronta com os discursos passados e presentes desses personagens cômicos, assim fica até fácil prever o futuro de seus discursos, pois sabemos o quão são preparados e, diria até treinados, para nos fazer rir com suas dementações, claro seguindo incansáveis, o seu estulto mestre. A questão é que todos esses discursos foram proferidos por pessoas que estão ocupando funções importantes da esfera federal, ministro da Educação, Secretaria Especial de Cultura, Presidência da Fundação Palmares, Presidente da FUNART (Fundação Nacional de Artes), Presidente da Biblioteca Nacional e para fechar os exemplos supracitados, Presidente da República. E por mais que estejamos rindo dos memes produzidos com tais discursos, não dá para usar a velha máxima – Seria trágico se não fosse cômico! – isso porque de fato é trágico. Eles estão ocupando funções que são imprescindíveis para o povo brasileiro, para os movimentos populares, estão ocupando espaços importantes e nos ocupando com gargalhadas e memes sobre suas insanidades. E o que estamos fazendo? Lendo e vendo os memes, rindo de raiva, se indignando, mas permanecemos calados para além da realidade virtual. Eles postam seus discursos nas redes sociais e despertam as reações dos internautas, reações estas que ficando somente restritas às redes não causam efeitos práticos na realidade que eles estão rachando. As redes sociais são importantes ferramentas, mas é preciso ir além delas, se quisermos parar o cerceamento aos direitos da população brasileira, parar o desmonte da Cultura e da Educação, parar com as atrocidades cometidas ao Meio Ambiente. Eles estão discursando e ocupando esses espaços! E nós estamos discursando e que espaços estamos tomando? Estamos perdendo espaços. Não podemos permitir que discursos como esses continuem a ganhar espaço e que se naturalizem! As ruas são espaços públicos que temos todo o direito, garantido pela Constituição Federal, de ocupar! Vamos à luta! Vamos às ruas! Vamos reconquistar nossos espaços! Chega de discursos baseados em falsos profetas, pseudo intelectuais, falsos moralistas, incompetentes de plantão e frustrados diversos! O Brasil precisa de nós brasileiros que acreditam na força de uma verdadeira democracia, na luta diária dos movimentos sociais, nas lutas para acabar com as diferenças de classes, na força das mulheres, na luta dos trabalhadores e trabalhadoras, nas lutas diárias contra o racismo, nas lutas contra qualquer tipo de preconceito! Brasileiros que acreditam na luta!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

POR: EDU PLANCHÊZ

com a libidinosa argila 
preparo a escultura, 
de muitas faces, sem olhos, com muitos olhos,
biliares de olhos escapando 
dos laços, dos nós, 
atrito do corpo com a lama
matéria da arte,
matéria que espreme o ar,
a chuva,
o encontro,
a curva do encontro

paineira que avisto daqui do meio,
da serra, do meio da umidade

quaresmeira que me liga 
ao ipê rosa ( o que vi numa pintura de Diego El Khouri ),
e a enorme criatura de 83 metros 
que vive na amazônia coberta de flores e pássaros


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Por: Diego El Khouri
* Desenho feito em 2005 

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

O REENCONTRO COM O GRANDE ARTISTA CÉSAR RODRIGUES

Por: Diego El Khouri

Dentro da minha jornada nas artes visuais o artista professor César Rodrigues tem uma importância tremenda na construção da minha identidade artística. Aquele tipo raro de professor que consegue arrancar de nós mesmos aquilo que está escondido no mais íntimo de nosso ser. As reflexões que ele propõe por meio das cores, da semiótica e da morfologia da imagem sempre se mostram fora das caixas convencionais e cada conversa com o Cesar é um novo universo que se apresenta. Lembro quando eu o conheci (por volta de 2008 /2009) no Cep em Artes Basileu França (na época eu estudava nessa instituição o curso técnico em Artes Visuais) logo percebi o quanto sua abordagem artística pedagógica é diferente. Ainda vou escrever alguns relatos com mais detalhes sobre esse período. Vale a pena levar a luz tais aprendizados e momentos. Dia 23 de Novembro desse ano de 2019 o encontrei novamente. Soube que os professores do Centro Livre de Artes (nova escola de artes na qual ele leciona) iam expor seus trabalhos na galeria 588 Art Show (local que eu já expus algumas vezes). No mesmo dia eu ia participar de um sarau, na qual fui incumbido de organizar, na Habite Coletivo no Jardim América em Goiânia (GO), local que também estou expondo meus quadros ao lado da Jéssica Motta. Eu e outro poeta e artista visual (o Rupestre Santos) passamos na exposição antes do sarau. Conversamos com o César que lembrou um fato interessante (e que também um dia pretendo escrever sobre esse acontecimento de forma mais detalhada): enquanto no Basileu França desenvolvíamos atividades específicas (importantes no meu processo pictórico) em casa eu desenvolvia um trabalho totalmente diferente. No final do curso no Basileu os alunos foram convidamos a expor seus trabalhos no prédio do mesmo. O professor me pediu pra levar o que eu andava criando em casa. Levei uma obra pintada com meu próprio sangue e a moldura com pedaços rasgados da bíblia (creio que o amigo Ivan Silva tenha fotos dessa obra que se perdeu no tempo). Tenho muito ainda pra falar sobre essa pintura e o desenrolar de todo esse acontecimento (e como se perdeu por aí pretendo reproduzir em algum momento essa arte desaparecida). A obra do Cesar também merece um capítulo à parte. Discutimos muito sobre todas essas questões. Por hora precisava registrar esse momento importante.





Título: Universo Particular
Técnica: Acrílico sobre tela
Dimensões: 100 x 100 cm
Artista: César Rodrigues

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

AFIADAS

Por: Carina Castro

bem sabemos manusear facas
nem sempre na cozinha, meu bem
também riscamos chão
pontiagudas
lâminas afiadas
embainhadas na coragemedo
nem sempre armas brancas
afiamos a língua na pedra
estirada qual kali
mais cortante que a aresta do papel
aveludado capim cidreira
vento frio da madrugada
e o inconfundível sabor
que vem a boca
não mais delírios de buñuel
no brilho que espelha
confunde cegueira tua
rasgar de raios ou lancinante mirada?
§