quinta-feira, 28 de março de 2019

JOSÉ ZINERMAN NOGUEIRA, O HOMEM ZINE

Por: Diego El Khouri

Mais uma entrevista  interessante nas páginas  desse blog: José Zinerman Nogueira, o homem zine. Desde os anos  70 produzindo conteúdo na cena underground.  Pioneiro, por exemplo,  em registrar a cena alternativa nacional através de seus vídeos gravados e lançados em vhs, antes mesmo do advento da internet . Fala aí, mr. Zine!!


*caricatura  feita  por  Diego El Khouri 

1) Como foi o seu primeiro contato com fanzines e de que forma começou  também  a produzir esse tipo de mídia alternativa?


Foi ainda nos idos de 1970 , quando nem conhecia o termo “Fanzine”. Havia nos próprios diretórios do colégio publicações do qual divulgavam informações dos próprios diretórios também chamados de “Jornalzinhos”. Então, tomando como exemplo, resolveria fazer os meus próprios na divulgação de música e quadrinhos do qual chamei de “Little Pig News” uma folha tamanho ofício, com desenhos, colagens e datilografado, trazendo as últimas novidades sobre as Bandas que ouvia na época e programas de TV e de rádio, e lançamentos. Isso foi por volta de 1975.
Em 1978 surgia a primeira publicação em formato ½ ofício, o PIRATA, omicro jornal do rock, trazendo informações sobre a cena musical do momento.
Em 1981 , surgia o “METAMORFOSE” boletim oficial do Raul Rock Clube , Fã Clube do Maluco Beleza Raul Seixas , do qual sou Co-Fundador junto com o amigo pessoal Sylvio Passos.
Em 1991/1992 , outra parceria , o Johnny B. Good
Zine , no formato ½ oficio , e com apenas cinco edições publicadas, de uma loja no centro de SP, do qual era bem eclético indo desde divulgação de Demo-Tapes, Hqs, Poesias, Literatura Beat, Zines e tudo que tivesse um bom astral poderia aparecer nas próprias paginas do fanzine, do qual deixou um grande marco para a época. Nesse mesmo tempo já estava se formando o pré embrião de uma outra publicação que marcou o Underground com suas 45 edições na divulgação nos mesmos moldes que o Johnny B. Good Zine.
No mesmo ano surgia outro avanço tecnológico o “DELIRIO AUDIO ZINE”, ( O PRIMEIRO REGISTRO VIVO DO UNDERGROUND), e uma grande sacada. Feito em fita k-7 e uma espécie de programa radiofônico , com divulgação de Bandas /Demo-Tapes, entrevistas com Fanzineiros , divulgação de lançamentos, e Zines, onde até podia ser ouvido num Walk Man andando de Bike. (A grande onda da época) resultando num total de 21 edições em áudio em fitas k-7 onde era distribuído em shows e gigs por onde eu ia , e para participar era só enviar material.



2) Como surgiu o Vídeo  Zine e como  era produzir  conteúdo em uma época antes da popularização da internet?

Então, em Agosto / 1999 surgia o ARQUIVO GERAL VIDEOZINE, hoje completando 20 anos de existência em prol do Underground, e o primeiro em parceria com a 2 Josés Produções com o amigo e zineiro José Salles. Com cinco volumes lançados e grandes entrevistas com fanzineiros, Poetas, Quadrinhistas, Shows e etc.
Com a saída da 2 José Produções dei continuidade ao projeto com novas parcerias, com o atual Arquivo Geral Videozine Vol 6 disponibilizado na página do Youtube. Para a época foi uma grande sacada e inovação para o Underground, foi um passo a mais, pois agora ao invés de som, tínhamos a imagem agregada e esse. Foi o grande no pioneirismo do Videozine no Underground Brazuca, a princípio feito em Vhs, mas já estou digitalizando todo esse material para o formato Dvd, para que todos possam ter acesso ao mesmo e conhecer um pouco mais da cena naquele momento e sua transição .
E uma grande satisfação pra mim , foi saber através do próprio Henrique Magalhães (Marca de Fantasia), que o próprio Arquivo Geral Videozine estava sendo utilizado como referência e suporte em suas aulas.


3) O fanzine impresso  ainda  resiste na cena underground.  Novas produções  surgem cada vez mais. A que  se deve esse fator do impresso  ainda se manter vivo em tempos virtuais?

Sim , o Fanzine impresso , ainda é o grande charme do Underground , e sempre fui a favor do Fanzine físico , pois possibilita nos uma transitoriedade muito maior que o digital. Você pode levá-lo consigo para onde desejar, enquanto o digital depende de uma série de coisas , como equipamentos, conexão , etc....



4) O que anda produzindo  ultimamente?

Sou um grande entusiasta das publicações independentes em todos os tempos, e as minhas últimas inovações estão aqui :

Momento Zine Flash – o primeiro flyer eletrônico do Underground , trazendo notícias da cena alternativa, dos materiais que recebo através de meu endereço postal. No Facebook ver José Zinerman Nogueira.
Zine Story – Registro das publicações undergrounds , e seu histórico com o apoio da Zine House , o mais completo arquivo das publicações independentes.
ZAP HALLUCINATION ZINE, outra grande inovação trazendo lançamentos e divulgação de Zines e de Bandas. Este no meu próprio whats.


5) O que te motiva a criar?

É uma grande paixão antiga, presente no meu dia a dia. Já incorporei os Fanzines na minha própria Vida. ZINE É VIDA, VIDA É ZINE , esse é o grande barato, você poder divulgar o que quiser, ser Free Totalmente , e isso não tem preço, na sua Liberdade de Expressão, essa é a grande sacada, entende .E os Zines estão aí a todo o vapor , sempre a frente mantendo a chama viva das publicações independentes.


6) Uma frase.

NA MINHA VEIA , NÃO CORREM SANGUE E SIM ZINES !!!!



7) Qual o papel que a cena underground tem hoje no Brasil?

Hoje com o cenário das redes sociais e encontros cada vez mais constantes isso é que fortalece e enriquece a cena na divulgação de novas publicações

8) Você, ao longo de sua jornada artística,  fez capas de zines e já participou  de várias publicações  de formas totalmente  diferentes.  Fale sobre essa sua multiplicidade  de produções  e como se dá essas participações  em zines de outros produtores de cultura alternativa. 


Já fiz de tudo um pouco que se possa imaginar no próprio Undergound indo desde : parcerias, ilustração , contribuições , roteiro para Hqs, participação em curta-metragens, organização de encontros de zines/palestras, poesias de várias vertentes, arte postal, videozines , audiozines, sem falar nos “Pitacos” das publicações sempre visto de um ângulo diferenciado dentro dessa bagagem zinística e é por isso que tenho estampado no próprio nome o ZINERMAN .

9)  Livro  de cabeceira. 

Literatura Beat em geral.



10) Fala o que quiser.  Mande seu recado. 

Agradeço imensamente pelo espaço cedido e oportunidade de poder colocar um pouco dessa experiência que acumulei através dos tempos e espero que possa ser um grande estímulo para os próximos iniciantes na arte impressa dos Fanzines , e um toque a todos: Nunca desista de seus sonhos, as dificuldades existem para todos, mas existem outras alternativas de se produzir com qualidade , é só colocar as idéias em práticas .
!






Contato: Cx.Postal 672 Cep 01031 970 SP SP

sábado, 16 de março de 2019

DIEGO EL KHOURI __ OUTSIDER DO DHARMA

Por: Diego El Khouri 




Ser vagabundo é um estado de espírito.  Há uma conexão  forte na dialética  poética  em fomentar, dentro  do indivíduo,  as contradições  da alma humana afim de atingir um estado lúdico  de êxtase  e transformação.  Uma torrente  multifacetada  de sensações  ligadas  a uma noção  de experiência  não convencional e que, ao longo  da história  humana, esteve muito  ligada, a todos  movimentos  de rupturas,  sobretudo  promovido por uma juventude embevecida de mudança  e fuga do lugar comum. Nota-se, por exemplo,  a força  e influência, dos movimentos no final dos anos sessenta, como a contracultura,  a psicodelia e a revolução  de maio  de 1968 em Paris. Venho  de uma  seara que bebe nessas fontes. O "olhar não  familiar" que  Freud tanto falava. A estranheza como  produto  de criação  artística,  filosófica  e reflexiva. Ser vagabundo  é justamente  isso.  Um desajustado social, é um intrínseco poeta, em boa parte dos  casos. Sim (...), sou vagabundo.  Um pária,  outsider, excluído  da lógica  comum, expulso  da república  de Platão  por estética  existencial.  Há inúmeras  portas, já dizia William Blake no "Matrimônio  do Céu  e do Inferno ", e ultrapassar  as fronteiras  é escapar das bolhas impostas por um sistema segregador que  aliena  e manipula. Sim. Sou vagabundo . Marginalizado ou marginal? Depende do que se entende  desses termos. Entro nas estruturas  para  incomodar e (ou) mudar. Nota-se a revolução  que fiz, por exemplo , na Faculdade  de  Artes Visuais na UFG (Universidade  Federal de Goiás), pouco depois  que entrei. Já vivia uma vida  de santidade (santidade  aqui dentro do contexto leminskiano de mergulho, de entrega total  às artes) e romper com determinadas estruturas já fazia parte de um contexto de êxtase  e subversão  na qual vivia. Uma Universidade  voltada às artes e que tinha uma assepsia monumental (quase um hospital mórbido  que tolhia a criatividade dos alunos) e que causava, perante a maior parte dos discentes, um medo brutal em produzir qualquer  tipo de trabalho  artístico . Sem a possibilidade  do diálogo (que há anos não  era permitido) pichei a faculdade,  reuni com os alunos  e alguns professores, exceções  do caminho (e pela primeira  vez propiciar um ambiente para o diálogo  entre os vários cursos da UFG), e após ser intimado (em documento  oficial) pela mesma, na reunião  que fui convocado, cheguei  com vários alunos e um movimento  sério  e articulado começou mudando de vez a cara da faculdade  de artes  para um ambiente mais artístico e produtivo . Um vagabundo  sempre  terá a áurea  de um bárbaro . Além de vagabundo sou de fato  um bárbaro.  E venho, ao longo dos anos, refletindo e escrevendo  sobre isso. Mas o bárbaro  artista  trás  em si dicotomias antagônicas . A sensibilidade que, em vez de confrontar  (e nisso as pessoas se enganam), agrega potência  e singularidades  bem pessoais. Sou um bárbaro sensível.  Escapei , como o diabo da cruz, de toda zona de conforto . Não  é atoa que, aos 14 anos de idade, depois  de ter lido todos os livros da  vasta biblioteca da minha  família,  passei, de forma sistemática,  a ler e copiar à mão  os livros  que pegava  regularmente  na biblioteca  da cidade que morava,  para gradualmente ser um artista com mais ferramentas.  Um bárbaro  poeta é sobretudo um ser excessivo. Causo incômodo  e admiração.  Não  há como controlar  a receptividade  do meu trabalho. Para alguns sou um inútil  social... para outros não  passo de um junkie  imoral ... e outro grupo  me vê como um artista  genial... é tudo muito  excessivo e , creio, que isso  se deve realmente  a poética  daquilo que apresento (ou represento em arte). O desconforto que causo, em algumas pessoas , me incomodava.  O fato  de ter uma mente e uma experiência  existencial nada convencional, e a forma como  enxergavam isso,   também , de alguma forma,  me incomodava.  Transformei as "flores em clísteres de êxtase". Abarquei em mim todos  os pecados.  A tentação  tem meu nome. E minha  vagabundagem  é iluminada  pelo Dharma de Jack  Kerouac. O banal me escapa do peito mesmo  que eu corra atrás de uma estabilidade que se encontra  nesse banal. Transito em várias linguagens. Encaro a arte, e isso digo em todas as entrevistas, como um laboratório  criativo.  A junção  insólita  entre o idílico  e o torpe. A cultura  de rua e hermetismo  intelectual. Uma afronta que choca  os mais reacionários.  E sobretudo  quem  não  é um vagabundo  como  eu. Sim... sim, sou vagabundo .. Vagabundo iluminado... outsider do dharma... a contradição  entre o bárbaro  e o poeta... entre o maloqueiro e o intelecual... o imaculado  e o podre.. e assim "gero uma estrela  cá dentro". E assim  ultrapasso fronteiras  e fixo meus olhos no olho livre , delirante e vertiginoso  da Existência .
















segunda-feira, 11 de março de 2019

HOMENAGEM AO POETA DIEGO EL KHOURI NO SARAU FIOMULTICULTURAL

Diego El Khouri foi o  poeta homenageado no Sarau FioMultiCultural, que aconteceu no dia 6 de dezembro de 2018 no Rio de Janeiro. 


O poeta Diego El Khouri foi o homenageado no Sarau FioMultiCultural, que aconteceu no dia 6 de dezembro, no Rio de Janeiro.
* Diego é poeta, artista plástico, ensaísta, contista, fanzineiro, cartunista, caricaturista, desenhista. Mantém alguns fanzines em atividade e é colaborador de diversas publicações alternativas do Brasil.



*Seguem (por escrito e em áudio) trecho e poemas do artista que foram lidos durante o Sarau FioMultiCultural.
- Apresentação/leitura: Clécia Oliveira (coordenadora do evento)

1)
“Artista que não lê vorazmente tem o risco de ter uma arte limitada e sem conexão com a ancestralidade mítica de um povo, uma cultura. O estudo sistemático das formas, ideias, ampliam conhecimentos e aumentam as ferramentas para o labiríntico ofício da criação. Mas, a vida (a vida inimitável) é tão importante quanto.”

2)
QUARTO SUJO
cactos de prantos, pontes pequenas
fomes etéreas, flores azuis
cidades submersas
no limbo ocular da imagem
na famigerada fome humana
cega sedentária da sociedade
na maquinaria calcificada da Morte
no balaústre cardíaco do coração
nas camadas soterradas do Amor
no azedume, na carne quente,
nos glóbulos, elétrons, elipses
(boca, cheiro, sexo, ventre)
nos dentes ruídos da miséria
no vem e vai dos corpos queixosos
carentes de ternura e carinho
num quarto sujo
"sem mulher, comida ou esperança"
no Ponto incrustado no Ponto
Ponto pressuposto no Ponto
o Ponto: algazarra de Pontos
prontos Pontos postos
frontais no raio
"no umbigo do furacão"
— lapso da erva —
une sainson enfer
os três inframundos
correntes sanguíneas
folhas amassadas
no Ponto no Ponto
do Ponto da Vida
o beijo da Morte
(o sumo da Sina).
3)
ESPÍRITO DO SONHO

Por: Diego El Khouri


Olhar o mar
    atravessar
          o
       bar
fechar os olhos
         sondar
o espírito do sonho
             a
perscrutar
        frêmitos
        alavanques
        pastiches
        sombras
o ombro reclinado
                 da
    última aurora
         do
último vento
      do
             último sopro
       do
                   infinito intimo
    da
pretérita memória.
(Diego El Khouri)
*Áudio - gravado no Sarau:

*Para acessar outros textos do autor: molholivre.blogspot.com
*Conheça o evento Sarau FioMultiCultural (6/12/18):
/https://www.facebook.com/events/1243235092491215/

domingo, 10 de março de 2019

POR: EDU PLANCHÊZ

acordei com a sensação, 
de que todos os planetas estavam caindo, 
me esmagando....  ( ponto )
partindo para a psicanálise, 
a compreensão intrínseca me diz que estou tocando,
ou sendo tocado por fantasmas, por coisas, 
pressões que tomaram dimensões avassaladoras
( na minha compreensão, ligou o foda-se, não por irresponsabilidade, mas por ser humano,
nada mais do que isso

quinta-feira, 7 de março de 2019

WATER SPORTS (março/ 2019)

Por: Glauco Mattoso 

Você carnavaliza quando faz

em publico o que, fora do privado,
é crime, mas, na data, se tolera.
Si mija numa bocca algum rapaz,
dá margem a quem "victima" virá, do
mijão, se declarar, mas feliz era.

Paresce elementar que, por detraz

da porta, tudo quanto é practicado
pensado foi tal como fosse à vera.
Assim, imaginar que o mais sagaz
voyeur politizasse esse seu lado
é tiro dar no pé, mortal! Pudera!

Saber que "golden shower", ao mordaz

sadista ou ao masoca, banho dado
de mijo significa, nada altera.
O poncto que se apponcta é si, na paz
dum digno gabinete, um deputado
transmitte pelas redes a paquera.

Peor é o presidente, cujo gaz

resume-se aos pudores e ao peccado,
cuidar de taes questões numa tal era.
Talvez meu epitaphio, um "Aqui jaz
um cego que mijado foi..." usado
ser possa como lemma... Quem me dera!

Tirando os exaggeros, não me appraz

suppor que ser masoca ou que ser sado
motivo é dum folguedo que exaggera.
Prefiro accreditar que essa fugaz
memoria, ao resgatar o meu passado,
é vida, que os neuronios recupera.

///

terça-feira, 5 de março de 2019

MEU GRANDE AMIGO: O FOTÓGRAFO BRUXO MARCOS LOBO

É a primeira  postagem  do ano. Estive mergulhado em vários projetos, e  a primeira postagem de 2019,  no Molho  Livre, é essa  homenagem  ao bruxo fotógrafo  artista Marcos Lobo.  Conheci o Marcos em 2014. Na época eu estava morando  no Rio de Janeiro.  Eu vendia , todo final de semana, minhas caricaturas   na Quinta  da Boa Vista . Resolvi,  certa vez, de forma inusitada,  tentar  vender esses trabalhos em Copacabana.  Era época de Copa do Mundo e o evento acontecia, naquele  momento, no RJ. Marcos Lobo, em sua costumeira  obsessão  em registrar o mundo com fotos , me conheceu  justamente  nesse  dia . Quando percebi,  ele estava me fotografando, tomamos  uma  caipirinha,  e a amizade  se firmou . 1 ano depois, de volta à Goiânia,  passamos  a nos relacionar  com mais proximidade.  Tínhamos  uma visão  política  totalmente oposta, mas nos respeitávamos  muito . A semelhança  entre  a gente  estava na nossa postura  subversiva e desbocada. Entre os artistas  goiano, o velho bruxo era o que mais me identificava
Deixo abaixo 3 fotos importantes  dessa grande  amizade. A primeira  a foto  que  ele tirou de mim no primeiro  momento que me viu ( eu nem o tinha  visto ainda).  A segunda foto também  foi desse  dia,  logo após  a gente se conhecer, e a última  foto (registrada  pelo seu sobrinho  e também  fotógrafo  Bruno Lobo) na minha  exposição  individual "Estudos  sobre o Tempo" na Vila  Cultural Cora Coralina, no ano de 2017.

O velho  bruxo  vai deixar saudades  Vai aprontar todas no plano astral.