domingo, 29 de novembro de 2015

FLOR DE CEREJEIRA

Por:  Edu Planchêz


Colher cerejas com você é quase tão divertido quanto comê-las,
eu o faço em meus serenos sonhos,
nesses sonhos meus você sempre está de camisola de seda rosa,
com os olhos nos meus olhos,
rica de cerejas brilhantes,
ave de plumas suaves,
mulher cantora...
Gostar é algo incontrolável,
indizível, desconexo com qualquer lógica,
de um prazer magnifico
Apenas amando, tocando flauta...
mirando o céu do Rio de Janeiro,
os embaralhados fios que a desenham
em traçados de luzes perfumadas
Minha natureza de orações
a quer fundida as minhas células,
ao ofato do fiel vento
Um grande amor flutua,
adorna meu rosto e meus dedos,
e eu vou continuando vivo,
o flautista de hamelin,
que em vez enfeitiçar ratos e crianças,
é enfeitiçado por você, flor de cerejeira
( se prestares bem atenção,
ouvirá as falas de minha flauta
rezando teu nome )

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

PRAÇA UNIVERSITÁRIA II


Título: Praça Universitária II
Técnica: óleo s/ tela
Tamanho: 50 cm x 50cm

Artista: Diego El Khouri

terça-feira, 17 de novembro de 2015

FILHAS (OS) DE PORRA NENHUMA

Poema: Edu Planchêz
Desenho: Diego El Khouri





Apago todas as minhas palavras com palavras,

já que não paro de falar,

que a tagarelice se opõe ao meu silenciar,


e é entre as palavras que encontro silêncio,

que abro um novo portal,

estou a empurrar a emperrada porta da existência,

The Doors 1967 rasgando os nenhum motivos

para manter vivo em mim o último passado

de paixões complexas,

Jim Morrison grita, eu grito,

grita Diego El Khouri e Alvaro Nassaralla,

grita Tiça Matta, grita Catarina Crystal,

grita Rosa Maria Kapila

e todos os outros filhos da argila




Nascidos no barro, na borra,

na mancha alucinada William Burroughs,

nascidos e morridos,

em decomposição composição cósmica humana


Viemos da fumaça da mais deliciosa maconha,

agarrados no rabicho, no filete da lâmpada,

ou mesmo das catapultas das paredes

do cérebro metáfora Renato Russo...

e o Doors segue solto

pelas flanelas orientais

que nos acaricia

o sexo e os ouvidos




Mas voltando a tagarelice,

e o silencio estrondo ejaculado por ela,

voltando ao pináculo da alta floresta do darma

de nada fazer sentados nus no muro das herdades

Pelos meandros dos esmiuçados olhos

que nos unem ao porrete, a porra,

ao dramático e arrombante rock sem pai nem mãe




E foda-se essa civilização eunuca

gestada pela gosma televisiva;

que todos se dopem com essas palavras

arrombadas filhas de porra nenhuma


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

REFLEXÃO

O álcool pra mim sempre foi um catalisador de energias. Bebo para insuflar a vida, derrubar meus próprios limites, olhar a cara da miséria com dentes cerrados e esquivar os golpes baixos dessa prole imunda que se chama caretice.

(Diego El Khouri)