sábado, 16 de outubro de 2010

SENTIR

Olho nos teus olhos. sinto a viração embalar meus cabelos em desalinho. o mar que odeio molhar meu espírito em febre, a loucura banhar meu corpo e me abandonar como uma cristo negligente, — a vida sorrindo com o terço jogado no chão enlameado de sangue e volúpia. alguns dias perdido num mundo virtual. mundo do meu agrado. sombra e mormaço. tua fala mansa que mesmo sem ouvir entrava em minha alma. sentia deus e se ele existe era confortador. lembro de Kant. ah foda-se! se tem um martelo na mão por que filosofia? Nietzsche era um filósofo de armas e se escovava os dentes não sei. você em sua infinita gentileza lia meus textos e numa gentileza ainda maior ria deles e falava mau,caçoava,dava sua mais real opinião. você odeia poesia e eu odeio os poetas que usam calça comprida e sapato de camurça.vi ontem deus lavando sua bunda. era gorda e macia.e que bunda! há muito não defloro uma bunda assim! estava perdido denovo. esqueci os relatórios e o pit Bull que deflora minhas ações está ali comendo a escrava sexual do patrão. tremo de medo desse filho da puta cheio de pelos que atravanca meu caminho. e Ela. Ela denovo. estou na “net”. dialogo com ela. Ela odeia Jackson Pollock e diz que Saramago se vendeu antes de entregar a sua alma ao deus monetário. denovo esse deus onipotente com barba branca e ceroula verde. Entendi o que Ela quis dizer. não tenho estilo. o que tenho é um retrato mau acabado de uma história de prisões e marturbações nunca realizadas. ouço jazz. bebo muito vinho.Miles Davis enclausurado na rádio. Stravinsky vibra cortinas e corpos parecem se contorcer em todas as partes e ouço tudo: a vida se amando, os vizinhos se amando todos se amando e eu tomando café gelado espero uma nova aurora. o nome dela não interessa. é uma artista e isso não faz muito sentido... é uma buceta nua num mar de pelos atravancando meu caminho.

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