segunda-feira, 15 de março de 2021

EMLIVROEMBREVE - Guilherme de Andrade

 As Feridas


Viajo num barco pequeno

Junto aos periféricos 

Navegamos pelas feridas

Incicatrizáveis de nossa existência 

Vemos, sobretudo, o sangue quente 

Passando por nossas veias 

Feito os rios que banham 

Toda a America Latina 


Corre pela epiderme 

As vivências duras

Que roem o coração  

E assombram

Até mesmo o sol 

Que nascerá amanhã

Com as incertezas de ontem 


Porém, seguimos, juntos

Por nossas feridas 

Sobre essa nau capenga

Pelo imenso oceano

Da desesperança

Tentando desbravar o

Início da vida,

Buscando construir a

Primavera periférica

Guilherme de Andrade 

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