Por: Diego El Khouri & Marcos Caiado
versos rasgados a facadas
e remendado com as próprias vísceras
alimentados por urubus e precipícios
discípulos de todos os vícios
na noite derradeira dos delírios
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
terça-feira, 27 de dezembro de 2022
Megera Drag estréia hoje no ALELUIA NUNCA MAAAAISSS!!!!!!!!!!!!!!!!
É HOJEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
"Começamos mais um dia nesse planeta que está sendo destruído pelo capitalismo, bem como seus tentáculos afundam seus trabalhadores. Começamos mais um dia denunciando e reivindicando nossos espaços e ocupando-os com lideranças. Aleluia Nunca Mais!* Último programa do ano tocando a Trilha Sonora do Fim do Mundo.
Megera Drag botando pra f@der e louquinha pra chegar 2023 e escutarmos algo como esperança e se depender dessa parceria fodástica entre Editora Merda na Mão/ Home Estúdio Popular/ zine Reboco Caído e Rádio Rota 220 vamos incomodar os ouvidos dos conformados! "
Megera Drag
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Hoje: 📌 27 DEZ às 21h30 Rádio Rota 220
Esperem por muito mais 🔥👽🌃
Eis o link para ouvir o programa:
https://www.radios.com.br/aovivo/rota-220/159115
domingo, 25 de dezembro de 2022
O singelo Natal da Editora Merda na Mão
É natal!!?
(Canção do Cólera)
É natal?! É natal?!
Se é natal não sei
Se é natal?! Se é natal?!
Se é natal não sei
Os pobres ficaram bem mais pobres
Os ricos muito muito ricos
O comércio fica aberto dia e noite
Os presentes e chantagens
Todos trocam sem pensar
Para no dia seguinte se odiar
É natal?! É natal?!
Se é natal não sei
Se é natal?! Se é natal?!
Se é natal não sei
Os assaltos multiplicam
Guerras seguem sem parar
Matam animais à toa
Só para treinar
Não preciso de pretexto
Não preciso de natal
Todo dia é importante
Todo dia é igual
É natal?! É natal?!
Se é natal não sei
Se é natal?! Se é natal?!
Se é natal não sei
É natal!
É natal?! É natal?!
Se é natal não sei
Se é natal?! Se é natal?!
Se é natal não sei
Se é natal não sei
sexta-feira, 23 de dezembro de 2022
1 ano de Utópica Liberdade: resistência e reflexão
Durante esse ano de trevas, de ascensão fascista, violência, descaso, pandemia, fome, miséria... esse programa trouxe questões pertinentes acerca desse mundo bizarro no qual todos nós nos encontramos... Mas o Utópica Liberdade não trás apenas reflexões urgentes dessa contemporaneidade perversa e injusta... Temas não tratados na academia e muito menos nos meios de comunicação foram trazidas afim de propor diálogo, pensamento emancipador e essa potência que é o pensamento crítico tão carente nesses tempos escassos de conscientização. Panda Reis, o apresentador e idealizador dessa série, deixou registros importantes tendo os pretos/pretas como protagonistas da história. Se a academia não discute a filosofia africana e se a TV não discute de forma séria e sem estereótipos a cultura preta, Panda Reis é responsável por essa contribuição necessária e urgente. Estamos atravessando mais um ano e aguardem que 2023 vem novidades e o Utópica Liberdade com certeza tem muito ainda a contribuir.
* Panda Reis é músico, historiador, escritor e um guerrilheiro da cena underground há décadas
Utópica Liberdade # 1_ A falácia de Pretos Escravizando Pretos
Utópica Liberdade 2 _ A Primeira Filosofia ( Filosofia Africana )
Utópica Liberdade 3 _ Uma República ( País ) de Calmaria ??!
Utópica Liberdade 4 _ Cotas
Utópica Liberdade 5 - A Ditadura Militar e o Racismo
Utópica Liberdade 6 _ A falácia do racismo reverso
Liberdade Utópica 7 _ O "novo" Neocolonialismo
Utópica Liberdade 8 - Racismo nos EUA
Utópica Liberdade 9 _ A Igreja Brasileira e a Escravidão
Utópica Liberdade 10 - Vá pra Cuba!!! (Só se você for pobre)
Utópica Liberdade 11 - Afeganistão: a guerra eterna
Utópica Liberdade 12 - Realidades da Escravidão
Utópica Liberdade 13 - O Ouro Brasileiro Sustentando a Nobreza e a Burguesia Inglesa...
Utópica Liberdade 14 - PORQUE SER UM ANTI RACISTA
Utópica Liberdade 15 - A Influência do Movimento Negro Brasileiro na Luta Antirracista nos EUA
Utópica Liberdade # 16 - "Darwinismo anti-social"
Utópica Liberdade # 17 - O sistema escravagista deu base ao capitalismo
Utópica Liberdade #18 - Democracia representativa neoliberal
Utópica Liberdade #19 - Tornozeleira eletrônica
Utópica Liberdade # 20 - O Preto na Luta de Classes
Utópica Liberdade # 21 - O Racismo Filosófico Eurocentrista
Utópica Liberdade # 22 - Capitalismo negro
Utópica Liberdade # 23 - Especial de fim de ano
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
EDITORA MERDA NA MÃO — Publicando os impublicáveis
No dia 12/04/2020, surge a editora MERDA NA MÃO. Fruto do delírio de dois artistas que sempre tiveram como marca registrada de seus trabalhos nunca fazerem concessões ou se adequarem, a editora foi tomando forma e sua proposta ficando cada vez mais clara. Diego El Khouri e Fabio da Silva Barbosa arquitetaram um esquema para lançar novos e velhos autores que encontram dificuldade de espaço para expor seu trabalho. Vieram com a ideia de abrir portas para quem não faz parte de panelinhas ou não dispõe de grana para concretizar o que está no mundo das ideias. Um canal que contesta o que é imposto como possível e real, mostrando que se pode ir muito além. Hoje a Editora Merda na Mão conta com nomes como Glauco Mattoso e Ciberpajé em seu catálogo e luta contra todas as dificuldades para manter a ideia inicial e sua independência. Depois destes mais de dois anos de existência, a Editora Merda na Mão montou um considerável acervo para uma editora que iniciou seus trabalhos sem um centavo no bolso, promovendo rifas e passando o chapéu para tornar a ideia viável. Além de material impresso, digital, quadrinhos, zines, livros, poesia, prosa e manifestos, em 2022 lança o Selo Ruídos Absurdos e inaugura a ideia com o EP da banda de Death/Black Metal old school, Enemy Cross. Não estando satisfeitos, ainda inauguram uma distribuidora, a Merda na Mão Distro, de sons undergrounds, com farto material nacional e importado. Não poderíamos deixar falar ainda do programa de rádio Aleluia Nunca Mais, que vai ao ar toda terça, 21:30, na Rádio Rota 220, e dos vários programas criados exclusivamente para seu canal do youtube. Atualmente a Editora Merda na Mão já é fruto de estudos acadêmicos e projetos pedagógicos, o que deve ser uma grande surpresa para os que torceram o nariz lá no início, quando falamos o nome do projeto e seu lema de publicar os impublicáveis..
E isso tudo é só uma parte do todo produzido até então... e também... é só o início.
Irresponsáveis pelo projeto:
Diego El Khouri
Fabio da Silva Barbosa
No twitter:
Para xingar, gritar, blasfemar...
editoramerdanamao@yahoo.com
domingo, 18 de dezembro de 2022
Deu Merda 91 Especial com a fabulosa Megera Drag
Deu Merda 91 Especial
Bate-papo com a Megera Drag , a nova apresentadora do ALELUIA NUNCA MAIS - A TRILHA SONORA DO FIM DO MUNDO: uma parceria Editora Merda na Mão, Rádio Rota 220 e Home Estúdio Popular.
Dia: 18/12/2022
Horário: 16 horas
No canal do YouTube da Editora Merda na Mão:
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
Artezines - Origens e Identidade
Eis um Artezine (subdividido em dois) que resulta da união de 15 fãs de arte!
Os “origens” (vol. 1) e “Identidade” (vol. 2), elaborados por mim e pelos 14 discentes na disciplina pioneira “Artezines: zines, fanzines e biograficzines como expressão criativa e artístico-autoral” que ministro no programa de pós-graduação da FAV/UFG, dada agora no 2º semestre de 2022 de modo remoto, finalmente estão disponíveis para visualização e até para impressão, caso se queira.
Como parceria do site Marca de Fantasia, pode-se visualizá-los página a página e até imprimi-los, caso se queira. Além disso, pode-se folhear os zines virtualmente nas plataformas ISSUU.
Link principal para os conhecerem, direto aqui:
https://www.marcadefantasia.com/parceiros/gazyandraus/origens-identidades/origens-identidades.html
Apreciezinem!
(Gazy Andraus)
domingo, 11 de dezembro de 2022
Se liga nesse recado importante
Por motivo inesperado a entrevista foi cancelada , mas em breve será remarcada. Fiquem ligados.
#culturaempeso
quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
Porresias:
Por Fabio da Silva Barbosa
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Baba Grossa
É a época da proliferação das rãs
com seus barulhos engraçados
e dos insetos
com seu existir desgraçado
e do amor
e do sofrimento
e da angústia
e da melancolia
e do mal estar
e dos atropelamentos
e das metralhadoras
e das granadas
fumaça
bombas de gás
Muitos tormentos
Fermentos para sofrimentos
Feridas e dores
Amargor
Torpor
Fedor
Rancor
Bolor
Cerveja quente
sabor iogurte
de frutas saturadas
Bagaça fermentada
Como sopa enlatada
com gordura ensebada
Churrasco e rabada
enquanto a criatura esfomeada
mata a ratazana
esfaqueada
ensopada
empapada
devorada
Ossos crocantes estalando
sob a pressão da gengiva
Gengivite
Faringite
Laringite
Bronquite
Acredite
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Culpados
A lágrima que escorre pelo rosto marcado
banhando cada suco
Amargurado
pelas tormentas que infligem as mais severas punições
por insistir em respirar
refletir pensar
questionar
e estar vivo em sua plenitude
Culpado por não aceitar
por não querer fazer parte
de uma tragédia
escrita com garranchos e sangue coalhado
Castigado por existir
persistir
insistir
em ser quem é
sem se submeter
ou virar apenas mais uma cópia
dessas que andam por aí
ou boneco
guiado pelas cordas
suspensas por mãos sinistras
já em estado de putrefação
ou objeto decorativo
estático e sem alma
esperando pelos insetos
para preencher um interior
recheado de inutilidades
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Docinhos de fel
Quanto mais a vida passa
muito menos me agrada
Cercado por falcatruas mil
desde o dia em que nasci
aprendi a sobreviver
na selva oligofrênica
aprendi a odiar
Não gosto das pessoas em geral
Não vão me enganar
Aprendi a contestar
Aprendi a confrontar
Não vou me conformar
Não vou me encaixar
Querem me iludir
Querem me enquadrar
Mas não vou me acostumar
Não vou me acomodar
Eles mentem sem parar
Querem te adestrar
para torná-lo inofensivo
ou então acorrentar
Mas não vão me parar
nem o pensamento enjaular
Parem com esse papinho
que não vou acreditar
E você diz que me amarra
pra poder me proteger
E você diz que me castra
pra eu não enlouquecer
E me impõe suas verdades
E me empurra suas verdades
pela garganta abaixo
sem deixar minha voz
dizer o que penso
dizer o que acho
Aprendi a discordar
Aprendi a protestar
Até que me reste só a caveira
um crânio
uma ossada
irei resistir
Já não posso desistir
Impossível é continuar assim
Tudo chega ao fim
E essa estrada cheia de dor
desespero sem sabor
Já cortaram minha língua
e quebraram os meus ossos
Já furaram os meus olhos
e soldaram meus ouvidos
Mas ainda posso continuar
nem que seja a última coisa
nem que seja o último ato
Nunca me adaptarei ao sistema
prefiro ser mais um problema
que entrar no esquema
Ser uma afta incomodando
uma tensão sempre a pairar
Não abra mão
da sua capacidade de pensar
sem abandonar a imaginação
Se não pode ser questionado
fique alerta e tome cuidado
pois é mais uma armação
para te esmagar
imobilizar
domar
incapacitar
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Transbordando/Enxofre
Tratados e leis arrancam seus olhos
Horários e compromissos castram sua vontade
Fuligem e fumaça sufocam seus pulmões
Modas e padrões os impedem de pensar
Colocam mais sabão
na máquina de lavar
para enxaguar seu cérebro
paralisando as partes
com perfume
e laços de fita
Não precisamos de sua mentira
ou da hipocrisia que for
Tentar nos esquartejar
já virou rotina
banal
neste safári grotesco
onde nossos corpos apodrecem
deixando nosso fedor pútrido
a marcar nossa posição
Suco de entranhas
Lábios rachados
Tripas secas
Buchos inchados
Fome e miséria
Doenças e catástrofes
É o ápice da humanidade
do sistema carniceiro
Canos entupidos
Tampas de bueiro
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tenho passado pouco em casa
preferindo o frio dessa noite
com suas calçadas e poças
refletindo luzes e dores
fomes e misérias
feridas e temores
com suas valas e bueiros
transbordando o fedor
de tanto horror
e solidão
quanta podridão a nos cercar
a violência vai deixar
marcas
cicatrizes eternas
por toda parte
por todo lugar
mostrando as rugas
da pretensão
tanta injustiça e insatisfação
nessa farsa
nessa prisão
e as garras da hipocrisia
a hipnose da maioria
que vive só fingindo crer
e nada vai acontecer
mesmo que comece a chover
pro chão absorver
o que há muito tempo está no ar
nem mais sal tem o mar
então chegam armados pra evacuar
mais uma concentração
tenho de parar de beber
quem sabe comece a obedecer
e assim possa pertencer
ao álbum das boas recordações
e ser considerado
mais um pacato cidadão
mas quem disse que vou querer
fazer parte do pacote
das boas recordações
recheado de esperanças e ilusões
Um céu escuro
cinza e completamente sem luz
nesse frio insuportável
que congela nosso peito
e mata nossa alma
sufoca nosso grito
e ninguém entende
algo de tudo que falamos
e ainda tentamos explicar
mas já não temos tempo a perder
com ouvidos surdos
ou mentes enlatadas
Tudo o que resta
é o nada
sem cheiro, sem gosto e sem sentido
sem perspectivas e sem futuro
Nada mais faz sentido
E quando é que fez?
Os parasitas chegam pra sugar
o que ainda resta
e os carniceiros já aguardam os meus restos
e nossa existência inexistente
não permite que esqueçamos
do vazio que nos preenche
Estamos tão áridos
que nosso solo já rachou
Nada mais nasce aqui
nessa terra devastada
E até os cegos podem ver
mas eles também duvidam
Afinal
acreditar
virou apenas mais uma forma de mentir
É apenas a lembrança
dessas plantas
que há muito
já morreram
e não adianta mais regar
e não adianta querer dançar
se as pernas já caíram
Como ovos podres
eles tentam
nos convencer
que só querem ajudar
mas a vida já passou
e a memória se esqueceu
o tempo se arrasta
e a hora nunca chega
---------------
O descer
Estou aqui
Me derretendo em fezes
Já escorreram as entranhas
E coisas que me parecem estranhas
Se foi isso que comi
Está cheio de moscas e vermes
É como uma corrente elétrica
Que percorre meu corpo
Causando convulsões e espasmos
Desligando meu cérebro
Parecendo o fim
Levando-me ao necrotério
Mas é apenas uma condição natural
Algo de nascença
Já me sinto fadigado
Minha cor esverdeada
Minha língua mordida
Minhas veias exaltadas
Os olhos ardem
E o gosto é amargo
Acho que isso é um pedaço do pâncreas
Acho que isso não é mais nada
Mas se isso não é meu fígado
Então é algum dente
O pulmão já é um saco preto
Murcho e sem vida
Parecendo uma uva passa mofada
Uma carcaça atropelada
Um monte de nada
Uma porra gozada
Sugado pelo buraco negro
Que consome a pouca energia que me resta
Jogam fora os meus restos
Dizendo que nada aqui presta
Que começará o funeral
Que comece a festa
Não aguento mais
sem dinheiro no bolso
amor no coração
ideias que me convençam
ou ao menos uma ilusão
Apenas aguardo que me perfume
a doce fragrância da putrefação
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