quarta-feira, 23 de julho de 2025

ADEUS, OZZY

 Por Gutemberg F. Loki

Na manhã dessa terça-feira, dia 22 de Julho, faleceu o cantor Ozzy Osbourne, aos 76 anos. Ozzy foi membro fundador do Black Sabbath, banda que criou o Heavy Metal, um dos estilos mais queridos do mundo do Rock e teve uma carreira solo excepcional. Ozzy estava com Parkinson e é triste para todos nós, mas devemos lembrar que Ozzy viveu tudo o que quis. De um garoto pobre a um grande astro do Rock, de flanelinha nos arredores do Estádio do Aston Villa, seu clube do coração, a grande despedida no último dia 5 de Julho, onde foi reverenciado por vários artistas e fãs no mesmo estádio, ele pode dizer o seu adeus da forma mais bonita que poderia ter e ainda, arrecadou fundos para hospitais e organizações que cuidam de Parkinson e crianças. Morreu em casa, cercado pela família e rodeado de amor! Com certeza, neste momento final, Randy Rhoads, seu saudoso amigo e guitarrista que ajudou a criar a sua carreira solo após a saída do Black Sabbath, veio lhe estender a mão e dizer "Venha meu amigo, é hora de descansar.". Vá em paz, Ozzy, obrigado por sua música e inspiração!




Desenho feito por Diego El Khouri, um dos idealizadores da Editora Merda na Mão, aos 16 anos de idade (15-02-2002) inspirado na capa do álbum ao vivo Speak of the Devil, de 1982, do Ozzy Osbourne, o "Príncipe das Trevas".
Valeuu, Ozzy!!!



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Na HQ O Filósofo da Maconha prestamos em uma das páginas uma homenagem ao Ozzy (inspirado na capa do disco ao vivo Speak of the Devil, de 1982). Diego El Khouri, o desenhista dessa obra (roteiro de Fabio da Silva Barbosa) resgatou um desenho feito aos 15 anos de idade para marcar fortemente nessa HQ delirante/subversiva a influência do Ozzy Osbourne na contracultura).

Editora Merda na Mão



O Último Uivo das Trevas: Adeus ao eterno príncipe do Metal

Por Alexandre Chakal

 O Metal Reunion Zine, surgiu com a ideia de divulgar bandas e manifestações artísticas independentes e bem distantes do mainstream, mas quando se fala de uma postagem para dizer que uma das figuras mais icônicas da cultura da música rápida e pesada se foi, não tem como deixar de lembrar o quanto da história desse jovem senhor de apenas 76 anos, que nos deixou hoje é relevante. 

Tal como o grande Lemmy, Ozzy era além de um músico talentoso, um personagem que traduzia todos os sentimentos que habitam a cultura do Metal. Essa mesma que nos faz ir a shows, conhecer novas bandas, viajar e viver um estilo de vida específico até os cabelos ficarem brancos ou desaparecerem de nossas cabeças.

Ozzy é um dos principais responsáveis por dar asas a uma cultura que, se dependesse dos religiosos moralistas, políticos cretinos, armamentistas e nacionalistas fascistas, nunca teria existido — muito menos crescido — ao redor do mundo. Talvez o Heavy Metal tivesse se tornado apenas uma subcultura marginal e sem expressividade. Mas não foi. Porque figuras como Ozzy Osbourne o transformaram em movimento. Em vida. Em arte que desafia o padrão.

Vocalista fundador do Black Sabbath, banda considerada por muitos a gênese do Heavy Metal, Ozzy Osbourne elevou o som pesado a outro patamar, rompendo com padrões comerciais, desafiando moralismos hipócritas e tornando-se símbolo de resistência cultural e liberdade artística. Com sua voz inconfundível, seus excessos lendários e sua figura quase mítica — entre o profano e o divino — ele se tornou uma entidade viva do rock, que influenciou tudo: do underground mais sujo ao pop mais mainstream.

Ozzy também foi peça fundamental na construção de pontes entre o rock tradicional e o metal moderno. Referência para bandas de punk, stoner, doom, thrash, black, hardcore, nu metal e até o pop alternativo. Sua presença se fazia sentir tanto nos palcos quanto nas atitudes. O Príncipe das Trevas era uma caricatura do que muitos tentaram domesticar, mas ninguém jamais conseguiu.

Nos anos 80 e 90, ele já era uma lenda viva, mas não parou. Criou o Ozzfest, revelou talentos, incentivou novos nomes e, mais do que isso, ajudou a manter o Heavy Metal vivo quando o mundo parecia ter virado as costas para ele. Nos anos 2000, tornou-se ícone pop sem perder a identidade: seja nos reality shows com a família, seja nos discursos confusos e apaixonados que tanto amávamos. Ozzy era humano e demoníaco, frágil e indestrutível, real e mito.

Hoje, 22 de julho de 2025, o planeta perde mais que um artista. Perde um dos pilares que sustentavam a rebeldia, a arte do grito, a estética do sombrio, o humor ácido, a desobediência como virtude. Ozzy é e sempre será um símbolo do que não pode ser domado.

Fica registrado aqui o nosso sincero agradecimento ao mestre Ozzy Osbourne.

Tanta gente ruim criando raízes no planeta, e figuras como essa nos deixam. Lamentável.

Stay heavy.  Rest in power, Ozzy.

No frio sétimo mês de 2025.
São Paulo - SP - Brasil.

Alexandre Chakal
Editor do METAL REUNION ZINE

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Por Wander Segundo


cara eu nem consegui escrever nos posts da two beers tamanho o impacto dessa noticia totalmente esperada e inesperada ao mesmo tempo. É muito difícil imaginar o mundo sem o Ozzy porque ele sempre esteve ali, perto de todo mundo como algo que a gente tinha certeza que ia estar sempre ali pra gente resguardado naquele canto mais sombrio que cada um de nos tem... de tão profano Ozzy é sagrado e não tem como calcular ou pensar num mundo sem o Ozzy.... falta palavra, falta definição, uma boa parte da cultura do século XX foi embora hoje e vai demorar muito tempo pra gente digerir e entender o que realmente a mística do Ozzy Osbourne foi pra sociedade ocidental.

tipo isso, desde quando eu vi a primeira capa de um disco do Sabbath na casa do meu tio no final dos anos 80 e eu fiquei hipnotizado com aquilo, só a capa.... e meu tio virou pra mim com 10 anos de idade e falou: isso na minha época era musica de maloqueiro. Levei o disco pra casa kkk tenho ate hoje e mal sabia que ia mudar minha vida pra sempre.

e não tem como... eu so tenho banda por causa do Black Sabbath

* Segundo é idealizador da Two Beers or not Two Beers Records




Entre lobos e morcegos
Os sentidos atentos aos medos
Desejos
Pulsões em segredo
Tentando libertar
Paz e força
No descanso eterno
Depois do limiar
Inconsciente ao que cede
Na sede de um recomeço
Cedo demais pra embarcar
Sem saber muito bem como lidar
Repensar
Sobre o quanto um brinquedo
Revela sobre o brincar
Quanto isso tudo irá durar?
A guerra porca que assustava
Agora passa a aterrorizar
Respeito infinito
Aos gritos
Sentidos
Por que ceder?
Por que cessar?
Equilíbrio para despertar
Dias melhores pra sonhar
Saber o que quer
Onde quer chegar?
Sem conexão
Não há esperanças
Sem solidão
Não há lembranças
Só o agora é o que vemos
Temos
Ao menos
Pelo que lutar.
Deixar ir
Deixar estar
Deixar viver
Deixar brilhar
Mudanças inevitáveis
A hora há de chegar
“Talvez não seja tarde demais
Para aprender a amar
E esquecer como odiar”
Um dia estaremos todos
Sem lágrimas nos trilhos
Loucos
Te vendo cantar
(De leve)
Voltando pra casa
Do lado de lá.
Nativity in Black
In Black Sabbath.
[“Filhos do túmulo (Ode to Ozzy: the Prince of Darkness escapes from MekHanTropia)”. Foto-poesias (anti)mekHanTrópicas. Fredé CF, 2025].




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Por Kell Kill

Eu ouvi Ozzy pela primeira vez aos 14 anos e pra mim foi amor a primeira ouvida, mas eu já tinha ouvido Black Sabbath em algum lugar do passado mas eu não sabia que aquela música se chamava “Changes” e muito menos que a banda se chamava Black Sabbath…
Ozzy era o meu boy band, o meu crush, o meu garoto da capa de revista, o meu namorado, minha inspiração… eu não sabia se eu realmente queria namorar ele ou ser ele… eu comprei tudo sobre ele que eu pudesse comprar, desde revistas novas, antigas, camisetas, discos, cds, tudo!!! Meus amigos me presenteava com algo sobre o Ozzy, fiz amizades com pessoas que gostava o mesmo que eu… enfim, são muitas histórias e uma delas foi que no ano de 1995 quando começava o ano letivo, eu encapei o meu caderno com um monte de colagens de fotos do Ozzy e a capa de trás eu colei o cartaz do Monster Of Rock de 1995 que tinha o nome do Ozzy, Alice Cooper etc etc aí uma menina se sentou perto de mim e disse: “Eu já vi esse cara na TV, passa o clipe dele na MTV… naquela época eu não tinha TV a cabo em casa e então eu fiz amizade com ela e todos os dias depois da escola eu ia na casa dela assistir a MTV e nós nos tornamos melhores amigas e ela começou a conhecer o rock and roll através de mim, ela me presenteou com o disco “Paranoid”, uma camiseta do Black Sabbath pra colocar na minha coleção e o falecido pai dela tinha o Black Sabbath volume 4 capa dupla e ela me deu tmb. Eu tinha coleções de fotografias e reportagens sobre o Ozzy, eu e ela quando andávamos pela rua sempre a gente ficava cantando Ozzy em inglês errado e eu perguntava a ela se poderíamos ter uma banda que se chamasse “Hellraiser”? Depois de anos fomos juntas ao concerto do Ozzy em Brasília realizar o nosso sonho de menina e principalmente o meu… se eu consegui dormir por duas horas essa noite foi muito… vocês não tem noção o quanto está doendo dentro de mim 💔

A música mais linda da carreira solo do Ozzy em relação a melodia e técnicas l, é a música Revelation (Mother Earth) Randy Rhoads com a sua formação em música clássica contribuiu magnificamente na carreira do Ozzy nos seus dois primeiros discos solo. Essa música em especial me faz me lembrar “O concerto para uma voz) de Saint Preux. Randy partiu cedo deixando um buraco no coração de Ozzy… agora eles finalmente se encontraram ♥️🙏

Última historinha que eu vou contar:
Na verdade, na verdade a primeira vez que eu tive contato com as músicas do Ozzy eu tinha 12 anos de idade e foi o disco ao vivo chamado “Speak Of The Devil” naquela época eu ainda dançava Ilariê da Xuxa e eu conhecia uma jovem senhora que tinha uma banca de jornal e revistas onde eu comprava as minhas revistas da Xuxa… aí eu fiz amizade com ela e tal… um dia ela me convidou pra ir na casa dela e lá tinha uma pilha de discos, o marido dela era metaleiro e ela era fã de U2 e era evangélica. Aí ela perguntou para mim se eu conseguiria vender aquele disco pra ela pois aquela capa de disco o Ozzy parecia o satanás (segundo ela 🤣)
Aí eu levei o disco pra minha casa escondido da minha mãe pra ela não se assustar com a capa do disco, aí eu coloquei o disco na vitrola e comecei a ouvir bem baixinho pois no fundo no fundo eu também estava com medo do disco. Minha avó brigou comigo mandando eu devolver o disco e
Ela falou que eu não era pra levar coisas do satanás pra minha casa kkkkkkk
Sério… eu tive medo do Ozzy, mas eu só fui mesmo conhecer e me apaixonar por ele aos 14 anos…

Bárbara Gripp essa história a sua mãe deve lembrar, pois a mulher da banca de jornal é ela ♥️
Ozzy partiu para eternidade 🙏





Por Denilson Reis

RIP Ozzy Osbourne (1948-2025)
Perdemos, 22/07/2025, o espetacular Ozzy Osbourne, o Príncipe das Trevas. Mais do que registrar sua passagem, aqui vai um agradecimento por ter sido uma referência em minha adolescência e que acabei levando sua rebeldia para o resto de minha vida. Conheci a carreira de Ozzy no início dos anos 1980, quando estava na minha iniciação roqueira. A figura do Ozzy chamou minha atenção com a capa do disco Bark at the Moon, onde Ozzy incorpora um Lobisomem. A imagem foi icônica para minha cabeça de adolescente. Ficava vidrado na frente da TVERS todos os sábados à tarde para esperar a possível apresentação do vídeo clipe da música e ver a transformação do Ozzy em Lobisomem. Tive uma camiseta com a clássica imagem de Ozzy e Rhoads. Jaqueta com pats do Ozzy costurada e até comprei uma sobre capa para colar no caderno que usava no segundo grau. Para mim foi normal ver todos os depoimentos que a galera postou nas redes sociais, pois quem travou contato com a carreira do Ozzy, virou fã eterno. E olha que nem comentei sobre sua banda, o Black Sabbath! Para finalizar, tive três momentos com Ozzy em shows que rolaram em Porto Alegre. O primeiro foi no Gigantinho em 2011. Depois na Monster Tour (2015), onde foi o headliner ao lado de Judas Priest e Motorhead. Por fim, em 2016, a consagração de ver Ozzy ao lado das lendas do Black Sabbath na turnê The End. Ozzy, por aqui seguiremos ouvindo o bom e velho heavy metal!

* Denilson Reis é editor do Tchê, zine que está em atividade há mais de 30 anos




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