quarta-feira, 12 de novembro de 2025

LOBISOMEM NA NOITE.

Por Gutemberg F.  Loki.


É sempre tão bonito ver

A lua cheia brilhando no céu,

Mas para ele, essa noite

É sempre um tormento cruel


Ele sente os calafrios

E forte descontrole corporal,

Então, ele se transforma

Na besta fera, emissária do mal


Lobisomem na noite

Ouço um grito de pavor 

Lobisomem na noite

Espalhando o seu terror 


É sempre tão bonito ver 

A lua cheia brilhando no céu,

Mas para ele, essa noite

É sempre um tormento cruel 


Homem perdido outra vez

Está solto o selvagem animal, 

Então, seu desejo é um só

Atacar e matar de forma brutal


Lobisomem na noite 

Ouço um grito de pavor 

Lobisomem na noite

Espalhando o seu terror!




terça-feira, 11 de novembro de 2025

complexo compreender que lô se foi...

 Por Edu Planchêz Maçã Silattian 


prefere as aves das esquinas,

os oitis das grandes sombras,

as canções abissais 

da extrema liberdade




domingo, 9 de novembro de 2025

CORPOS ENFILEIRADOS (TUDO NA MESMA).

  Por: Gutemberg F.  Loki


Que horror 

Que decadência 

A população aprovando 

A política da violência 


Que horror 

Que decadência 

O Estado ignora a causa

E combate a consequência


E continua tudo na mesma,

E nunca resolve o problema

Apenas desvia a atenção 

Da incompetência do Sistema


Corpos enfilerados

Todo o sangue derramado 

Nada disso enfraquece

O crime organizado


Corpos enfileirados 

Todo o sangue derramado 

Promover o extermínio 

Não é função do Estado


E continua tudo na mesma,

E nunca resolve o problema 

Apenas desvia a atenção 

Da incompetência do Sistema.



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Título: Século Sinistro
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri




sábado, 8 de novembro de 2025

Correspondência subversiva: os quadrinhos revoltados de Marcio Baraldi

  


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Esses dias chegou na caixa postal da Editora Merda na Mão uma porrada boa: um quadrinho do Marcio Baraldi, direto de São Paulo. O título? Os quadrinhos mais revoltados do mundo. E não é exagero — o negócio é bruto, cheio de energia, daqueles que dão vontade de sair desenhando com raiva e rindo ao mesmo tempo.

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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Southern Comfort

 Por Edu Planchêz Maçã Silattian 



nessa hora, no agora, no jogo elaborado das letras que trampo 

no trampo de nada dizer, eu nunca disse nada e nunca direi,

no absurdo do absurdo, no estalar do isqueiro 

que disco para avivar o braseiro do porro fumegante,

abridor de portas porteiras portais,

por nada, pra nada

                                                                                                                                                                                               Samuel Beckett Dramaturgo e escritor irlandês...

Dublin comunica-se com seus pés e com meus pés,

assim atoa, ao acaso

                                                                                                                                                                                                                       e ao acaso,

faço meu ocaso escalando e desescalando 

as estrias da montanha eu mesmo 

que é voce

                                                                                                                                                                                                                    montanhas e desmontanhas,

fachos luminosos e desluminosos,

nas tintas pretas construo com o desconstruir,

acho que edifico favos,

tenho faro de abelhas

e os cantos do terena roró

troteando em meus recenascidos ouvidos

                                                                                                                                                                                                                 por nada e para nada 

                                                                                                                                                                                                             Southern Comfort nos trilhos do copo da boca,

dos túneos das tobas da garganta

cheia de drivers 

                                                                                                                                                                                                                        e eu canto blues road

porque também sou de cantar,

de cortar os fios feito pelas aranhas

com as presas dos olhos 

                                                                                                                                                                                                                        e eu escrevo indiferente

se haverá para eles, 

os escritos, 

observadores

                                                                                                                                                                                                                   escrevo nos elos da noite 

porque na noite reuno nos tapetes 

do saguão dos não segredos

os guardiões diluidores de celas

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edu planchêz pã maçã dylan silattian




terça-feira, 4 de novembro de 2025

Pessoas em situação de escritório

 Por agnyhywhw

Se o sujeito vivendo na rua
É apontado como inútil, vagabundo, pária social
O sujeito que passa o dia enfurnado num escritório
Esperando a hora de bater o ponto
É o que?

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Pacotão da Pesada: os leitores da Editora Merda na Mão pelo Brasil afora

https://editoramerdanamao.blogspot.com/


 Chegaram no anarquista @seboelefantebranco , em Belém do Pará, os zines bombásticos da lisérgica  punk @editoramerdanamao . Sempre atravessando fronteiras, costurando subterrâneos e publicando os impublicáveis.




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Desembarcou pelos correios em Ananindeua (PA), direto na casa do rapper @barneioatentado — voz de rua e linha de frente da Marcha da Maconha na cidade ( @marchadamaconhaananindeua ) — um pacote de pólvora cultural: zines cuspidos pela insurgente @editoramerdanamao . Conexões de guerrilha.


“Paz entre nós, guerra aos senhores sempre!”





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O selo bilíngue  The Skull Kids (@t.s.k_a.c.e ), de Vitória da Conquista (BA), entrou em contato  com a @editoramerdanamao : eles acompanham e curtem nosso trampo. Dessa ponte saiu a troca de materiais. As imagens que chegaram são dos zines Blasfemo (Diego El Khouri ) e Reboco Caído (Fabio da Silva Barbosa), cuspidos por nossa editora. 

Sempre fazendo conexões com o submundo e atravessando fronteiras. 






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Chegou pelo correio ao acervo da livraria anarquista independente @nigrakorodistro (São Paulo- SP) um novo carregamento de zines publicados pela subversiva Editora Merda na Mão. Sempre tecendo conexões com projetos combativos e incendiários.




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"Recebi do Diego E Khouri alguns zines: dois números do REBOCO CAÍDO (#58 e 62), fanzine editado por Fabio da Silva Barbosa; três números do BLASFEMO (#1, 2 e 3), editado pelo Diego; e um número do BRENFA (#2), uma parceria do Diego com  Ivan Silva . O fanzine BLASFEMO é o mais ilustrado dos três. Todos os desenhos, charges e quadrinhos são do Diego, com roteiros dele ou do Fabio. Vou tentar ler todos eles durante a semana. Vi que tem uma entrevista com Glauco Mattoso incluída no BRENFA.

Desde o nome do selo editorial ( @editoramerdanamao ), passando pelos temas que escolhem para os textos, poemas e quadrinhos, fica evidente que a dupla Diego e Fabio não está muito interessada em obter grande repercussão comercial. Parece que os dois buscam mais um leitor que se identifique com os textos e desenhos malcomportados que produzem. Desrespeitando várias convenções, fazem uma obra para poucos."

Lúcio Medeiros - Editor do poeta  Glauco Mattoso. 

Está ligado ao selo  @ed.casadeferreiro , que Mattoso criou para publicar parte de sua produção em formato digital. 

Também administra o canal do YouTube de Glauco Mattoso. 


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"Recebi esse carregamento de zines sensacionais do Diego El Khouri da Editora Merda na Mão! A cada página é notável o quão foda o Diego é como artista! Muito obrigado, meu bro!

Vinicius Canabarro - Rio de Janeiro (RJ)





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Chegou detonando na casa do  Antônio Sá, no Rio de Janeiro, mais um pacote explosivo da Editora Merda na Mão. Aqui não tem firula: o cara comprou um exemplar da HQ O Filósofo da Maconha — são 126 páginas, lombada, capa laminada — e ainda saiu com uma caricatura exclusiva rabiscada na primeira página (todo leitor ganha a sua, sem exceção). De lambuja, levou zines de brinde. Tudo isso por 60 conto.


Fortaleça esse corre: não é só uma editora, é um projeto sociocultural que cutuca, provoca e incomoda o sistema com tinta, papel e fumaça.








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Chegou mais um carregamento de munição gráfica no porão do selo @sanitarioartepodre : um pacote cuspido pela lisérgica punk Editora Merda na Mão.
Zines que não pedem licença, não seguem bula de higienização cultural, não lambem as botas da crítica. Papel maldito, impresso pra sujar a mente, atravessar o fígado e arrombar as gavetas dos pensantes.

É contrabando de ideias podres, poesia de esgoto, diarréia tipográfica que não cabe em vitrine de livraria gourmet.
Quem abrir essas páginas vai achar ferrugem, tripa, riso desgraçado e grito de rua.

Zine é dinamite embrulhada em sulfite.



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Chegou pelo correio, direto da lisérgica  punk Editora Merda na Mão, em Mesquita (RJ), este material contracultural, aportando na casa de @sandroroteirista.

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                            E a  EDITORA  MERDA NA MÃO continua sua saga de:
                                           Publicar os impublicáveis...

domingo, 2 de novembro de 2025

Mais de 9 mil acessos em outubro: Molho Livre prova que a contracultura ainda respira

 O blog cultural Molho Livre, criado por Diego El Khouri em 12 de outubro de 2010, alcançou neste mês de outubro de 2025 a marca surpreendente de 9.187 visualizações.

Um número expressivo — sobretudo em uma era em que tudo precisa caber em 30 segundos de vídeo ou três linhas de legenda.

Enquanto a atenção do mundo se dispersa, o Molho Livre permanece firme há 15 anos, reafirmando o poder da palavra, da arte e da contracultura no espaço digital.








quinta-feira, 30 de outubro de 2025

O gueto sangra — Gutemberg escreve sobre o maior massacre do Rio

   


MASSACRE.


Por Gutemberg F. Loki.


Quem pode fechar os olhos

Para um banho de sangue vergonhoso?

Até quando vão achar que na favela

Só tem criminoso?


Problemas sociais existem

Todo mundo sabe, todo mundo fala,

Mas é burrice querer acreditar

Que tudo vai se resolver na bala


Morreram mais de 60

Foi o que passou na televisão,

Moradores trouxeram mais corpos

Passaram de 100, pega a visão


Foi massacre no Complexo da Penha

Foi massacre no Complexo do Alemão 

Governador,  o sangue dessas mortes 

Não sairá nunca da sua mão


Quem pode fechar os olhos 

Para um banho de sangue vergonhoso?

Na verdade, o Estado é o culpado

Pelo Rio ser tão perigoso


Problemas sociais existem 

Todo mundo sabe,  todo mundo fala,

Mas é burrice querer acreditar 

Que tudo vai se resolver na bala


Morreram mais de 60

Foi o que passou na televisão, 

Moradores trouxeram mais corpos

Passaram de 100, pega a visão


Foi massacre no Complexo da Penha 

Foi massacre no Complexo do Alemão 

Governador,  o sangue dessas mortes

Não sairá nunca da sua mão!


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Título: Século Sinistro

Técnica: Óleo sobre tela

Dimensões: 60 x 80 cm

Artista: Diego El Khouri



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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Sobre a leitura

 Por Rogério Skylab


Se você soubesse que
enquanto cavalgava sobre
a fúria do tempo,
eu também o fazia à minha maneira…

E com a mesma galhardia
que empinava o sexo,
eu também o empinava, rato de biblioteca.
E também era volúvel, também sem cabeça.

E cada capítulo lido, cada poesia,
era como um corpo desnudo
que você tateava, transida.

Pensávamos ser tão diferentes.
Foi só no fim da jornada que vimos:
os nossos caminhos eram os mesmos.