domingo, 11 de setembro de 2011

COMEÇA ASSIM

(Por Diego El Khouri)

O poema tem que estar a mão
como se o punho fosse as musas
e o falo toda imensidão
o poema também pode ser cabisbaixo
jorrando o líquido do fracasso
que tem suas várias gradações
o poema pode ser luz
ser lindas borboletinhas nuas voando
com seus cús em levitação
o poema pode extrapolar as ordens
usar calça comprida e mesmo assim
cuspir na roda
o poeta muitas vezes se encontra alheio a moda
mesmo tendo tendências suicidas
de bosta
mesmo nas plagas pragmáticas da existência
cabe sim  um poema
uma pitadinha sodomita de ilusão
(o pedaço do ódio que tenho por Platão)
o poema sempre como uma música
um bailado fresco cheirando florzinhas
cheio de bilú bilú tetéia e biquinhos
um passarinho que pousa no ninho
os carros que passam devagarzinho
rebolando suas capotas no limbo
mas depois de muita insistência
do falo que cresce e das estranham que urgem
o poema cresce e cresce e mete
no âmago da vida sua excitação, seu tesão, sua vida
pregadas nas paredes criminosas do pecado
como uma jóia nos apontam caralhos
tragando para dentro de si um balde de Merda
aquela Merda maiúscula que Marcos nos fala
aquele sonho profético que os anjos cagam.

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