(Por Diego El Khouri)
Olhos de percepção floral
caminho dentro da noite
no espelho de mil fantasias
onde o peito baleado
é retrato passado
de um olho imaculado.
Caminhas dentro
do dorso do meu pensamento
enquanto as paredes se fecham
apertando meus ombros
e minha melancolia crescendo
que se esvai em sangue
resplandecendo no céu
de infinitos cânticos
secando meu pranto.
A bala há seis anos alojada na alma
nas engrenagens, nas máquinas
nos tubos e nas válvulas
roendo a garganta
que antes sussurrava poesia
hoje só busca alegria.
Aqui, só, bêbado e pelado
a fumaça chicoteando minha alma
suja cheia de feridas fatiadas
um anjo chulo e drogado
triturado na profecia sem graça
perdida enfileirada no meio do Nada
que sobrevive a sala.
Resquícios subalternos da noite que não cala
sou todo essa vala
sonhos submersos na agonia não falada
aberta como um câncer que não fala
-- só se cala --
perante a noite que sorri dentro de minha casa.
noite, visita, morador...
ResponderExcluirVocê está melhorando cada vez mais... Muito forte..
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