domingo, 4 de dezembro de 2011

MONÓLOGO DENTRO DA NOITE INFINITA II

(Por Diego El Khouri digitado por Ivan Silva)

E se hoje eu, um burro bruto,
Não quiser fazer palhaçadas para vocês e então
Darei uma gargalhada e cuspirei com alegria,
Cuspirei no rosto de vocês 
Eu que sou um perdulário e esbanjador de palavras preciosas.
Maiakovski



hoje o dia está cinza
e nessa enfermidade sorrio
feito criança sem dente,
Deus sem reino, sem presente,
gozando sua inútil e ilusória realidade.
mais uma vez distante.
mais uma vez só.
sonhando com o amanhã
para que hoje, essa podre maçã,
não seja mais meu guia
nessa escuridão infinita.
mais uma vez doente.
mais uma vez só.
primeiro o orgulho.
depois o apêndice.
em seguida o fígado, erro médico,
a prisão, a dor, vômitos, espasmos
e hoje a face em fogo.
ardente a alma em combustão
imerso no fogo eu vi fênix
e agora começa a história de minha liberdade.
ascendam a vela e me conectem.

        minha

face

         roupa

             do

        vestuário

que se perdeu

nos

limites que as paredes

        me

f-i-x-a-r-a-m

      eu

          me

            libertei.

olhos fechados
pela escória
que devora minha memória

há 
um
destino
que
se
m
o
v
e

dentro da roupa que dorme
num abismo que nos acolhe
na criança sem nota
urinei na roupa sem demora.

hoje vetusto do absurdo
anjo do quarto escuro.
pássaro urubu que espalha poesias
no dorso de teu caos.

a poesia
                  como
                                     
                              fim
                                               
                                    o amor

                       o único
                             
                                   sim

ventres
perdidos

a vida
que se vai


                           e sorri.

4 comentários:

  1. "Quando me tratas mau e, desprezado,
    Sinto que o meu valor vês com desdém,
    Lutando contra mim, fico a teu lado
    E, inda perjuro, provo que és um bem.
    Conhecendo melhor meus próprios erros,
    A te apoiar te ponho a par da história
    De ocultas faltas, onde estou enfermo;
    Então, ao me perder, tens toda a glória.
    Mas lucro também tiro desse ofício:
    Curvando sobre ti amor tamanho,
    Mal que me faço me traz benefício,
    Pois o que ganhas duas vezes ganho.
    Assim é o meu amor e a ti o reporto:
    Por ti todas as culpas eu suporto."
    William Shakespeare

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  2. Obladi- Obladá

    "Junta os teus pedaços e desce pra arena"
    Mano Brown
    Meu caro irmão, Vejo que o teu belo crânio ainda funciona, depois do desastre...
    Muitos nascem com um, apenas para decorar. Mas o seu, não. Não. O seu não está aí de enfeite..
    Eu choraria em prantos se me dissessem que havia virado um vegetal, em coma, defecando em fraldas geriátricas...Mas, não! Esse é o mesmo Diego que conheço. Mesmo que as bacantes te devorassem, eu diria: Por favor! Poupem o cérebro!

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  3. Alexandre já deixou tudo dito. É isso aí. Força sempre.

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  4. Muitos de nós apenas passam pela vida.
    Diego, abastece nossa alma sublinhando contundências.
    Beijo,
    Ci.

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