quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SITUAÇÃO INDÍGENA

"Cuidem com coragem essa terra (...) Cuidem bem de minha neta e de todas as crianças..."

(Por Kaiowá Guarani)

"Vocês não deixem esse lugar. Cuidem com coragem essa terra. Essa terra é nossa. Ninguém vai tirar vocês... Cuidem bem de minha neta e de todas as crianças. Essa terra deixo na tua mão (Valmir). Guaiviry já é terra indígena". Nestes termos se expressou o nhanderu Nisio, baleado, agonizante. Isso foi relatado aos membros do Conselho da Aty Guasu, que foram levar apoio ao grupo e se inteirar do bárbaro ataque. Conforme o relato, três tiros foram disparados em Nisio - nas pernas, no peito e na cabeça. Além do corpo de Nisio, mais três crianças que estavam chorando ao seu redor, foram jogadas na carroceria de uma camionete.
Polícia Federal, Força Nacional e especialistas estiveram no local da execução brutal do nhanderu Nisio Gomes, no tekohá Guaiviary, no amanhecer do dia 18 de novembro. Sangue Guarani-Kaiowá no chão. Rastos do corpo arrastado. Apenas constatações. Um pequeno resto da mata testemunhou mais um assassinato de seus seculares guardadores.
Matam e destroem a mata com a mesma desenvoltura e certeza de impunidade há anos, décadas, séculos. A revolta da Mãe Terra e de seus filhos primeiros chegará. Como diz a canção em homenagem a Marçal Tupã'i: "Chegará o dia em que o alto preço dessa covardia será cobrada pelos Guarani".
Enquanto isso, as lágrimas e o sangue continuam banhando esse chão em revolta, em gritos, em protesto. Os ouvidos do mundo não estão mudos. O clamor das vidas e da natureza sacrificada diariamente no altar do progresso, da acumulação do capital, do deus dinheiro, não permanecerão impunes!
Que o sangue de Nisio Gomes Kaiowá Guarani se junte ao coro dos guerreiros da vida para juntos nos unirmos no grito que ressoa mundo afora.


Agora eu:

Que sociedade é essa? Como poderia me enquadrar comodamente nela? Não, cara, eu sou um ser humano, não posso compactuar com isso, tranqüilamente, como tantos. Não faço parte consentida disso. Latifundiários bandidos são louvados pela mídia. E nós, pensando em consumo, em marcas, em futilidades, enquanto o extermínio prossegue em sua saga genocida, há séculos.
Eduardo Marinho

Documentário precisa de ajuda pra seguir adiante, atrás de alguma consciência.
Taí o link:

* retirado do blog do artista plástico, zineiro, ativista e pensador Eduardo Marinho

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