domingo, 19 de fevereiro de 2012

COCAÍNA

(Por Diego EL Khouri)

Sou a

             
            Morte

 colhendo

                o último suspiro da noite

buscando migalhas de um sonho fingido
na fome que açoita

tenho a sua pele em sua mão
os olhos esbugalhados
filhos da madrugada
roendo a face do coração

                tenho a Morte que não sascia
                a poesia que não alivia
                o dia que me aniquila
                a volúpia sem trilho
      o luar sem brilho   um tiro desconhecido


e o que mais eu tenho?
talvez a fome, a fome a fome, a única fome
a real reluzente fome
a fome a fome a fome fome
fome

               fome
     
 fome

                   fome
fome

                                    fome

                                         SOU UM FAMINTO

um anjo bandido um profeta perdido
um fraticida deglutido

cadê os rimbauds dessa vida
os loucos da poesia?

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