sábado, 17 de agosto de 2013

JANELAS EM RUÍNAS



As baratas cinzas da ignorância dançam e rebolam perante paredes calcificadas de merda. Antes respondia e falava, agredia, xingava, berrava em escândalos de poeta criminoso e bandido que sempre fui. Um bodisatva sempre rodeado de mulheres (que me davam de comida e bebida, um corpo leve, algumas carícias em partes baixas ausentes do mundo), festas homéricas, polêmicas em recintos repletos de políticos idiotas, nudez em palcos abertos... O silêncio veio e me tomou de assalto. A virada da vida fatiando meus membros. Não devo nada a ninguém. Emagreci 10 kilos em um ano, adoeci meu estômago, o estresse acumulado me chicoteando em elétricas descargas de convulsão... Se soubessem de toda verdade. Fui eu que cuspi no oratório de deus e rebolou em missas de sangue...? Meus olhos se abriram mesmo com tantas janelas fechadas. mandar "tomar no cu" seria uma fome compensada em porrada. Não tenho mais saco pra briga... Estou construindo uma bomba tão potente que não precisará que janelas se abrem... derrubarei todas sem dó nem piedade como deus onipotente que sou. Um deus sem passagem fixa em nenhum canto da imaginação febril.

Em ruínas cada pedaço é um coração que bate.

(Diego El Khouri, 17,08, 2013)

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