quinta-feira, 17 de setembro de 2015

OS ANÉIS DO PENSAMENTO

(Por Edu Planchêz)

minha sede de Bhuda se casa com a tua fome,
com a caravana encarnada,
mulher que não me ama ( que me ama ),
mãe que me chama, 
que não me chama de filho,
xereca que morde, 
que não me morde por ( medo ? ) ( nojo, asco? )
( por amor adicional de artista extremo? )

Um beijo do tamanho do chão nos seios
da apresentadora do jornal da noite,
Artaud e Diego El Khouri vestidos 
de porra nenhuma,
eles tramam burlar bolinar...
ver o lago de antigamente 
se elevar nas chamas
do templo da fertilidade 
de nossa loucura lisérgica aguda

E os olhos da grande caverna,
e os olhos da veia cava,
das teias do feto que se move nos sonhos
da mãe de Apollinare

Nas alturas das esculturas formas tuas, mãe,
fêmea Tarsila, filha minha, filha da forma,
do grude que nos ata um ao outro

Camille Claudel,
sempre fui teu namorado,
teu favo de tinta, tua espátula,
os anéis azuis do pensamento


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