Por: Fabio da Silva Barbosa
Balada 1
Escuto sons estridentes
Parece um terremoto
Me agito pensando que é um novo som underground,
mas são apenas bombas lançadas pelo império
A vida vai passando através dessa vitrine
Rodando nas calotas dos carros
Quero apenas resistir
Por mais alguns segundos
As cidades estão decadentes
No campo a violência explode
Estou apenas caminhando
Observando alguns corpos sem vida
A vida vai passando através dessa vitrine
Rodando nas calotas dos carros
Quero apenas resistir
Por mais alguns segundos
O ser humano parasitando o planeta
Parecem vírus devastadores
Não me resta mais nada a fazer
Além de repetir esse refrão
A vida vai passando através dessa vitrine
Rodando nas calotas dos carros
Quero apenas resistir
Por mais alguns segundos
Balada 2
Andando por aí
vejo prédios e paredes encardidas
Em becos e vielas me perco
como em um mundo sem rumo
A vida se refugia em um universo paralelo
Não queremos ser apenas mais um elo
nessa corrente soturna
Tenho muito para dizer
Não vou gastar meu tempo com refrão
Dentes podres e pernas feridas
Essa é apenas mais uma vida
a dizer adeus
Balada 3
Era um cidadão comum
Daqueles com CPF, RG
e título de eleitor
Tinha um sonho americano,
mas um furo esvaziava seu regador
Uma cambada de picaretas
Só mamatas e mutretas
Muito vampiro para lhe sugar
Mas a esperança nunca morre
Essa vida é um corre corre
e ninguém vai te ajudar
Mas você ainda crê
que o pior está por vir
E ninguém vai acreditar
É nós, mano
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