quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

BALADA

Por: Fabio da Silva Barbosa

Balada 1


Escuto sons estridentes
Parece um terremoto
Me agito pensando que é um novo som underground,
mas são apenas bombas lançadas pelo império

A vida vai passando através dessa vitrine
Rodando nas calotas dos carros
Quero apenas resistir
Por mais alguns segundos

As cidades estão decadentes
No campo a violência explode
Estou apenas caminhando
Observando alguns corpos sem vida

A vida vai passando através dessa vitrine
Rodando nas calotas dos carros
Quero apenas resistir
Por mais alguns segundos

O ser humano parasitando o planeta
Parecem vírus devastadores
Não me resta mais nada a fazer
Além de repetir esse refrão

A vida vai passando através dessa vitrine
Rodando nas calotas dos carros
Quero apenas resistir
Por mais alguns segundos


Balada 2


Andando por aí
vejo prédios e paredes encardidas
Em becos e vielas me perco
como em um mundo sem rumo
A vida se refugia em um universo paralelo
Não queremos ser apenas mais um elo
nessa corrente soturna
Tenho muito para dizer
Não vou gastar meu tempo com refrão
Dentes podres e pernas feridas
Essa é apenas mais uma vida
a dizer adeus


Balada 3


Era um cidadão comum
Daqueles com CPF, RG
e título de eleitor
Tinha um sonho americano,
mas um furo esvaziava seu regador
Uma cambada de picaretas
Só mamatas e mutretas
Muito vampiro para lhe sugar
Mas a esperança nunca morre
Essa vida é um corre corre
e ninguém vai te ajudar
Mas você ainda crê
que o pior está por vir
E ninguém vai acreditar

Um comentário: