terça-feira, 25 de julho de 2017

5 POEMAS DO RAFAEL VAZ

Mais uma vez
vão embora todos do bar.
Levanto meu copo 
pela última vez e espero
que o mundo gire
e me tire para dançar
em um último suspiro.
Quando caminha-se diante
do precipício teme-se
que não consigamos
controlar o desejo insano
de pular ao infinito
do nada.
Conspirei as piores notícias
para que não pudesse
mais poder entender
o que se passava.
De todas as drogas as
que eles mais gostam,
é o dinheiro.


-----------------------------------------------------------------

Gênios surgem todos
os dias.
Buscam nas feridas a
essência de suas
genialidades.
O mundo vasto que
encobre cada coração
perpetua suas dores
e o público joga
cascas de bananas e
tomate.
Buscam no ego o
ponto fraco dos gênios
e deslizam-os para fora
das rodas.
Quando tudo se vai
terminam em suas casas
criando obras eternas para
que os que desprezaram-os
tomem conta dela
quando eles se forem.
O trabalho artístico é
uma merda visto pela
cabeça de um
professor universitário.


---------------------------------------------------------------------------

naquele dia ela chegou
e já foi logo arrumando
a cama e dizendo
coisas enquanto arrumava
a cama.
então abri a janela pra
entender o que ela dizia.
que tudo era um inferno quando se
tratava de mim. ela dizia:
"você é um covarde."
desde 1992, quando no
hospital santo agostinho,
eu viria nascer.
eu diria a ela mais tarde que
as coisas são difíceis quando
se é um psicofrango.
ela ria.
eu agradecia por ela me suportar
por tanto tempo
mesmo quando estive longe.
as coisas quase nem sempre
eram do jeito que queríamos.
acendíamos um beck
e ela contavam sobre tudo o
que passava na tv,
enquanto em vão eu tentava
ignorar a tela.
tudo aquilo era uma terapia.


---------------------------------------------------------------------------

Ela vira o corpo
em sentido a mim e
conta a última aventura
por qual ela passou.

95% das mulheres que conheço
não sente atração por mim.
Sempre fui um bom amigo.
Digo a ela que há tempos
torcia por ela.
E por isso toda vez que
que eu andava na rua
as pessoas mudavam de calçada.
Poemas de amor também
podem falar de quando
não se é amado.
Então você traga o beck
e joga toda a fumaça no meu rosto.
Incrível como eu viajo e
você continua intrigada com
o joguinho do seu celular.

-----------------------------------------------------------------------------

No tempo que
vivia na casa dos outros,
comendo com os outros
e esquecendo de mim.
Não corria pelos becos,
não gritava por aí.
Meu silêncio era seu.
Você tentou,
eu sabotei.
Você ficou,
eu fugi.
Os automóveis continuam
sem parar nas faixas de pedestres.
Um mosaico de cores
que vai embora junto
com o pôr do sol.


///

Nenhum comentário:

Postar um comentário