no vórtice voraz de suas coxas vermelhas
me embriago na lembrança do seu tempo derradeiro
tempo quente, intenso, ardente
em que você, nua (ausente de céu),
enrolava cabelos
escarlates no sereno
bico de seio, boca molhada, tempestade...
vento intenso cortante na íris diáfana
cacos de vidro, paredes pichadas, inexatas
(estradas que a manhã recorta em papeis de seda
e
loucas viagens...)
espelhos prateados,
on the road, paisagem
e esse quarto frio,
sujo e abafado?
quantos meses enjaulado?
quantos dias trancafiado?
— a procissão prossegue nesse itinerário... —
a língua, ventre molhado de chuva (sêmen)
a natureza copulando no caos...
segurar forte nos cabelos
mão na coxa, pelos ouriçados
o átomo primal no relicário
(bêbado além da conta)
prateando olhos
absurdos
nos desertos da alma
via láctea suspensa, helicoidal
no fundo fundo do prazer
voraz
se lambuzar de gozo —
pancadas febris no ventre
(mais uma dose, mais uma ...apenas...)
A lua se esmera em nos
manter inteiro.
Por: Diego El Khouri
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