quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

no vórtice voraz de suas coxas vermelhas

À Bárbara Prateado

no vórtice voraz de suas coxas vermelhas

me embriago na lembrança do seu tempo derradeiro

tempo quente, intenso, ardente

em que você, nua (ausente de céu),

 enrolava cabelos escarlates no sereno

 

bico de seio, boca molhada, tempestade...

vento intenso cortante na íris diáfana

cacos de vidro, paredes pichadas, inexatas

(estradas que a manhã recorta em papeis de seda

               e loucas viagens...)

 

espelhos  prateados, on the road, paisagem

e esse quarto  frio, sujo e abafado?

quantos meses enjaulado?

quantos dias trancafiado?

a  procissão prossegue nesse  itinerário...

 

a língua, ventre molhado de chuva (sêmen)

a natureza copulando no caos...

 

segurar forte nos cabelos

mão na coxa, pelos ouriçados

o átomo primal no relicário

(bêbado além da conta)

prateando  olhos absurdos

nos desertos da alma

 

via láctea suspensa, helicoidal

no fundo fundo do prazer  voraz

se lambuzar de gozo pancadas febris no ventre

(mais uma dose, mais uma ...apenas...)

A lua se esmera em nos manter inteiro.


         Por: Diego El Khouri 




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