quarta-feira, 19 de julho de 2023

Viagem

Por: Clécia Oliveira


Daqui a pouco

Vou ali onde não há lados

Posso até estar contigo

No quase equilíbrio

Em momento equinócio

Onde for preciso.


Não adianta sumir

Pendular-se em decisões de ócio

Buscar buracos sinuosos

De túneis incompatíveis.

O céu não tem fronteiras

Hora de carona com cometas

E posso garantir

Em um certo tipo de planeta

Há lugar para desatar nós. 


A poeira é como nunca

Dança enquanto toca

Sinos ressoam no cosmos

Se dobram na nuca cansada

Feito brilho elíptico

De um sol tendendo ao infinito


Reflete...

Movimentos derivados

De sonhos empuxados.


É hora de ser constelação

Mutável ao encontro do tempo

Hora de se despedir do medo

De a coragem superar a razão

De seguir por dentro 

Ser decisão

Abrir espaços

Ultrapassar margens

Conversar com luas

E células minúsculas

Rever quem não conheceu

Viver o que pensa que perdeu

Ser mundos

Pedaços de um tudo

Ser ventos

Através dos tempos


Viajante que assopra

E propulsa

A própria história.


#fiocultural ; #fiopoetico




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