sábado, 18 de janeiro de 2025

Compra e venda

 Por Alexandre Chakal 


Na vitrine de carne

O prazer e gozo são detalhes

Estrada de mão única, buracos duros e molhados

Sentimentos descartáveis e descartados.


Cúpula paga de forma voraz.

Orgasmo fingido que a tantos satisfaz.

O preço da carne comprada para ser violada.

Desejo resumido em trocas mal pagas.


Vitrine de vulvas, picas, bundas e coxas,

Satisfaz tantos olhos e bocas.

Dignidade tem preço barato

Sem nomes, pseudos e sem apreços para o fracasso.


Meninas e meninos encardidos e famintos.

De todas cores, credos e gêneros mal vistos.

No corre, no trampo, no "Job".

Carne vendida para a carne que pode.

Dor escondida com pesada maquiagem, sorrisos forçados e arte da malandragem.

A fome saciada, as contas pagas, as roupas caras, as drogas malhadas,

Com peso de ouro, mas quase sempre, valor moral de migalhas.


A miséria é seletiva.

Quem paga e quem vende,

Tem suas dores e alegrias

A liberdade é apenas alegoria.

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